Capítulo 64

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Eron

Gosto trabalhar aqui , no Amazonas; a cidade  me acolheu muito bem , e aqui eu atendo meus pacientes na cidade , onde resido em uma pensão  e no vilarejo  onde atendo os mais proletários  de graça.

Me sinto bem fazendo o meu trabalho, cresci como médico  e aprendi muito com os curandeiros daqui .

São muitos os entendidos de ervas, folhas , chás  para tudo , uma verdadeira medicina natural.

No começo  da minha chegada, ficaram meio que enciumados,  mas com o passar dos dias viram que eu era um cara do bem e só  estava querendo fazer o meumelhor para ajudar .

Eu atendia tudo quanto era doente  não  tinha uma especialização,  moro  com eles , aqui neste vilarejo , quase no meio do Mato e na pensão  quando estou a atender na cidade duas vezes na semana.

Na cidade, faço  meus atendimentos e sou ligado ao governo , sou um prestador de serviços que embora não  bem remunerado   amo o que faço.

Aqui neste pequeno espaço  de terra , encontrei um alívio para as minhas dores e pude tocar a minha vida.

No início , pensei que não  saberia , pensei que não ia conseguir abdicar  de tudo que me envolvia , mas foi feito o necessário  para que eu transformasse a minha vida.

Para falar a verdade, eu nem tenho tempo de pensar muito em meu passado, pois é  tanto trabalho , muita gente que me procura até  mesmo quando sente um resfriado.

Na maioria das vezes um chá  resolve mas , o povo aqui tem muito medo de contrair doenças  e vir a falecer.

Eu procuro pacientemente por entender uma vez que os mais velhos morriam muito quando aqui cheguei.

Vi muita gente idosa ser enterrada antes de iniciar meu ofício  e hoje sou bem quisto , eles têm bastante gratidão  a mim e eu a eles por me  darem a luz que eu havia perdido.

Eu  sou  grato a eles e procuro fazer o meu melhor.

Ocupo no vilarejo uma casa simples oferecida pelo governo e dentro dela  tenho tudo  que possa me dar conforto , afinal  já  se passaram dois anos desde aquela tragédia  que quase fez com que eu perdesse meu filho e a minha vida.

Ao final das contas tudo ficou bem; Eu não queria ser como uma erva daninha , não  queria fazer o mal   queria somente ter a minha família  de volta,mas isto eu já  não  poderia mais ter  , e diante da iminência  dos fatos dolorosos que ocorreram optei por sair de cena .

Eu não  tinha o direito de bagunçar  a vida de ninguém,  muito menos de quem amo.

Meus poucos amigos sabem onde estou , mas nunca mais entrei em contato com nenhum deles ,  nem com Eva ,doía  saber que eles poderiam me dar notícias de Paula e de Jonas e eu não  queria fraquejar   queria deixa-los  viver as suas vidas e foi feito desta forma.

Dentro do possível  me esforço  para não  lembrar, principalmente de Paula a quem magoei tanto , a quem peço  perdão  toda a noite quando me deito e rogo a Deus que um dia ela possa sair do meu pensamento como homem , principalmente quando o desejo pulsa entre minhas pernas.

Sinto falta de seus beijos e de seus abraços,  de seu corpo colado ao meu , de seu sexo dentro de mim , me fazendo gemer de prazer.

Sinto falta de tocar a sua pele macia e de seu cheiro.

É  nisto que penso e que não  quero pensar mais , no entanto me contradigo com Deus , quando aparece uma rapariga Boa de cama e  chamo-a de Paula O que as assusta   mas é  que esqueçe-la , esquecer Paula  não  é  uma tarefa muito fácil.

Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora