Capítulo - 27

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Contrariando aos que  não queriam que a minha vida andasse , eu fiz de tudo para que ela encontrasse o eixo. Eu era uma mulher forte , tinha um filho para criar e tinha saúde, então arregacei as mangas e comecei a trabalhar ,  mudei de emprego para um melhor , um novo escritório que pagava mais e dava para eu ter uma qualidade de vida maior  ; eu tinha que crescer , e com o passar dos anos , adquiri uma força tamanha  e consegui , aos trancos , barrancos e muito cansaço terminar meu curso de direito .

Agora eu era  Dra  Paula  Sacramento , especialista em causas trabalhistas , e  era assim que eu queria que  fizessem alusão á minha pessoa.

Com  o passar dos meses , logo que me formei, criei coragem e  pedi demissão do escritório em que eu trabalhava  e com um acordo amigável , meu antigo chefe me liberou, pagando tudo o que eu tinha direito como se despedida fosse ,  e com esta pequena soma , eu fui  montando com a cara e a força  que me envolvia, o meu escritório , e confesso que o medo se apoderou de mim, mas  eu fui em frente  e  contratei uma funcionária para  me auxiliar , pois contava com o meu próprio sucesso .

 Com  a minha auto estima lá em cima , eu garanti a tranquilidade e paz que eu queria para  ter uma vida profissional que me elevasse ao topo ; e eu não parava de trabalhar , e quanto mais eu me dedicava ás  causas que eu pegava , mais  ganhava as ações e mais adquiria mais clientes , pois a confiança era a alma do negócio.

Jonas crescia  e estudava e estava cada vez mais feliz , porque eu me desdobrava para  que ele ficasse assim.

Nunca me perguntava sobre o pai  , nem qualquer parente ; éramos  só eu e ele e os amigos  poucos que sobrara dos tempos de faculdade , meu filho era  um garoto lindo ,e não se parecia  comigo fisicamente , ele era a cara cuspida e escarrada do pai; até o jeito de olhar e franzir o olho  quando queria enxergar melhor . Eu já tinha levado ele no oftalmologista e não havia nada de errado com ele , era  dele mesmo , que eu sabia que Eron tinha este jeito também. Em verdade  Jonas era a cara do pai , e  eu  não sei se isto era bom ou ruim , porque sempre que eu olhava o meu garoto, lá estava Eron  e  por mais que eu quisesse não buscar o meu passado , ele estava vivo em meu filho , mas eu procurava  ficar bem , e agradecer por ter um filho lindo e maravilhoso que  preenchia os meus dias .

Nós  fazíamos nossas viagens juntos  e sempre que algum engraçadinho se aproximava  , eu dizia que era  uma mulher casada e que meu marido estava vindo . Jonas nada dizia , porque era uma combinação nossa , para podermos viajar bem .

Eu nunca mais tive , nem me interessei por ninguém , e vivia com  meu único amor que era o meu filho  e estava tudo bem , tudo bem conosco e eu vibrava a cada conquista  nossa em nos manter unidos nas nossas viagens de férias .

A dor do abandono me impediu de deixar que um outro alguém se aproximasse , até porque eu não queria passar por coisa parecida . Eu mesma me vacinei e resolvi abdicar  do amor que existia entre um homem e uma mulher e foquei em outros  sentimentos que me deixasse viva, rica e feliz . Eu tinha  a minha liberdade.

O que eu não contava era que  o meu destino pudesse dar uma reviravolta e fazer com que eu perdesse o equilíbrio  dos dias , e fosse arremessada para um lugar em que eu fazia questão de me esconder .O meu passado.Tortuoso, doloroso, e infinitamente quebrado .



Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora