Capítulo 59

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Eron 

Cheguei na delegacia e fui logo me inteirando dos fatos , e apesar de não entender muito , soube que Glória  estava sendo procurada , mesmo não tendo nada contra ela , era apenas para  depoimento , mas ela estava fora da cidade segundo alguns de seus empregados . 

A casa onde  eu morei com minha mãe , foi  deixada por mim no divórcio para ela  , uma vez que  a minha mãe abriu  mão desta , para beneficiar Cláudia , o que eu tinha concordado para me ver livre dela e  pelo que eu soube , ela tinha  mais de um empregado , somando três , e  com  a pensão que lhe ofertava todo mês acreditava eu que ela não tinha problemas para paga-los .

 Eu a deixei bem , mas estava pensando em um futuro próximo reavaliar o que  deixei para ela , uma vez que  tenho um filho agora , mas também porque ela nada merecia . 

Eu não consegui me livrar dela e de toda a maldade que ela estava fazendo . 

Uma  verdadeira criminosa , uma psicopata , e eu fico me perguntando como foi que eu não enxerguei o óbvio  em minha convivência  com ela .

Meia hora depois de ter estado na delegacia e em conversa com o delegado  que estava encarregado do caso , ouvi a voz de Paula e a de sua amiga Ava bem próxima a sala  ; ouvi porque a mesma estava falando em  tom mais alto do que o normal e sem esperar .

 Ela  invadiu a sala do delegado, nos interrompendo e assustando  e disse:

- Este homem , precisa ser  interrogado , por que ele está junto com a ex-mulher  para   acabar de destruir a minha vida , é ele o responsável Dr , ele e aquela ordinária da Glória .

-Mas o que é isto Dra Paula?  a senhora não pode invadir a minha sala desta forma , mesmo sendo advogada , posso considerar este fato um desacato , por favor  queira se retirar .

Paula me olhava com tanto desprezo que eu me senti um rato e fiquei mudo sem  emitir nem uma palavra , em verdade eu estava em choque . Ela estava me acusando?

Recobrei as minhas forças , após  raciocinar e degerir  as suas palavras e constatar que sim, eu estava sendo acusado .

- VOCÊ NÃO SABE O QUE FALA . Falei o que me veio á cabeça , porque eu estava petrificado e muito magoado pela forma e pelo olhar de Paula . 

- Você sim, é o culpado , a justiça será feita , foi ele  Dr Armando , ele e aquela mulher que sequestraram o meu filho .

O delegado Armando que vendo o sinal que Ava lhe fez de que Paula não estava bem , tentou contemporizar a situação , fazendo-a voltar a si , e lhe fez uma pergunta:

_ A senhora obviamente tem provas do que está suspeitando não ? então me diga , como tem certeza?

Paula , que o peito subia e descia em total  descontrole emocional  e já com o tom de voz mais baixo do que o normal, porque tentava controlar a raiva , tendo em vista que  não tinha provas alguma , falou:

_  O senhor deve averiguar , porque a verdade está em baixo de seu nariz . Eu não tenho nenhuma prova , mas tenho minhas convicções de que este homem é um canalha e que está  envolvido no sumiço de meu filho.

Dr Armando a olhou demoradamente antes de  falar e quando o fez foi pausadamente :

- Dra , sugiro que a senhora deixe eu fazer o meu trabalho e vá para casa , porque nada pode fazer, a sua área é outra  e tenha certeza que farei o melhor para encontrar  o seu filho com vida .

Diante  de tais palavras , Paula começou a chorar e foi retirada da sala por Ava que  pediu desculpas com um abre e fecha de lábios   num  gesto silencioso .

Fiz menção de ir atrás delas para me certificar que ficaria bem , mas me contive , porque  a acusação me fez ficar indignado . Eu? tramando contra ela ? MEU FILHO?  NUNCA! 

Dr Armando e eu,  ainda  nos recompondo passamos a conversar e ver o que poderia ser feito  e eu disse-lhe:

-Dr , eu estou á sua disposição para tudo , inclusive para  me interrogar e ser investigado  , nada tenho a temer.

-Meu rapaz, não se preocupe que  eu sei fazer o meu trabalho e por hora , nada  contra a sua pessoa , você não é suspeito de nada .

Confesso que ouvir aquelas palavras me deixou tranquilo , mas  fiquei inquieto para provar a Paula o quanto ela estava enganada a meu respeito, mas sabia que  era em vão no momento  . 

Do lado de fora , comecei a andar  e no carro dei várias voltas  , sempre na rua onde Paula morava , sempre na esperança de que  algum movimento da casa fosse me trazer alguma notícia , mas infelizmente nem Ava eu  avistei , pois o seu carro não estava estacionado na frente  de onde Paula morava  e era um sinal de que  Paula estava com Ava , e portanto em segurança . Mais tarde eu ligaria para Ava para saber como estavam as coisas , se Paula tinha se acalmado e tirado aquele absurdo da sua  cabeça.

Apesar de bastante chateado , eu conseguia compreender um pouco a sua dor , para me acusar , mas só um pouco.

Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora