Capítulo 53

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- Diarra -

Era um pouco difícil acordar em um quarto enorme e vazio depois de eu ter me acostumado com a brasileira a dividir quarto comigo e a já acordar com ela praticamente pronta para o dia escolar.

Ser "aliada" de Simon estava não só quase custando vidas como também amizades, e ódio do colégio vinha de brinde. Daft e Villin estavam fazendo suas próprias alianças, resultando a Slora o título de excluído da panelinha social.

Se eu ganhasse 1 real a cada olhar de raiva e desgosto que era direcionado a mim e a meus amigos, eu já estaria mais rica do que já sou. A vida social nesse colégio estava praticamente um inferno, Slora estava sendo mais odiado do que Villin um dia já foi, e eles gostavam de deixar isso bem claro. Tinham uma espécie de índice de raiva distribuído todas as semanas por via internet, e minha casa estava chegando ao pico.

Levantei da cama sem vontade nenhuma, só queria que voltássemos a ser pelo menos tolerados. Adolescentes são terríveis, ainda mais aqueles que possuem o futuro de um reino em suas mãos.

Tomei um banho rápido e vesti meu uniforme azul escuro com uma dignidade que eu já nem sabia se ainda existia. Eu estava com uma vontade imensa de ser expulsa de Slora como Josh foi, mas sabia que se fizesse isso não ia ter como evitar mais mortes, então apenas respirei fundo e sai do meu quarto.

Ontem à noite alguém acionou o alarme de emergência do colégio, tentei descobrir o que havia acontecido, mas não consegui, os monitores fizeram todos os alunos continuarem em seus quartos e não deixaram sairmos além da porta.

Passei pela sala dos brasões, lembrando de quando o brasão de Slora havia sido pintando, foram a alguns meses atrás, mas parecia que foram a anos.

- Bom dia. Tá fazendo o quê ai parada? - Sina pergunta surgindo ao meu lado.

O salão estava vazio, exceto por nós duas.

- Pensando em quando não éramos odiadas. - Assumo suspirando fundo.

- Isso vai acabar em breve. - Sina diz mentindo, e eu sei que nem ela acredita nisso.

- Tomara. - Digo e então me viro para encará-la. - O que você está fazendo aqui?

- Vim te buscar, Simon comunicou uma reunião de emergência.

- Quando?

- Agora. - Responde ela abaixando o tom da voz. - É arriscado, nós todos sabemos, mas se ele chama a gente não há muito a se fazer além de ir.

Começamos a caminhar na direção oposta a cafeteria.

- Não somos os cachorrinhos de Simon, não devíamos ir quando ele simplesmente quer. - Digo frustrada. Meu dia já não estava às mil maravilhas, e lá vinha Simon para piorar tudo.

- Odeio isso tanto quanto você, acredite. - Sina diz simplesmente e ficamos quietas o resto do caminho.

Chegamos no auditório, nos certificando de que não havia ninguém perto, e entramos no mesmo, indo logo em direção ao centro. Entramos nos tuneis sem muita dificuldade, e nos deparamos com a sala de reunião mais cheia do que o comum, entre eles estava a colega de quarto de Any.

- Que bom que já estão todos aqui. - Simon fala meio alterado. O ignoro e me sento em um pufe ao lado de Pepe. - Algum de vocês têm algo a me contar?

- Tipo o quê? - A colega de quarto de Any pergunta com a sobrancelha arqueada.

- Tipo quem foi que invadiu meu escritório ontem? - pergunta ele extremamente irritado. - Seja quem for, pode falar agora, e eu prometo ser o mais condescendente possível com o castigo.

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