Cap. 12 Por você... com você

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Capítulo revisado. 


Passar por um momento traumatizante na sua vida é algo muito difícil de se lidar, no momento em que acontece a ação você tem várias reações, medo, raiva, angustia, depende do que acontece, mas depois você pensa, o que eu poderia ter feito diferente? Por quê isso foi acontecer logo comigo? Então vem a culpa. Você se culpa mesmo estando certo, mesmo que 99,9% das suas ações foi correta, mas aquele 1% errado é que te faz se julgar por muito tempo.

É difícil até mesmo confiar nas pessoas ao seu redor, pessoas em que você podia descrever a sua vida, que vendava os olhos e deixava elas te guiarem por um simples ato passam a lhe dar medo, como também pode acontecer de pessoas em que você sente medo por uma única ação te faz ter total confiança.

Maxon me abraçou um tanto relutante, com medo da minha reação. E se assustou quando eu o abracei com força e me derramei em lágrimas com seus braços fortes ao meu redor.

Eu só queria conforto, só queria me sentir segura, naqueles breves minutos em que fiquei nos seus braços eu voltei para o meu mundo particular no fundo da minha mente, sem ter noção do que acontecia ao meu redor.

O ouvi falar alguma coisa com as meninas, pelas palavras que não chegavam em frases completas em minha mente, só entendi polícia e denúncia, mas eu fiquei com tanto medo de ter que descrever o que que aconteceu que agarrei o Maxon com mais força.

— Vai ficar tudo bem, eu estou aqui por você... com você. — Sussurrou me apertando cada vez mais e depositando beijos no topo da minha cabeça.

Eu não pude responder as lágrimas emundavam minha garganta e meus olhos, ficamos assim por um tempo até ele me soltar. Senti como se estivessem arrancando algo de mim. Me tirando da minha órbita.

— Vou leva-la embora. — Disse para as meninas que nem me lembrava que estavam ali.

— Tudo bem, já liguei para o meu irmão que é da polícia expliquei toda a situação e eu que vou denunciar como se tivesse acontecido comigo no momento é melhor deixá-la descansar.

— Obrigada. — Disse entre soluços.

Maxon passou o braço em volta da minha cintura e me puxou para perto me reconfortando novamente.

Esse é o meu novo recanto.

— Onde está seu carro? — Perguntou me encarando nos olhos simplesmente apontei, peguei a chave do veículo e lhe entreguei.

Meu corpo funcionava muito no piloto automático. Sem reação, sem sentimentos, sem pensamentos, somente a parte física era presente.

Ele não me soltou por nada, chegamos no automóvel, abriu a porta pra mim e rodou para o outro lado, dirigiu o tempo todo segurando a minha mão e fazendo carinhos, de tempos em tempos puxava minha mão até seus lábios e dava um beijo delicado.

Eu não sei o que ele viu, ou o que sentiu quando se deparou com a cena, mas alguma coisa mudou dentro dele, devo confessar que para melhor.

Chegamos no prédio meia hora depois por causa do trânsito, ele deu a volta e abriu a porta para mim, me puxou com delicadeza pela cintura e guiou até o elevador, passou mais uma vez os braços bem fortes ao redor do meu corpo, deu alguns beijos no topo da minha cabeça.

— Com fome? — Perguntou baixinho, eu apenas confirmei com a cabeça. Entramos em casa e fiquei sem saber exatamente o que fazer. — Toma um banho para poder relaxar que eu vou pedir um lanche pra gente. — Se tom de voz era bem cauteloso.

— Tudo bem. — Minha voz se mantinha bem fraca por conta do choro.

Eu gosto bastante dessa preocupação de Maxon comigo, sei que pode parecer idiota, mas já tem dois meses que ninguém se preocupa apenas comigo, sempre pensam no dinheiro, na herança, nas empresas, mas comigo essa preocupação morreu junto com os meus pais.

Mudando os horizontesOnde histórias criam vida. Descubra agora