Capítulo 65

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- Nour -

Havia ocorrido uma grande briga no refeitório envolvendo integrantes das três casas, e pelo pouco que eu vi havia sido meio violenta. Só sei que quando percebi, a Yonta já havia aparecido e separado a briga, percebi que os outros ficariam bem encrencados, menos os de Slora.

Com as coisas "fechadas", Simon nem escondia mais sua preferência, o que só causava mais revolta por parte dos alunos, alguns até atacavam alguns membros de Slora. Nem todos eram inocentes, mas não se podia julgar as frutas pelas podres.

Enquanto eu tentava ir atrás de Yonta e tentar fazer algo pelos meus amigos, senti uma mão me puxar pela nuca e me desesperei. Eu estava num corredor vazio, e Yonta já estava muito longe com os demais, eu estava dependendo apenas de mim mesma, e isso me desesperou mais ainda.

A mão forte pressionou com mais força meu pescoço e puxei para dentro o ar com bastante dificuldade, me debatendo e tentando escapar.  Fui puxada para cada vez mais longe dos corredores movimentados, minhas chances iam diminuindo e isso me fazia querer chorar.

Tentei dar uma cotovelada no abdômen de quem me segurava mas apenas senti dor no meu cotovelo, depois disso um pano foi pressionado em meu rosto e eu apaguei completamente.

Quando abri os olhos, estava em uma sala escura e fedendo a mofo. Meus braços e pernas estavam amarrados na cadeira onde eu me encontrava sentada.

Meus olhos demoraram um pouco a se acostumar a pouca luz no local, e quando consegui, enxergava muita pouca coisa. Apenas a silhueta de uma porta a alguns metros de mim e algo parecido com uma janela ao lado da mesma.

Fazia calor, eu me sentia em uma fornalha. "Que quem quer que tenha me sequestrado não me cozinhe viva" oro baixinho procurando meios de me libertar, mas as cordas estavam muito apertadas e ardiam meus braços conforme eu tentava me libertar.

- Não está confortável com suas acomodações senhorita Arkadani? - a voz de Simon soa pela saleta e eu me assusto, tento controlar meu medo.

- Bem que você podia ter dado uma limpadinha antes né? Uma limpeza não faz mal a ninguém. - Digo tentando não gaguejar, enquanto procurava de onde vinha sua voz.

- Tenho que dizer senhorita Arkadani, fiquei muito decepcionado quando soube de sua traição. - Ouço passos se aproximando e me desespero. - Nunca imaginei que você se rebaixaria ao nível de um Villin, ou de uma planta de Daft.

- Você só pode estar brincando não é? - pergunto rindo alto. - Slora é o verdadeiro vilão aqui junto a você, e você só tem todo esse ódio porque os de Villin nunca se curvaram a sua vontade, e os de Daft? Eles são mais íntegros do que Slora nunca chegou a ser.

- CALE-SE - Berra Simon gritando.

- A verdade dói não é mesmo? - questiono e não recebo uma resposta, então apenas continuo a cutucar a onça com vara curta. - O cerco está se fechando, daqui a pouco nossos pais invadem esse lugar e vai ser a sua ruína, você não pode lutar com todos os países do mundo Simon, e também não pode tê-los para si. Você acha que minha traição começou quando conheci Any, mas você está muito enganado, conhecer ela só me ajudou ainda mais a persistir em minha missão. Sua casinha de orgulho vai ser a sua desgraça.

Ouço o som de algo se quebrando e me retraio automaticamente. Abro os olhos e percebo que o que quer que havia sido quebrado não havia me atingido e muito menos adentrado a saleta.

Respirei de alívio e orei para viver da paciência de Simon apenas o suficiente para alguém vir atrás de mim e me salvar.

- Krystian -

DUAS SEMANAS DE DETENÇÃO! DUAS!

E tudo porque da briga, que ódio!

Confesso que o motivo foi meio infantil de todas as partes, mas ele meio que foi um catalisador, ninguém mais suportava ficar quieto com tudo o que estava acontecendo.

Saímos da sala da Yonta depois que fomos separados em pequenos grupos, cada um com sua casa e depois de recebermos advertência ela nos liberou. Enquanto saíamos da sala acabei notando um envelope vermelho escondido discretamente atrás de um vaso de planta.

Discretamente, me aproximei e peguei o envelope, o enfiando no bolso, depois, faço um sinal para Any, Noah, Sabina e Joalin me seguirem. Mas como obviamente eles são lerdos, não entenderam direito e eu fiquei parado no corredor fazendo gestos enquanto eles me olhavam sem entender nada.

- Você tá com dor de barriga? - pergunta Noah.

- Não, eu acho que ele tá com dor no braço. - Sabina diz cruzando os braços.

- Não sejam idiotas, ele obviamente está tendo uma dor no baço, que consequentemente está afetando o fígado. - Joalin diz e eu a olho desacreditada.

- Sério isso? - pergunto levantando o envelope vermelho. - Me sigam - completo pausadamente e finalmente eles entendem.

Tem que ter muita paciência com esse povo lerdo.

- O que é isso? - Any pergunta quando chegamos a um lugar mais afastado.

- Vamos ver agora. - Digo abrindo o envelope de qualquer jeito.

"Soube que estavam a nossa procura, péssima escolha se me permitem dizer, mas se assim o querem, vão hoje a noite no lugar onde receberam suas missões, no mesmo horário. E ah, vão sozinhos, não queremos seus amigos metidos em nossos planos.

H & K"

Termino de ler o que estava escrito e todos me olham apreensivos.

- Isso foi mais fácil do que eu imaginava. - Any diz surpresa.

- E se isso for uma armadilha? - Joalin questiona. - Pode ser Simon tentando nos capturar.

- É um risco que devemos correr. - Digo convicto. - Avisamos as garotas, e se algo acontecer, elas vão arranjar um plano. - Completo e eles assentem novamente.

- E eu achando que minha época de ficar me esgueirando por esses corredores havia acabado. - Sabina diz dramática e apenas rimos. - Estou falando sério.

- Sabemos Sabi. - Noah diz passando o braço pelos ombros da mexicana que acaba lhe dando um tapa no braço ao perceber a ironia.

Enquanto caminhávamos de volta para os dormitórios, me distanciei do grupo e fui falar com Savannah, o encontro com os representantes era só uma desculpa para minha verdadeira intenção. Eu estava adiando essa conversa a tempo de mais.

Bati duas vezes na porta e esperei pacientemente alguém a abrir.

- Tá achando que esse quarto é a casa da mãe Joana? - pergunta Savannah quando abre a porta, passo por ela e entro, me jogando em sua cama. - E além de tudo ainda é folgado? Eu mereço viu. - Completa ela revirando os olhos.

- Eu sei que você me ama. - Digo convencido.

- Tanto quanto eu amo estudar. - Diz ela irônica e eu apenas rio. - O que você quer aqui?

- Conseguimos contatar o representante de Villin. - Digo brincando com um fiapo da colcha. - Na verdade, eles que vieram atrás de nós, enfim, vamos encontrar eles hoje a noite.

- E se caso vocês sumirem, podemos entender que algo aconteceu certo? - questiona ela e eu assinto levemente. - A propósito, você viu a Nour? 

- Não, por que? - pergunto.

- Ela tá meio sumida, se a ver, diga a ela que a Shiv quer falar com ela. - Diz e eu assinto mais uma vez. - Foi só isso?

- Na verdade não, nós precisamos conversar.    

❤️

Obrigada pelos 13k de visualizações e pelos 2k de votos amores, vocês são o nosso tudinho ❤️✨

Postando de madrugada pq da insônia, só assim para não esquecer ou atrasar kkkkkkkkk

Uma pergunta, gostariam de uma segunda temporada com todos eles mais velhos?

Royal Academy ♕NOW UNITEDOnde histórias criam vida. Descubra agora