Capítulo 29 - Ajuda

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Acordei assustada com o barulho do despertador do celular de Vicente. Tocava uma música que eu não conhecia em seu telefone, e por um momento, tive vontade de fechar os olhos. Porém, ao ver que eu estava enroscada nos braços dele, eu despertei completamente.

Ele abriu os olhos e desativou o despertador, voltando a dormir. O celular estava no vão do sofá, então foi fácil para ele fazer aquilo.

— Por que dormimos no sofá? — perguntei para Vicente, que ainda estava de olhos fechados.

— Você dormiu nos meus braços. Fiquei com medo de te acordar e acabei dormindo também. — Minhas bochechas ficaram coradas na hora. Nós tínhamos adormecido nos braços um do outro, naquele sofá apertado.

— Isso explica porque o meu pescoço dói. — respondi, na tentativa de descontrair um pouco. Eu estava com a cabeça inclinada para a cima, ainda apoiada no peito de Vicente. O calor de seu corpo contra o meu me arrepiava.

Vicente abriu os olhos e me encarou com um sorrisinho no canto dos lábios.

— Pelo menos tivemos calor humano. — Rindo, eu me sentei no sofá. Minha cabeça não doía mais, mas meu cabelo deveria estar todo amassado afinal, eu tinha dormido com ele molhado sem finalizar ou pentear.

— Acho melhor nos apressarmos.

— Hoje é domingo. Não tem aula, Draminha. Eu esqueci de tirar do despertador.

Puxa vida. Eu estava mesmo perdida no tempo.

Voltei a me deitar do seu lado, me sentindo constrangida e sem jeito. Eu queria descansar tanto quanto ele, mas agora que eu havia acordado, não tinha necessidade de continuar dormindo agarrada a Vicente naquele sofá.

Soltei um suspiro alto demais.

— Podemos ir para o quarto, se quiser. — Levantei a cabeça tão rápido que meu pescoço doeu de novo. Acho que Vicente só podia estar sonâmbulo!

— Você quer dizer eu ir pro meu quarto e você pro seu?

— Não, quis dizer nós dois irmos para um dos quartos juntos. — Abri a boca em indignação, mas Vicente não viu porque ainda estava de olhos fechados. Um sorriso de canto deixava a sua boca extremamente convidativa, mas tentei não ligar muito para esse fato.

— E porque eu faria isso?

— Por que nós já dormimos juntos mesmo...

— Não sei se é uma boa ideia.

— Tem medo de não resistir a mim? — Ele abriu os olhos e me encarou. O brilho de divertimento em seu olhar me dizia que ele só estava zoando com a minha cara, mas consegui distinguir em suas orbes um pouco de desejo.

— Claro que não! Eu só não acho prudente.

— Relaxa, vai. — Ele me puxou para seus braços e nós ficamos ali, abraçados. O sono voltou a me perturbar, então eu só me entreguei a sonolência.

Acordei novamente depois de meio dia, mas dessa vez eu estava sozinha no meu mais novo quarto. Me virei de lado, me sentindo descansada. Vicente deve ter acordado e me carregado até ali.

Fui para o banheiro aliviar a minha bexiga e vi como eu estava horrenda no espelho. Como eu suspeitava, o meu cabelo estava todo amassado por ter dormido com ele úmido e sem finalizar. Molhei-o na pia da cozinha e o prendi de qualquer jeito, já planejando procurar meus cremes depois que eu fosse desfazer as minhas malas.

Saí do quarto e encontrei Vicente cozinhando. Ele ouvia uma música no rádio e parecia concentrado.

— Quer ajuda? — perguntei para ele quando o vi fazendo batata frita. Avistei um prato com alguns bifes acebolados perto dali.

Por trás da Máscara [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora