Capítulo-20

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A convivência com minha sogra chegou em um ponto que o controle não mais se fazia presente, e foi numa dessas brigas de rotina que meu sangue ferveu , porque ela queria uma coisa e eu queria outra , foi uma besteira eu sei, mas eu também estava medindo forças com ela, entrando no jogo mesmo.

Afinal de contas quem ela pensa que é para determinar o que meu filho irá vestir na festa de seu primeiro aninho e os convidados, e o tema da festa ?
Eu e Eron, queríamos uma festinha simples, só para não passar em branco o nascimento do nosso bebê , mas D. Cláudia não só não concordou como também tratou dela mesma mandar um dos seus empregados distribuir os convites , ocultando a lista que demos com algumas pessoas amigas para serem convidadas e é lógico que Eron não gostou e pela primeira vez que estamos juntos eu vi ele, de fato se estranhar com a mãe.

Não fiquei feliz por isso , mas fiquei mais aliviada por que vi que meu marido tomou uma posição e me deu razão.

A minha sogra enlouqueceu de raiva de mim, mas ponderou com o filho e mais ainda, teve que me pedir desculpas e cinicamente me disse que os convites já estavam na rua para serem entregues e que nós deveríamos entregar os nossos .E foi o que fizemos computando assim umas cem pessoas .

A festinha se transformou em uma festança. Eron dividiu com ela parte das despesas , o que ela não queria alegando que era a festa do neto dela . Mesmo assim , Eron pagou e eu me orgulhei dele e o amei mais ainda por esta atitude.

Meu marido era um homem de caráter.

No dia da festa tudo estava resolvido e Jonas estava lindo em um conjunto azul que eu escolhi .

A festa foi perfeita e eu só senti falta da minha mãe e de Lícia , que nunca mais me mandaram uma carta sequer.

Os meses se arrastavam , mas eu estava bem, porque eu tinha construído uma família, só estava faltando a nossa casa.

Foi a vez do Natal chegar e com ele a notícia de que Eron tinha conseguido uma vaga na empresa para trabalhar fora do país e era tudo o que ele mais queria pois iria formar mesmo e lá fora poderia fazer carreira como ele sempre sonhou.

Eu não sabia se me sentia feliz ou não, afinal era uma nova vida e nova oportunidade para ele e eu poderia arrumar trabalho e me adaptando mesmo com minhas limitações.
Procurei ficar feliz, eu iria me livrar da minha sogra, aquilo parecia mágico.

O que eu não esperava era o que Eron me falou quando comentei do curso que faria lá ou cursos .

Ele me pegou carinhosamente pelo braço e me disse :
- Amor, preciso ir na frente primeiro, ajeitar as coisas e depois venho buscar vocês.
Gelei naquele momento , o sangue fugiu do meu rosto e eu comecei a ter palpitações.
- Como assim?
- Paulinha, amor , preciso que fique aqui até eu me restabelecer lá ;vai ser por pouco tempo.

Meus olhos foram ficando embaçados e minhas lágrimas desceram sem que eu pudesse controla-las.
O que ele estava fazendo comigo?

Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora