Cap. 63 Trégua

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É sempre difícil dizer adeus.

Não importa se esse adeus é temporário ou para sempre. Nunca será algo que as pessoas mais gostam de dizer.

Não é algo que eu gosto de dizer.

A despedida não foi algo muito fácil de se fazer, ainda mais eu estando emotiva por todos, mas isso não quer dizer que a minha sogra não chorou horrores junto comigo, já que a próxima vez que viríamos para cá era no natal e ainda faltava 4 meses para isso.

Maxon foi me consolando a viagem toda, mas as minhas lágrimas só pararam quando uma menininha me deu um pedaço do seu chocolate e disse que nada era tão ruim que um pouco de chocolate não ajudasse.

Eu quero uma menina. Que seja desse jeito, pense nos outros, mas que tenha uma personalidade só dela, apesar que acho que podem pegar muito o meu lado, o que não vai ser muito bom, ela tem que puxar o jeito do pai, com a minha aparência.

Chegando em Angeles eu só queria dormir, a única coisa que eu via na minha frente era a minha cama. Só ela, afinal de contas eu durmo por duas agora. Então apenas me joguei com um certo cuidado me aconchegando no colchão. Já estava quase pegando no sono quando senti a cama se afundar ao meu lado.

— Tem certeza que concorda de eu me mudar para cá? — Sussurra no meu ouvido, com a voz temerosa. Eu sei que ele tá doido para vim para cá definitivo, mas não quer invadir o meu espaço.

— É claro que eu quero meu amor. — Minha voz já é bem sonolenta. — Tô doida para ver você aqui todo dia.

— Tudo bem, vou arrumar as minhas coisas, quem sabe os meninos não encontram outra pessoa para morar com eles.

— Tá bom. — Senti um beijo na minha testa e apaguei.

Tirei um cochilo muito rápido, apenas para descansar os músculos da viagem exaustiva.

Assim que me sentei na cama e olhei ao redor vi meu quarto todo diferente.

É talvez não tenha sido apenas um cochilo rápido.

Tinha caixas por toda parte no chão e pelo que percebo talvez eu tenha dormido por muito tempo, já que ele conseguiu montar a sua escrivaninha ao lado da minha.

— Dormiu bem? — Diz entrando no quarto com mais uma caixa nas mãos, apenas assenti. — Com fome?

— Não, quer ajuda em alguma coisa?

— Só falta colocar as coisas no lugar. Você tem certeza que não tá com fome? Você dormiu por umas 3hrs.

— Tenho, quando a gente terminar podemos comprar uma pizza para comemorar que tenho um novo colega.

Não demoramos muito para arrumar a casa do nosso jeitinho, comemos pizza assistindo filme e por fim dormimos como estávamos desde o seu aniversário com a sua mão sobre o meu ventre.

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Mais um ano letivo começando e dessa vez tenho mais desafios do que o normal, não apenas tenho que preocupar comigo, com as minhas notas e com a minha empresa, mas também com a nova família que estou formando.

Maxon é uma pessoa tão atenciosa que às vezes, acho que por conta dos hormônios, eu brigo com ele por me perturbar com tanto carinho e atenção. Como ontem por exemplo, ele chegou do mercado me abraçando, perguntando se eu estava me sentindo bem, se já tinha comido, isso porque só tinha saído à pouco mais de 20min, então ele se ofereceu para fazer o jantar, mas não parava de me perguntar as coisas, até que eu estressei, o xinguei e me tranquei no quarto. Depois me senti um pouco mal, afinal ele só está preocupado, então voltei para a cozinha o abraçando e beijando como pedido de desculpas.

Mudando os horizontesOnde histórias criam vida. Descubra agora