Cap. 8 Carona

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Capítulo revisado. 


Uma nova semana começa com uma linda segunda-feira, que estava com um clima maravilhoso. Tudo hoje estava com um astral ótimo, parecia que algo muito bom ia acontecer.

E eu torço muito para que isso aconteça.

Tomei um banho extremamente relaxante e resolvi me arrumar um pouco mais hoje.

O meu cabelo hoje também resolveu colaborar e estava perfeitamente alinhado. Não que ele fosse bagunçado ou me desse trabalho para arrumar, ele era liso com as pontas onduladas, porém na maioria dos dias ele ficava bem frisado.

Coloquei uma saia jeans plissada, uma blusinha florida ombro a ombro e uma sapatilha preta. Passei uma maquiagem bem leve e o meu perfume favorito que comprei aqui.

Arrumação de mais para ir para faculdade?

Sim, mas não sei, hoje eu só quero ser bonita.

Estava linda, cheirosa e devo me glorificar que sou bem gostosa.

Apanhei todos os meus materiais e rumei para a universidade.

Quando já me encontrava dentro do elevador com a porta quase se fechando ouço um alguém falando.

— Segura, segura. — Gritou do corredor.

Coloco a mão em frente à porta para que voltasse a se abrir e um Aspen um pouco ofegante e descabelado entra.

— Bom dia e valeu — Cumprimentou com pedaço de pão na boca.

— Bom dia. — Retribui o gesto. — Por que parece que você está pronto para ir em uma maratona? — Reparei que ele estava com mochila nas costas, tênis, uma garrafa de água em uma mão e na outra, mais dois pedaços de pão.

— É que eu vou a pé hoje para facu. — Deu de ombros.

— Mas cadê o seu carro? — Eu estava sem entender do por que ele estar indo a pé.

— Não é meu carro, e sim do Carter, mas de qualquer forma tá no conserto, o da Celeste já tem a Marlee, o Carter e monte de caixas nossas, ela também não quer ver minha cara por um tempo pelo jeito e o Maxon, bem, vai de moto e já geralmente tem companhia pra isso. — Me explicou.

— Se quiser eu posso te dar uma carona, vai ser até bom que eu vou ganhar uma companhia. — Ofereci.

— Não, não precisa. — Disse balançando as mãos em negação. — E outra eu ainda tenho que passar em uma cafeteria, já que não tive tempo de fazer o meu café e não vivo sem café.

— Eu posso passar lá com você. — Sugeri

— Sério Mirella, não precisa, não quero te incomodar nem um pouco com isso. — Ele tentou argumentar, mas eu não sou de desistir tão fácil.

— Que isso, não vai incomodar nem um pouco e outra de devo essa por concertar meu cano semana passada.

A porta do elevador abriu e eu puxei o seu braço de volta para dentro para ele ir para a garagem.

— Olha, você não me deve nada eu só te fiz um favor, mas... — Eu fiz uma carinha de cachorrinho sem dono e ele revirou os olhos. — Tudo bem eu vou com você. — Ele disse e bati palmas em comemoração.

A porta se abriu novamente e dessa vez saímos indo em direção ao meu carro.

A garagem não ficava no subterrâneo do prédio, é que a portaria fica numa rua mais alta e a garagem em outra rua que é mais baixa.

— Tem uma padaria a umas duas quadras daqui, no caminho mesmo da universidade não quero te atrapalhar de forma alguma. — Se pronunciou no momento em que eu ligava o carro.

— E não está atrapalhando, vai ser até bom ter um pouco de companhia.

A padaria não era muito longe de casa, mas passamos o caminho todo cantando as músicas que apareciam no rádio.

Estacionei na porta e ele saiu para comprar o seu café. Alguns minutos depois voltou com dois copos na mão, me entregando um.

— Como disse que é britânica, e até onde eu sei os britânicos amam chá, fiz questão de lhe trazer um como forma de agradecimento. — Peguei o copo de sua mão que estava com um cheiro maravilhoso.

— Não precisava, mas obrigada. — Agradeci.

Tomei aquele chá de camomila com hortelã. Ele não se comparava aos chás que tomava em Londres durante alguns cafés da manhã com minha família, mas passou bem perto.

— Está maravilhoso, me lembra muito a minha casa, todo o café da manhã tinha um desse, posto que era o favorito do meu pai. — Exclamei tentando contar as lágrimas que já se formavam em meus olhos.

— Soube que tentou roubar a minha namorada esse fim de semana, não é? — Desviei minha atenção da estrada e encontrei um sorriso brincalhão.

— Não tenho culpa que sou bem mais irresistível que você. — Joguei meu cabelo em sinal de deboche, arrancando sua risada e a minha. — Foi o Maxon que te contou não foi?

— Também, a Marlee chegou lá em casa indignada e mandando eu abrir os olhos perante você, já que eu fui trocado. — Dei uma gargalhada alta, imaginando a cena. — Então que fique sabendo que eu não desistirei fácil daquela mulher, não importa o que você fizer eu farei melhor.

— Duvido muito, mas deixo você ganhar essa guerra, já feri o orgulho masculino suficiente de pelo menos um mês.

— Imagino que seja do meu colega de quarto que está solteiro. — Induziu.

— Acertou. — Rindo, por saber de quem se tratava.

— Me diga, o que fez para aquele pobre homem sofrer tanto? — Ensaiou como se estivesse em uma peça de teatro de drama.

— Nada de mais, apenas disse que a sua namorada poderia ser capaz de me deixa com tesão apenas com as palavras ao contrário dele.

Aspen deu uma gargalha que achei que ele ia engasgar, ele ria e balançava a cabeça, como se não acreditasse no que eu tinha dito.

— Meu Deus, eu faria de tudo para ver essa cena. — Respondeu rindo. — Mano, eu não acredito nisso, vou zoar ele até o fim da vida.

— Aceito meus créditos por participação.

— Fechado.

No momento em que freie o carro ele se despediu e seguiu o seu rumo para o prédio da área de direito, então eu fui para o meu.

Entrei na sala e me posicionei no mesmo lugar de sempre, ao fundo.

Escondida.

Isolada.

Sozinha.

Aquele chá mexeu muito comigo, fiquei encarando o copo vazio por acho que alguns minutos.

Lembrar do meu pai ainda é muito doloroso, lembrar das coisas que ele gostava dói na mesma intensidade.

— Sinto tanto a falta de vocês. — Sussurrei e o professor passou pela porta.

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OIOIOIOIOIOIOI MENINAS

Uma nova amizade no ar. 

Um beijo, se cuidem e até o próximo. 

Mudando os horizontesOnde histórias criam vida. Descubra agora