Eron
Eu fui com o delegado após ser informado do rumo do caso de Jonas , eu tinha certeza que Glória estava envolvida , mas eu jamais pactuaria com nada que fosse criminoso , ainda mais envolvendo meu filho e minha mãe tinha deixado bem claro antes de morrer, portanto não tinha dúvidas, só certezas , mas sem provas .
Mas , tudo mudou e o reconhecimento do carro de minha ex-mulher é um indício.
Chegamos na estrada que dava acesso a Fazenda e verifiquei o carro juntamente com o delegado e o detetive que vinha me auxiliando , mas também tinha três policiais conosco.
Eu vim no meu carro com o detetive e o delegado e os policiais em outro carro , tudo muito rápido porque estávamos travando uma luta contra o tempo , porque já havia dias que me omitiram que Jonas poderia estar com alguns traficantes de crianças e que se não estivesse morto provavelmente iria morrer, pois o objetivo era arrancar os órgãos e vendê-los .
Eu estava horrorizado e Glória aonde estava e entrava nisto?
Meu coração dava saltos de temor , só de saber que Jonas poderia estar sofrendo , sem a mãe vivo ou morto.
Andamos à pé para chegar a Fazenda porque o barulho do carro e ainda mais da polícia poderia assustar , então deixamos o carro perto do de Glória, enquanto o delegado e os policiais seguiam à frente , por sorte não andamos muito .
A Fazenda era bem velha , mas não tinha um aspecto feio , nada de suspeito, um campo vasto com alguns gados, que se misturavam com cabras e carneiros. Era bonito até de se ver , mas logo que alcançamos a cerca para entrar na casa , que era bem velha pois há muito não se via pintura, ouvimos o ruído de um cachorro , ou seja vários, mas fomos caminhando devagar e após alguns minutos rondando a casa , percebemos que os ruídos eram de crianças gemendo baixinho .
Quis gritar por Jonas, mas nestas horas mantive a minha inteligência e obediência, porque fora advertido pelo delegado de que teria que ficar em silêncio e assim permaneci em uma agonia que não durou muito.
Um dos policiais bateu à porta enquanto o outro estava aos fundos e eu e o detetive nos abaixamos por entre os blocos empilhados perto de uma árvore.
A porta demorou alguns minutos para ser aberta o que nos fez ficar em alerta , eu estava temeroso , queria que logo tudo isto acabasse .
Uma moça jovem apareceu e vi que tinha um rosto urbano, mas estava longe para ver e ouvir a conversa então, sai de onde estava e bem devagar , fui seguindo uma intuição que nem eu sabia que tinha.
Fui caminhando até chegar aos fundos, enquanto o delegado e o policial interpelava a moça .
Os gemidos estavam misturados ora com roncos abafados , que não sabia precisar , mas nada estava bom com aqueles sons.
Aproximei-me mais , de uma espécie de barracão e chamei :
- Jonas, quase em um sussurro .
- Jonas, chamei novamente .
Nenhuma resposta .
Bati na porta e chamei novamente ; desta vez um pouco mais alto e vi que um silêncio imperioso surgiu do nada, para depois recomeçar a gemer , eram choros contidos, sufocados .
O policial veio atrás de mim e me deu uma arma , que eu não iria saber como usar , mas vendo o detetive portando uma , me enchi de coragem .
O tiro veio surdo , mas era um tiro e este escancarou a porta do barracão e o que vimos ali foi aterrorizador.
Havia corpos de crianças, que não sabíamos se estavam desacordadas ou se estavam dormindo ou semi mortas .
Procurei Jonas por toda a parte , havia mais de dez crianças do sexo feminino e masculino jogadas feito bichos , sem nenhuma higiene. O fedor era forte.Jonas, gritei sem me importar com mais nada .
Uma menina me olhou e então apontou o dedo trêmulo e sujo até onde um garoto gemia quieto .
- Jonas!
Depois , só ouvi mais tiros vindo da casa e pude ver que não eram poucos .
Reconheci meu garoto e o abracei chorando , mas com forças para tira-lo dali .
Mas então perdi o chão quando um tiro atingiu meu braço e mais outro , mesmo assim atirei numa velocidade extrema em Glória e sai com Jonas cambaleando , o policial que foi atingido parecia morto e o detetive sumiu , me vi fraco e forte .
Glória ferida no chão e o delegado vindo em nosso socorro após ter travado tiro com os capangas e para minha surpresa , reconheci Flora , a empregada de Paula algemada e chorando muito.
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Céu de Esperas (Concluído)
RomanceEron e Paula. Um casal apaixonado mas que a vida separou. Qual será o desfecho de suas trajetórias? Será que Deus dará uma chance para eles? Será que a dor do abandono é maior que o amor que os unem? Esse romance é espiritual. Confira você mesmo o...