Lembrar que o vestido que eu usaria hoje na apresentação era branco quase me fez ter uma síncope, mas eu não podia fazer nada quanto a isso. Ele estava devidamente embalado em um plástico preto e eu o segurava por um cabide.
Porém, para ir até o evento, coloquei um vestido preto de tecido leve e um All Star preto nos pés. Não queria correr o risco de usar uma roupa desconfortável que não me oferecesse nem um pouco de praticidade na hora de me trocar, então optei por um visual emo mais alternativo.
Além do cabide com o figurino, na bolsa eu levava minha sapatilha, a meia calça e minhas maquiagens. Minha coreografia falava sobre abuso psicológico e quando chegasse a hora das apresentações, eu iria fazer uma maquiagem mais elaborada.
Abri a porta e dei de cara com Vicente, que estava com a mão levantada, prestes a bater.
— O que veio fazer aqui?
— Eu falei que nós iríamos juntos, esqueceu? — Ele me estendeu uma sacola e eu a peguei com a mão livre — Toma, suas roupas. Estão bem cheirosas.
— Ótimo, vão demorar a ficar com cheiro de mofo dentro do armário. — Abri meu armário e guardei as roupas que já estavam dobradas ali dentro.
Caminhei para fora do dormitório com Vicente ao meu lado.
— Qual é a do visual gótico?
— Não te interessa.
— Cansou das roupas coloridas?
— Você é do Esquadrão da Moda, por acaso? — perguntei, irritada. O carro de Vicente estava parado em frente ao nosso dormitório.
— Não, mas com meu visual, eu bem que poderia ser. — Rolei os olhos de forma impaciente para sua piadinha e entrei em seu carro. Estar com Vicente me machucava, mas uma carona talvez não fosse tão ruim.
A faculdade que iríamos ajudar ficava em Icaraí, bem perto de Niterói. Era uma faculdade federal também, mas que ao contrário da minha, tinha outros cursos além de artes cênicas.
O trânsito estava tranquilo por conta do fim de semana, de modo que chegamos bem rápido ao nosso destino. Saí do carro segurando meu cabide com o figurino e a minha bolsa no ombro.
— Quer ajuda?
— Não, tô bem assim.
Vicente ficou em silêncio e só voltou a abrir a boca quando encontramos os alunos de artes cênicas. Eles estavam de um lado para o outro terminando de ajeitarem as coisas para o evento. Seus professores também ajudavam.
Falei que estávamos ali para ajudar e para a apresentação, e logo coloquei a mão na massa. Ajudei algumas meninas a organizarem os quadros que ficariam na exposição, Vicente auxiliou uns meninos a montarem uma barraquinha de cachorro quente e logo tudo estava pronto. As apresentações aconteceriam em um palanque ao ar livre. Ele era bem montado e estruturado. Soube que toda a estrutura e as caixas de som foram doadas por um cara generoso que trabalha com organização de eventos de grande porte.
Minha professora de dança e outros alunos da minha universidade começaram a chegar, inclusive Isis. Ficamos conversando enquanto ajudávamos o pessoal a terminar tudo.
Fiquei tão ocupada ajudando a galera que quando dei por mim, o evento já estava começando. Corri para o camarim que arrumaram para eu me trocar e esbarrei com um cara com tanta força que eu caí de bunda no chão.
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Por trás da Máscara [CONCLUÍDA]
ChickLitMaria Madalena Vitorino de Almeida - Ou Madalena/Madá para os íntimos - está empolgada por ser a caloura em uma das melhores Universidades de artes cênicas do Rio de Janeiro. Claro que ela estaria mais empolgada se não tivesse se inscrito no curso e...