Cap. 61 Até o final

238 21 103
                                    


O barulho lá embaixo anunciava que a casa estava cheia. Afinal de contas era um dia de festas. O problema é que eu estou muito enjoada e sem nem um pingo de vontade de descer, mas não tem como fazer isso, porque a final de contas é o aniversário do meu namorado e eu tô grávida de um filho nosso.

Meu Deus, eu tô surtando pra caralho.

O Maxon já me acalmou umas cinco vezes e mesmo assim eu acho um novo motivo para surtar. Eu começo com um surto aleatório que no final chega no ponto de que eu possa estar fazendo mal ao bebê, então surto de novo.

Foi uma tarde inteira de lágrimas de alegria, nervoso, medo e acredito que todos os sentimentos existentes, porque a única coisa que eu conseguia fazer era chorar, às vezes nem tinha motivos, mas lágrimas escorriam dos meus olhos involuntariamente. O Maxon surtava um pouquinho, mas logo tinha que socorrer ao meu surto, que sempre era maior, com medo de que tanto eu quanto o bebê passarem mal e não seria nem um pouco legal passarmos o seu aniversário em um hospital.

Passamos o dia comendo besteiras, beijos carinhosos, tentando manter a calma, sem entender direito como faríamos isso, só sabíamos que faríamos. Vai ser difícil, mas estamos juntos, hoje e sempre, até o final.

Olho novamente para o espelho acariciando a minha barriga, ainda não é possível ver nenhuma alteração no meu corpo, porém Maxon diz que meus seios estão um pouco maiores e eu já acho que estão apenas sensíveis.

Meu namorado me abraça por trás colocando as mãos sobre as minhas que estão no meu ventre e nos encaramos no espelho, ele está lindo nos seus trajes como sempre pretos. Uma camisa social, uma calça escura e um relógio prateado para descontrair o look.

— Acha que é o momento certo para contar, acabamos de descobrir? — Meu tom de voz é de alguém que está muito nervosa, mas é um, nervosa pra caralho. E não é para menos.

— Minha família toda está presente e nossos amigos também, não sei de momento melhor. — Ele para e pensa um pouco. — Mas se você não quiser falar hoje, a gente pode decidir uma data melhor, ou ir falando aos poucos, não sei, quero fazer da forma que você acha melhor de contar, ruiva.

— Não é que eu não queira contar logo, mas é que. — Parei no meio da frase.

— É que? — Me estima a continuar.

— Eu não sei, e se eles não gostarem da notícia, se ficarem furiosos. — Meus olhos demonstram toda a aflição que está passando dentro de mim.

— Você já reparou em como os meus pais falam que eram doidos para terem mais filhos, tanto que já te consideram como uma, e a Brice às vezes reclama que não temos idades próximas. Meus avôs dizem que sentem saudades do tempo que tinham crianças pequenas por perto já que Brice está crescendo. — Ele me roda em seus braços para olhar em meus olhos. — Então não fique com medo da reação deles podem ficar um pouco surpresos porque não foi algo que planejamos para agora, mas essa coisinha linda veio na hora certa.

Como ele pode ser assim, meus olhos estão cobertos de lágrimas e estou com medo de estragar a maquiagem e ter que demorar mais do que já estou demorando.

— Eu amo e odeio você, sabia? — Ouço sua risada gostosa. — Amo pelas palavras e odeio por fazer meus hormônios atacarem. — Explico.

O beijo que deposita em meus lábios aquece o meu coração. Hoje ele está especialmente carinhoso comigo e algo bom e ruim. É sempre bom receber carinho e ruim por conta dos hormônios que me fazem querer chorar mais, apesar de achar que já devo estar desidratada, depois de hoje.

Mudando os horizontesOnde histórias criam vida. Descubra agora