Pedindo outro emprego

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Como ler é maravilhoso! Harry corrigiu o romance por inteiro e alguns poemas, sua paixão por livros era enorme, sempre se refugiou na leitura e escrita para fugir de sua realidade, chegou a escrever algumas histórias mas nunca mostrou para ninguém, escrevia por diversão, mas ler, era algo que aquecia o seu coração, por isso resolveu cursar letras, seus tios lhe pagaram uma boa faculdade, ou melhor, o dinheiro de seus pais pagaram, seus parentes apenas fizeram o que o advogado determinou.

James se organizou perfeitamente, o pai de Harry algumas semanas antes de falecer, fez grandes especificações de como o dinheiro do filho deveria ser gasto até que o mesmo completasse a maior idade, tia Petúnia e o marido queriam a herança do sobrinho, mas não viram um centavo, Harry não os ajudou em nada, apenas deu a Duda um pequeno apartamento no centro para ele se mudar da casa dos pais quando acabasse a faculdade, certo que, quando criança o primo era implicante, mas quando viu seu primo ser espancado, nasceu uma empatia e ali aos 11 anos, Harry fez seu primeiro amigo.

O moreno sentia falta do primo, mas mesmo distante, a ligação deles era forte, não apenas Duda o salvara algumas vezes de apanhar, mas Harry já o ajudara em tantas outras vezes, um protegia o outro, era bonito de se ver, o triste era que era preciso fingir na frente dos tios, foi uma condição de Harry, sabia que os tios não tolerariam a amizade dos dois, mas ambos conseguiram superar isso, era Duda quem sempre esteve ao lado do moreno.

Quando Harry se deu conta de que havia viajado demais nos pensamentos, fechou os olhos e massageou as têmporas, trabalhou muito, era gratificante ver que fez todo o seu trabalho e mais um pouco.

Levantou de seu lugar e foi se servir de um café deliciosamente fumegante antes de ir embora, ingeriu o líquido de forma tão rápida que sua boca devia ser de lata, sorriu ao se lembrar do apelido que o primo lhe dera por sempre beber café pelando.

Olhou em direção a sua mesa e pode ver um Malfoy com os dedos ágeis escrevendo no computador, como ele consegue ser tão lindo assim? Ao mesmo tempo em que Harry admirava aquela beleza, ele temia uma certa aproximação, já havia previstos eventos por duas vezes envolvendo o escritor, se continuasse assim, as visões seriam mais frequentes e provavelmente ele se envolveria emocionalmente, evitava a aproximação das pessoas, sua mãe lhe explicou um pouco de suas habilidades, bem, o que ela e o pai descobriram quando ele era criança e outras ele aprendeu sozinho, sentia medo do outro achar que ele era uma aberração, mas o magnetismo envolvendo o loiro era inegável.

- Potter, enviei meu manuscrito para você! - Draco tirou Harry de seus devaneios e concentrou toda sua atenção ouvindo que não precisava se preocupar, que ele poderia revisar amanhã, o expediente havia terminado – eu preciso ir agora – se despediu e começou a andar, mas girou nos calcanhares e se dirigiu novamente a Harry que abriu a boca pra ainda responder um bom descanso. - fico feliz que tenha voltado para a vida do padrinho! Mesmo sem ter te conhecido, ele me falava de você e da sua mãe!

Harry ficou surpreso!

- Sr. Snape é seu padrinho?

- Sim, mas, na verdade, ele é mais como um pai – suas bochechas coraram, porque estava contando essas coisas ao outro? Ele deveria se afastar, não deveria conversar tanto com o outro e muito menos falar de sua vida pessoal, mas era impossível evitar, sentia um estranho conforto perto do funcionário, o que só sentia perto do padrinho, achou que depois de anos na sua profissão, este tipo de sentimento não existia mais em si – meu padrinho me adotou depois que meus pais foram mortos por uma traficante.

Harry paralisou, seu copo de café caiu no chão e a imagem de um garotinho pequeno escondido no armário e contendo as lágrimas e os soluços veio a sua mente, Draco Malfoy havia visto a morte de seus pais! Isso Malfoy! Como pôde esquecer, era um dos nomes das famílias assassinadas, do traficante que matara seus pais, assim como ele, Draco sobreviveu...

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