Capítulo - 50

4 0 0
                                    

Eron

Nunca pensei que o afastamento de Paula fosse mexer tanto  comigo , mais ainda do que na primeira vez que nos separamos.

Depois que sai da minha casa , deixando Glória para trás  e toda aquela loucura que um dia eu chamei de casamento,.

Eu  e Paula , infelizmente  não  nos vimos mais, eu tentei de todas as formas reatar nosso relacionamento, mas fomos atropelados por muitos imprevistos porque Glória caçou  Paula em seu escritório  e fez um escândalo,  dizendo que ela estava tendo um caso com o marido dela , que no caso era eu   e foi retirada a força  pelos seguranças do prédio onde fica o escritório  de Paula, fazendo com que a mesma prestasse queixa , na delegacia após  ser agredida a socos por Glória,  que insana passou a perssegui-la,  e eu só  soube bem depois, pois não  fui a procura de Paula de imediato. Estava deixando a poeira baixar , o que foi tarde demais.

Agora, me encontro aqui só  em um quarto de hotel, lutando contra meus sentimentos e a saudade de Paula e de meu filho.

Fui freado pelas atitudes de Glória  , pois Paula disse que nunca me perdoaria se eu revelasse agora o que sabíamos que foi feito conosco  no passado.

Paula temia por Jonas , por ela e por mim.

E ela estava certa .

Fui atender a porta e me deparei com um funcionário  do hotel que veio me avisar que tinha alguém  me esperando no saguão,  e  por eu não  ter atendido o telefone , ele veio pessoalmente.

Estranhei , pois não  se tratava de Glória,  eu também  tinha dado queixa dela à  polícia , ela estava me atormentando, não  me deixando trabalhar, e estava cada vez mais insana .

Entrei rápido  com o pedido de divórcio,  e foi devido ao escândalo  que ela fez que eu me vi obrigado a colocar a polícia no meio. Eu dividi os bens como devia ser dividido, segundo o meu advogado, mas não  foi o suficiente para Glória,  ela queria sempre mais , e eu para me livrar  abri mão  de mais do que devia do meu patrimônio.

Foi  exaustante  e eu tive a certeza que o ódio  que ela sentia de mim era bem pior do que eu imaginava.

Glória  me jurou,  e precisou ser advertida que  se  continuasse , o juiz seria obrigado  a prendê-la por desacato , sobretudo porque ela tinha alterado a voz com uma autoridade e o seu advogado não conseguia detê-la.

Hoje, depois de muito   estou quase livre dela, por que ela ainda me inferniza  a vida e tem usado a minha mãe  para fazê-lo.

Mas, voltando à minha realidade presente, mandei que o funcionário  dissesse  a quem quer que fosse que desceria para conversar,  sem receio do que poderia ser.Nada até saber o que era , era mais triste do que a ausência do meu amor e meu filho.

Ultimamente os últimos acontecimentos me tornaram mais fortes.

Vesti uma roupa e desci sem mais demora;  eu estava querendo me livrar de quem quer que fosse, para voltar para o meu mundo , já  que tinha me permitido tirar férias para colocar a minha cabeça  nos eixos.
Já  embaixo, no saguão,  eu caminhava
a passos decididos , mas parei,  porque estava vendo o inacreditável.

Me senti  um moleque com quinze anos, quando me deparei com a pessoa ali na minha frente.

- Paula?

Sim, era ela. 

Ela estava ali.  Ali, comigo , depois de meses sem nos falar, sem nos ver, eu, respeitando a sua vontade e o seu medo, e respeitando os meus, por temer por Jonas.

Paula me olhou e vi o seu estado de desespero ; estava toda descabelada, os olhos inchados de tanto chorar , o olhar perdido no nada  , num vazio angustiante, e eu soube naquele instante que não  era por minha causa que ela estava assim.

-Jonas?

Ela assentiu e se jogou em meus braços, chorando copiosamente .

Tentei não  me desesperar também,  pois queria saber o que tinha ocorrido com meu filho.

-Ei, calma,!  afaguei seus cabelos e senti seu corpo franzino junto ao meu .

-O que  foi? Ele se acidentou?-  Onde está?

Paula só  chorava, e o que dizia, eu não conseguia entender, até  que , com muito esforço,  ela  me olhou e eu , esperando a resposta que não veio , perguntei :

- Diga, Qual hospital?

Paula passou as mãos pelo rosto e disse:

-  Me ajuda,?  por favor, me ajuda.

Eu estava ficando mais do que contaminado pelo seu estado enlouquecedor .

- Pelo amor de Deus , Paula, o que foi?
Paula ,  me  fitou  sem me largar e disse:

-  Jonas, sumiu! Nosso filho foi raptado.

Eu não tinha palavras , a encarei e meu corpo todo estava trêmulo.

Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora