Céu de Esperas (Concluído)

Capítulo- 41

Eron

Fiz amor com Glória pensando em Paula. Eu extravasei todo o meu desejo ; fui delicado, fui um animal, eu só estava pensando em Paula quando Glória se chegou mais a mim se oferecendo .

E eu logo pensei; a minha esposa não tem culpa de nada e eu tenho que lhe dar prazer., então transamos, mas desta vez foi diferente , porque depois eu me senti um nada , principalmente quando ela veio se enroscar no meu corpo colocando as suas pernas em mim e me beijando.

Eu fiquei mal porque eu só pensava em Paula, em como eu queria estar com ela e como queria fazer amor com Paula.

Me desvencilhei de Glória com um beijo na testa e fui até a cozinha pegar água ; demorei um tempo pensando em como eu estava confuso e quando retornei, vi que o meu intuito tinha se realizado , Glória dormia nua entre as cobertas.

Eu olhei minha esposa sem roupa e tudo o que senti foi vergonha . Vergonha de mim mesmo por pensar em outra .

Era um sentimento que estava vivo dentro de mim e eu não podia controlar porque o que eu pensava que tinha acabado apenas estava adormecido.

Minha vontade era de procurar Paula e colocar tudo em pratos limpos, saber realmente porque ela me traiu. Aquela traição ainda doía em mim, mas o desejo de estar com ela, era muito mais forte.
Eu desejava aquela mulher e a amava.

Eu tinha que vê-la, tinha que obter as respostas para aquietar o meu coração, por isso , passei a noite em claro e vi o dia nascer.

Decidi procura-la e adormeci com este pensamento, quando a verdade crua veio à tona sem que eu precisasse correr atrás.

Acordei as dez horas, sorte eu não ter nenhum paciente marcado o que fez meu cérebro funcionar de uma maneira bem prática. Eu iria procurar Paula, eu iria em busca de respostas depois de tantos anos.

Tomei meu café como sempre fazia e procurei ler o jornal , mas parei no meio da leitura porque eu estava ouvindo minha mãe e Glória.

Estranho ... , elas estão discutindo?
Não, não me parece uma discussão , pensei.

A curiosidade me fez levantar devagar para escutar melhor o que estava sendo dito por ambas.

Glória e minha mãe estavam na sala de estar que dava para o terraço onde ficava a piscina.

Fui para o lado de fora para ver o que estava ocorrendo, pois não parecia uma conversa amena, embora eu não ouvisse nenhuma discussão.

Glória andava de um lado a outro enquanto minha mãe estava sentada de cabeça baixa, a mexer nervosamente nas mãos.

Eu não queria ser visto de forma alguma porque não era o certo ficar escutando conversa , aquilo não tinha cabimento, não era o meu perfil, mas eu estava muito curioso, por conta do tom da aspereza das palavras de Glória.

- Eu achei que fosse bobagem sua mas já constatei que não é , falava Glória.
- Como chegou a está conclusão? Perguntou Cláudia, encarando-a num misto de medo e ansiedade.
- Não gosto de falar de minhas intimidades com Eron, mas ontem , tivemos relações e eu o achei diferente, não era o Eron que eu estou acostumada e piorou depois que fui olhar em sua carteira e achei uma foto de Paula.
- E então , baseada na foto que ele tem na carteira você acha que ele não a esqueceu?
- Pior, Cláudia, acho que Eles estão se encontrando. Eron está estranho e não é só esta noite que notei. Ele quase nunca me procura anda alheio e irritado comigo e diante do que você me contou eu preciso tomar providências a respeito de Paula.
- Se meu filho souber o que fizemos, não vai nos perdoar nunca. Eu não quero perder o amor de meu filho. Eu não devia ter aceitado a sua idéia , agora estou aqui apreensiva minha pressão até subiu por conta do aparecimento desta moça e de seu filho.

Eu vi Glória se exaltar para responder .
- Agora a culpa é minha? Quem pagou para falsificar o exame foi a senhora, eu apenas sugeri e sinceramente não pensei que fosse levar este plano adiante . Estamos no mesmo barco .
Minha mãe começou a chorar e a arfar .

Tive ímpeto de ir até elas e querer saber mais ; saber se eu estava escutando certo ou estava viajando.
Que exame?
O que Paula e o seu filho tinham a ver com o exame?
Era o exame de paternidade?

Sai e voltei à sala, eu tremia de raiva, de nervoso. Seria possível, que as duas tramaram para destruí o meu casamento?
O exame era falso!
Meu Deus!
Eu precisava mesmo ver Paula, apesar de ter as certezas martelando em minha cabeça.

Porque Glória pensa que eu e Paula estamos juntos ? A foto que tirei quando Paula e eu nos conhecemos , eu coloquei em minha carteira desde que a revi no hospital. Mas a foto não quer dizer que estamos juntos . Então porque ?
Alguém deve ter a visto .Provavelmente e contou . QUEM?

Minha cabeça dava sinais de que estava prestes a estourar quando as duas retornaram à sala e meio sem graça me deram Bom dia.

Glória foi logo me beijando e eu fiz um esforço enorme para me acalmar ,retribuindo o beijo ; tomei um gole de café, enquanto via as duas cínicas sentarem na minha frente como se nada tivesse ocorrido a poucos instantes na outra sala.

Minha decepção era tamanha, mas eu não podia me precipitar .Eu tinha que agir friamente até confirmar as minhas suspeitas .
Sinceramente eu queria acreditar que eu estava equivocado e que havia confundido o que ouvira , que Jonas podia ser o meu filho.

Saí, rápido usando o pretexto de que tinha um paciente necessitando de
meus cuidados de última hora.

Paula precisava me ouvir.