Capítulo 32

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- Lamar -

Após Josh sair todo irritadinho do porão e Diarra ir atrás dele, fiquei mais um pouco com os outros no local. Eu entendia o motivo pelo o qual ele se irritara tanto com aquilo, mas não dava pra relaxar um pouco?

Se aceitar uma ajuda de Simon, roubar para ganhar, significava manter a honra de nossa casa, isso não valia a pena? Afinal, os fins justificam os meios, certo? Além do mais, ele não era a pessoa mais justa e honesta, enfim a hipocrisia.

- Vocês acham que ele ou Diarra podem contar algo aos outros? - Pepe se jogando em um pufe azul no meio da sala.

- Diarra não faria isso, ela pode ser contra mas não é cagueta. - Sina diz de costas para nós observando o mapa dos tuneis.

- Já não sei se podemos falar o mesmo de Josh. - Bailey diz se jogando em outro pufe ao lado de Pepe.

- Ele só tá um pouco traumatizado cara, pega leve. - Digo. - Acho que Josh não faria isso, ele não é próximo de ninguém das outras casas, provavelmente os odeia, e não confia em mais ninguém além da gente.

- De qualquer jeito temos que tomar mais cuidado, sabemos que com raiva, Josh é capaz de quase qualquer coisa. - Bailey diz e concordamos lentamente.

- Bom, eu já vou indo, vocês vêm? - Pergunto indo em direção a saída, Sina me acompanha e Pepe e Bailey apenas murmuram um "daqui a pouco vamos embora."

Saí com Sina dos tuneis, tomando cuidado para ninguém nos ver, o sol ainda não tinha ido embora completamente e aproveitei para passear um pouco no jardim antes de ter que ir pro refeitório jantar.

Fico um tempo apreciando o sol ir embora, fazia quase vinte minutos que estava ali e o sol parecia nunca querer ir embora, o céu estava mais belo do que tudo que eu já tinha visto.

Quando o sol finalmente foi embora e as luzes do jardim acenderam em sua total funcionalidade, foi quando eu finalmente percebi a coreana sentada na grama enquanto observava distraidamente o céu. Me aproximei devagar na intenção de lhe dar um susto e quase escorreguei em uma poça de lama, acabei me jogando pra frente e cai bem na frente da coreana, de cara no chão.

- Ai meu deus, você tá bem? - Perguntou ela preocupada, me levantei calmamente a encarando pouco antes dela começar a rir, e céus, aquilo não era uma risada, era uma música feita por anjos. - Desculpa, é que você tá engraçado com esse tanto de grama no cabelo.

- É bom saber que minha desgraça trouxe um sorriso pra essa linda carinha séria. - Digo a observando, ela ruboriza um pouco, mas não desvia o olhar. - Sabe senhorita Jeong, a senhorita é uma mulher muito difícil de se achar, está esquecida do compromisso que combinamos de marcar?

- Pare com essa formalidade. - Diz ela fazendo uma careta fofa. - Não me esqueci de nada senhor Morris, apenas estive muito ocupada estudando nos últimos tempos, infelizmente, uma coroa sob a cabeça não significar passar sem problemas nas matérias.

- Uiui, toda estudiosa. - Digo a provocando e com a mão ela me empurra, me fazendo cair de novo na grama, mais uma vez, sua risada dá o ar de sua graça. - Se eu continuar caindo na grama desse jeito, Krystian vai me fazer dormir do lado de fora, nem em mil anos ele me deixaria entrar todo sujo em nosso quarto.

Heyoon ri mais uma vez, aumentando o sorriso que eu nem sabia que tinha em meu rosto, antes que qualquer um de nós pudesse dizer mais alguma coisa, o sinal da escola toca, sinalizando que o jantar estava prestes a ser servido. Nos levantamos rápido e começamos a caminhar na direção do refeitório, sem que Heyoon percebesse, pego uma flor e a escondo atrás de mim, faço a coreana parar de andar e se virar pra mim, e logo em seguida ergo a flor para lhe mostrar.

- Uma flor para outra flor.

- Não achei que você fosse um daqueles conquistadores baratos. - Diz ela pegando a flor e me olhando com um sorriso no rosto. Ponho a mão no peito, fingindo me ofender.

- Me ofende com tais palavras, agora não há volta, teremos que entrar em guerra. - Digo fazendo uma voz séria, Heyoon ri mais uma vez.

- Entra na fila bebê. - Diz rindo pouco antes de sair correndo em direção ao refeitório que estava a poucos metros de distância.

Fico parado a observando correr por um tempo antes de correr também, pra fugir da chuva que agora caía sem nenhuma complacência. Quando entrei no refeitório, os outros já estavam na mesa de sempre, tirei o máximo de grama que pude do cabelo e das roupas antes de ir até lá, e quando cheguei perto percebi a tensão que ali estava.

Josh e Bailey se encaravam furiosos, controlando a voz para que ninguém além dos que estavam na mesa os ouvissem, cheguei a tempo de ouvir pelo menos um último trecho da briga.

- Você está assim todo sentimentalzinho por aquela villin ter salvado sua vida, mas ela não é só uma desconhecida que você odeia, ela é sua noiva. - Bailey diz quase gritando, alguns olhares se viram para nossa mesa e antes que eu ou qualquer outro pudesse intervir Josh fala.

- Não é tão melhor do que eu May, você também é noivo de uma villin, mas isso não faz com que a gente fique te importunando atrás de coisas só pra te irritar, vê se cresce. Vidas correm perigo, dessa vez fui eu, da próxima pode ser você ou qualquer outro. Entrar no jogo de Simon é a mesma coisa que ser cúmplice de assassinato.

Ninguém teve tempo de reagir, em um segundo estavam todos sentados, e no outro Bailey estava por cima de Josh lhe distribuindo socos, Josh também revidava e os dois começaram uma briga sangrenta no chão.

Antes que eles se matassem, Pepe, eu, Noah e Krystian nos metemos no meio dos dois. Recebemos alguns socos, mas no final conseguimos separar Josh e Bailey, que mesmo separados, se olhavam com extrema raiva.

- Cara, para com isso, não vai ser bom pra ninguém. - Pepe diz ao meu lado, nós dois segurávamos Bailey com toda a força que tínhamos, mas de vez em quando ele quase fugia.

- Se acalma. - Digo pra Bailey.

A essa altura, todos os olhares estavam em nós, Sina e Diarra espantaram a atenção dos curiosos e tiramos Bailey e Josh do mesmo local. Josh foi pro próprio quarto e Bailey saiu em direção as quadras de esporte.

- Que merda acabou de acontecer aqui? - Pergunto.

- Eles começaram a se ofender e quando vimos estava no nível do que você ouviu. - Sina diz passando as mãos no cabelo nervosa.

- Acham melhor irmos atrás deles? - Pepe pergunta também nervoso.

- Melhor não, eles não são crianças, vamos só dar tempo ao tempo. - Diarra diz respirando fundo, antes de se sentar e voltar a comer.

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