Capítulo 12 - Ensaio Clandestino

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O ensaio geral foi ótimo, mas um pouco mais demorado. Conseguimos ensaiar as primeiras cenas, e a empolgação de Isis me contagiou. Elisa ficou ajudando Fabio com algumas coisas pois sua personagem aparecia em poucas ocasiões e eu podia ver o quanto ela estava empolgada para aprender mais sobre produção de espetáculos.

Não tive que beijar Vicente naquele ensaio, mas eu sabia que iríamos nos beijar mais tarde em nosso ensaio clandestino. Tentei não pensar nisso durante o ensaio para não tirar meu foco, mas no fundo eu já sentia a ansiedade aflorar.

No fim do ensaio, avisei a Vicente que iria passar no dormitório para tomar um banho e que o encontraria em seu próprio apartamento. Tínhamos marcado de nos encontrar no estacionamento, mas achei que seria bom tomar um banho antes de ir. Ele concordou depois que eu argumentei que ainda estava de dia e que ainda iria demorar para escurecer devido ao horário de verão e que nenhum maníaco iria tentar nada comigo enquanto eu carregasse spray de pimenta na bolsa.

Tomei um banho relaxante e vesti um vestido bem fresquinho. Ele era todo branco e ia até a metade das coxas. Calcei uma sapatilha confortável e saí. Elisa não estava no quarto, então mandei uma mensagem para ela avisando que estaria ensaiando com Vicente, com a desculpa de que ainda tínhamos que alinhar algumas coisas em relação aos nossos personagens.

Durante o caminho, o nervosismo começou a tomar conta de mim. Não era do meu feitio ir até o apartamento dos caras para me agarrar com eles, mas ali estava eu, desafiando todas as probabilidades.

As ruas de Niterói estavam bem movimentadas. Assim como Alcântara ou Madureira, que são bairros muito frequentados pela população do Rio de Janeiro, Niterói recebia um numeroso fluxo de pessoas por dia. O centro de Niterói era repleto de comércio de todos os tipos, então era compreensível que muitas pessoas circulassem com frequência por ali.

Vicente morava perto do centro de Niterói. Era um lugar bem acessível pois em frente ao seu prédio tinha uma farmácia e um mercado muito bom. Havia também uma sapataria, um monte de lanchonetes e uma pequena igreja evangélica.

Toquei o interfone e Vicente liberou a minha entrada. Cumprimentei o porteiro e acionei o elevador. Vicente morava no quinto andar.

O elevador se abriu e eu entrei já me olhando no espelho. Não tive tempo para lavar os cabelos, então eu os tinha deixado soltos e volumosos. Não estavam tão definidos quanto eu gostaria, mas eu não podia fazer muita coisa a esse respeito. Eu tinha me dado ao luxo de passar uma maquiagem leve no rosto e brilho labial sabor menta nos lábios.

A porta do elevador se abriu e me dirigi até o apartamento de Vicente, onde apertei a campainha. Vicente abriu a porta rapidamente. Seus cabelos estavam úmidos e ele estava cheiroso. Ele abriu espaço para que eu pudesse entrar e eu fiquei nervosa mais uma vez.

— Gostei do seu vestido. — elogiou, apontando para a minha roupa. Era uma das peças menos chamativas que eu tinha no guarda roupa.

— Obrigada. — Vicente sustentou o olhar no meu e eu me senti fraca com o peso de seu olhar. Estar com ele e pensar nele era bom porque me distraía do fato de que o fim de semana estava chegando e eu teria que lidar com os meus pais.

Vicente se aproximou bem devagar de mim e envolveu meu rosto com as duas mãos. Meu coração acelerou com seu toque e eu fechei os olhos.

Ele encostou sua boca na minha com leveza e começou a roçar o lábio no meu, bem devagar. Engoli em seco, com a respiração falhando, até que Vicente decidiu intensificar o beijo.

Por trás da Máscara [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora