Meu celular despertou bem cedo para que eu pudesse me preparar para voltar para a faculdade. Seria bom voltar cedo para lá para que eu não me cansasse muito e eu também não queria passar mais nenhum segundo dentro daquela casa.
Ontem meus pais ainda me acordaram para assistirmos a um filme. Eu me dispus a assistir com eles, mas não estava mais no clima para conversar muito. Foi até agradável pois o clima não estava muito pesado, mas eu ainda me sentia muito chateada com tudo o que tinha acontecido mais cedo.
De banho tomado e pronta, me despedi dos meus pais. Minha mãe me abraçou, mas meu pai afagou meu ombro como se afagasse um cão.
De todo modo, quando saí daquela casa e daquela cidade, eu pude respirar melhor.
Contei as minhas amigas todo o horror que eu passei ontem no caminho. Vicente estava ciente também, pois tinha me perguntado como estavam as coisas ontem depois de eu postar um status no whatsapp com uma carinha chorando.
Quando cheguei ao dormitório, me senti aliviada. Me despedi de Charles e senti que as minhas energias tinham se renovado só de não estar mais perto dos meus pais.
A tempestade de ontem causara alguns estragos, e alguns trechos de Niterói ficaram alagados. Por sorte, hoje cedo as vias já estavam normais e o sol brilhava novamente no céu, como se um diluvio não tivesse caído ontem à noite.
Ao entrar no dormitório feminino, eu vi Vicente. Ele, Ivan e algumas garotas estavam conversando e rindo. Vicente não parecia flertar com nenhuma delas, mas fiquei com medo de que eu estivesse enganada.
— Oi. — disse ele quando me aproximei — Você disse que chegava cedo então tomei a liberdade de ficar aqui esperando. Quer fazer alguma coisa? Tomou café da manhã?
— Não, eu tô meio sem fome, mas podemos fazer alguma coisa, sim.
Elisa e Isis tinham ido ao Plaza shopping bater perna. Elas me perguntaram se eu queria que elas me esperassem, mas falei para irem na frente. Mandei uma mensagem dizendo que estava com Vicente, para que não se preocupassem.
— Tchau, gente! — Vicente se despediu dos amigos.
— Valeu aí, a gente se vê. — Ivan disse — Tchau Madá!
— Tchau, Ivan!
Nós nos afastamos do dormitório e saímos para a rua. Vicente estava a pé, então caminhamos de forma confortável pela calçada. Em dias de domingo, Niterói ficava bem deserto e perigoso. Algumas poucas pessoas ainda passavam, mas o movimento diminuía drasticamente nos fins de semana, dando a liberdade para que alguns assaltantes agissem.
Vicente e eu fomos parar novamente no Caminho Niemeyer, pois não estávamos afim de ir para o shopping. Eu precisava controlar meus gastos, e indo no Plaza eu com certeza iria querer comprar alguma roupa nova.
Uma brisa gostosa soprava meu rosto e eu me senti melhor. Haviam vários lugares que poderíamos escolher para nos sentar, mas resolvemos nos sentar de novo na grama. O mar estava ainda mais lindo iluminado pelo sol e muita gente andava de skate ou patins. Era um lugar que muitas famílias gostavam de se reunir, e de vez em quando tinham alguns shows bem legais.
— Foi um pesadelo. — Eu disse, resumindo bem como foi o almoço com meus pais. — O idiota do meu ex me perturbou tanto que precisei reunir autocontrole para não socar a cara dele.
— Ainda bem que eu não estava lá. Se você não o socou, eu provavelmente o socaria.
— É? — perguntei, mordendo a sua orelha. Vicente soltou um pequeno gemido. — Acho que gosto desse seu lado vingador. — Minha boca agora estava perigosamente perto da sua. Vicente fixou o olhar em minha boca e mordeu o lábio inferior. Me aproximei ainda mais.
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Por trás da Máscara [CONCLUÍDA]
Chick-LitMaria Madalena Vitorino de Almeida - Ou Madalena/Madá para os íntimos - está empolgada por ser a caloura em uma das melhores Universidades de artes cênicas do Rio de Janeiro. Claro que ela estaria mais empolgada se não tivesse se inscrito no curso e...