Prêmio

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Algumas semanas se passaram desde a última missão realizada graças as visões de Potter. Era incrível como o seu dom proporcionou outras pequenas missões, o que estava deixando o editor um pouco preocupado, estava tendo muitas visões ultimamente e isso trazia um grande desconforto, como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer.

Os dias no príncipe na verdade eram uma válvula de escape, porque os dias na ordem eram mais exaustivos e turbulentos do que nunca, mas Harry não podia reclamar, ele estava fazendo algo de bom, suas visões salvaram diversas pessoas no tráfico humano, ou então impedindo que carregamentos de drogas chegassem às ruas.

A relação com sua família foi a que sempre sonhou, achava maravilhosa a forma com que Snape e Black conviviam, ele podia ver o amor que um sentia pelo outro e se sentia contente que sua relação com Draco fluía de forma natural e aconchegante, às vezes se surpreendia como Slytherin conseguia ser frio e implacável nas missões, mas doce e carinhoso entre quatro paredes.

Draco era incrível e a cada dia que passava perto do loiro os seus sentimentos por ele cresciam, Harry nunca poderia imaginar que na sua vida encontraria alguém assim, estava muito feliz.

- Parabéns Draco! - desejou com um grande sorriso enquanto estendia uma caneca de café quente – você ganhou um prêmio da academia de letras pelo seu novo livro publicado!

- Sério? - questionou surpreso

- Sim! Acabaram de ligar para mim avisando, eles querem que você vá receber o prêmio em uma grande festa – contou com empolgação e viu o outro soltar um forte suspiro.

- Desculpe Harry, mas eu não faço aparições públicas, esta é uma das minhas condições para escrever, o príncipe mandará algum representante para buscar o prêmio por mim.

- Jura? Ah, que pena... - lamentou – mas de qualquer forma temos que comemorar!

Malfoy abriu um grande sorriso e sussurrou:

- Só eu e você?

- Ah, eu estava pensando em jantarmos na casa do seu pai e do meu padrinho... Mas nada impede de depois comemorarmos sozinhos – sorriu galanteador

- Perfeito Harry!

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Longe de todo o clima de festa e comemoração, Lord Voldemort estava furioso, já tendo quebrado metade do que estava sobre a mesa de sua sala, enquanto gritava com seus subordinados.

- Rabicho! Eu quero que me explique como meu negócio está indo tão mal? Por que praticamente todas as nossas operações estão sofrendo interferências da polícia? Vocês são um bando de incompetentes! - vociferava.

- Meu senhor! Não podemos fazer nada, ao que tudo indica a ordem da Fênix tem agido e conta com a ajuda de alguém muito habilidoso que tem dado informações praticamente precisas de tudo o que fazemos – tentava explicar de forma exasperada.

- Está me dizendo que temos um traidor?

- Um traidor, não meu senhor, desde nosso último incidente eu mesmo verifiquei a todos, mas certamente tem alguém que sabe muito sobre nossas ações e investimentos.

- Pois bem Rabicho, eu quero a cabeça dessa pessoa, se vire e descubra quem está arruinando meus planos!

- Sim senhor!

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- Um brinde ao grande escritor, Slytherin! Realmente este seu último livro que fala sobre um amor inalcançável, contado apenas por poemas me deixou completamente apaixonado! Eu devo reconhecer que você é foda Malfoy!

Sírius elogiou e brindou durante o jantar ao prêmio que o loiro iria receber.

Estavam muito felizes, Severus parabenizou ao filho e Sírius não parava de fazer as tão comuns piadinhas que era de seu feitio.

- Mas Draco, você mereceu muito esse prêmio, eu amei cada página sua que eu editei, por favor, eu quero um exemplar – contou Harry animado.

- Claro! Vou te dar um com uma dedicatória – sorriu e buscou a mão do outro por debaixo da mesa entrelaçando os dedos e vendo como o rosto de Harry se iluminou com o simples gesto.

Harry estava tão feliz, apenas pode apertar os dedos de forma firme naquela mão e trazê-la aos lábios para deixar um beijo nas juntas, o que deixou Malfoy com um sorriso bobo nos lábios, mas por pouco tempo, porque as feições alegres de Harry se contraíram em uma expressão de vazio, como se ele houvesse ido para um lugar distante e se desesperou mais ainda quando viu lágrimas brotarem em seus olhos.

- Harry? - chamou preocupado e tentou soltar suas mãos, imaginando que isso tudo deveria se tratar de alguma visão triste, mas quando tentou soltar suas mãos, não lhe foi permitido, pelo contrário, ele foi agarrado em um abraço desesperado e os olhos verdes agora eram tomados por uma escuridão perturbadora que chamou a atenção de Severus e Sírius.

Quando os dois pensaram em falar algo, ouviram gritos agoniantes de Potter, o que fez com que Malfoy apenas se desesperasse mais e tentasse se livrar do agarre do outro como forma de tentar fazer com que as possíveis visões fossem embora, mas Harry não o soltava, estava em pânico, até que o abraço se afrouxou e usando de seus reflexos impediu que o outro caísse, o segurou e quase suspirou aliviado por ver seu namorado desmaiado em seus braços.

Harry acordou com uma leve dor de cabeça, levou a mão até a mesinha de cabeceira pegando seus óculos para tentar enxergar algo, sentia os raios solares fortes em sua janela e demorou alguns segundos para se situar, viu Draco dormindo em uma poltrona e ainda meio sonolento viu que ele aos poucos acordava e que em um pulo alcançou a cama e tinha a voz carregada de desespero e preocupação.

- Harry! Você acordou! Está bem? Sente alguma coisa?

- Só sinto uma dor de cabeça, mas nada importante... O que estamos fazendo na casa do seu pai? Não me lembro de termos dormido aqui...

- Harry, você desmaiou, não se lembra? - tencionou levar a mão aos cabelos negro mas recuou.

- Eu, eu...- e quase ao mesmo tempo, flashes do jantar vieram a sua mente e lágrimas banharam sua face!

- Harry? Não chore, por favor, não – pediu e deitou abraçando a cintura do outro, que levou as mãos aos cabelos loiros numa tentativa de o acalmar.

- Draco? Ouvimos vozes, Harry acordou? - Sírius entrou no quarto preocupado, seguido de Snape.

- Padrinhos, eu... - não mais chorava, mas a voz estava embargada e Draco ainda o abraçava com a cabeça em suas pernas – Eu tive uma visão, mas está confuso, eu vi algo muito ruim que pode vir a acontecer e... - suas mãos agarraram seus próprios fios e Malfoy se levantou preocupado com o que poderia ouvir.

- O que você viu Harry? - Draco tentou ser o mais gentil possível com a pergunta.

- Eu vi você Draco! - os três se arrepiaram – no jantar, eu tentei continuar tendo as visões para saber o que mais poderia acontecer, mas não me lembro de tudo!

- Harry, o que você viu exatamente, do que se lembra? - Sírius se abaixou para ouvir a resposta de sua pergunta.

- Eu vi muita coisa, mas agora não me lembro de tudo, a única coisa que me lembro com clareza, é de Voldemort torturando você Draco! - contou e voltou a chorar.

Os presentes ficaram atônitos e o loiro apenas puxou Harry para seus braços, tentando a todo custo consolá-lo.

Ficaram sozinhos no quarto depois de Snape puxar Black do quarto.

- Tá tudo bem Harry, eu estou aqui com você

- Eu sei, mas Draco, você não entende, essa.... Essa visão, eu não quero que ela se realize. - sussurrou e voltou a chorar.

- Shii, está tudo bem, não vai acontecer nada... - consolou e fez com que Harry voltasse a deitar, deixando-o aninhado em seus braços enquanto fazia um doce carinho em suas costas, enquanto dizia que tudo ia ficar bem e que nada aconteceria com ele.

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