Eron
Cheguei na delegacia e fui logo me inteirando dos fatos , e apesar de não entender muito , soube que Glória estava sendo procurada , mesmo não tendo nada contra ela , era apenas para depoimento , mas ela estava fora da cidade segundo alguns de seus empregados .
A casa onde eu morei com minha mãe , foi deixada por mim no divórcio para ela , uma vez que a minha mãe abriu mão desta , para beneficiar Cláudia , o que eu tinha concordado para me ver livre dela e pelo que eu soube , ela tinha mais de um empregado , somando três , e com a pensão que lhe ofertava todo mês acreditava eu que ela não tinha problemas para paga-los .
Eu a deixei bem , mas estava pensando em um futuro próximo reavaliar o que deixei para ela , uma vez que tenho um filho agora , mas também porque ela nada merecia .
Eu não consegui me livrar dela e de toda a maldade que ela estava fazendo .
Uma verdadeira criminosa , uma psicopata , e eu fico me perguntando como foi que eu não enxerguei o óbvio em minha convivência com ela .
Meia hora depois de ter estado na delegacia e em conversa com o delegado que estava encarregado do caso , ouvi a voz de Paula e a de sua amiga Ava bem próxima a sala ; ouvi porque a mesma estava falando em tom mais alto do que o normal e sem esperar .
Ela invadiu a sala do delegado, nos interrompendo e assustando e disse:
- Este homem , precisa ser interrogado , por que ele está junto com a ex-mulher para acabar de destruir a minha vida , é ele o responsável Dr , ele e aquela ordinária da Glória .
-Mas o que é isto Dra Paula? a senhora não pode invadir a minha sala desta forma , mesmo sendo advogada , posso considerar este fato um desacato , por favor queira se retirar .
Paula me olhava com tanto desprezo que eu me senti um rato e fiquei mudo sem emitir nem uma palavra , em verdade eu estava em choque . Ela estava me acusando?
Recobrei as minhas forças , após raciocinar e degerir as suas palavras e constatar que sim, eu estava sendo acusado .
- VOCÊ NÃO SABE O QUE FALA . Falei o que me veio á cabeça , porque eu estava petrificado e muito magoado pela forma e pelo olhar de Paula .
- Você sim, é o culpado , a justiça será feita , foi ele Dr Armando , ele e aquela mulher que sequestraram o meu filho .
O delegado Armando que vendo o sinal que Ava lhe fez de que Paula não estava bem , tentou contemporizar a situação , fazendo-a voltar a si , e lhe fez uma pergunta:
_ A senhora obviamente tem provas do que está suspeitando não ? então me diga , como tem certeza?
Paula , que o peito subia e descia em total descontrole emocional e já com o tom de voz mais baixo do que o normal, porque tentava controlar a raiva , tendo em vista que não tinha provas alguma , falou:
_ O senhor deve averiguar , porque a verdade está em baixo de seu nariz . Eu não tenho nenhuma prova , mas tenho minhas convicções de que este homem é um canalha e que está envolvido no sumiço de meu filho.
Dr Armando a olhou demoradamente antes de falar e quando o fez foi pausadamente :
- Dra , sugiro que a senhora deixe eu fazer o meu trabalho e vá para casa , porque nada pode fazer, a sua área é outra e tenha certeza que farei o melhor para encontrar o seu filho com vida .
Diante de tais palavras , Paula começou a chorar e foi retirada da sala por Ava que pediu desculpas com um abre e fecha de lábios num gesto silencioso .
Fiz menção de ir atrás delas para me certificar que ficaria bem , mas me contive , porque a acusação me fez ficar indignado . Eu? tramando contra ela ? MEU FILHO? NUNCA!
Dr Armando e eu, ainda nos recompondo passamos a conversar e ver o que poderia ser feito e eu disse-lhe:
-Dr , eu estou á sua disposição para tudo , inclusive para me interrogar e ser investigado , nada tenho a temer.
-Meu rapaz, não se preocupe que eu sei fazer o meu trabalho e por hora , nada contra a sua pessoa , você não é suspeito de nada .
Confesso que ouvir aquelas palavras me deixou tranquilo , mas fiquei inquieto para provar a Paula o quanto ela estava enganada a meu respeito, mas sabia que era em vão no momento .
Do lado de fora , comecei a andar e no carro dei várias voltas , sempre na rua onde Paula morava , sempre na esperança de que algum movimento da casa fosse me trazer alguma notícia , mas infelizmente nem Ava eu avistei , pois o seu carro não estava estacionado na frente de onde Paula morava e era um sinal de que Paula estava com Ava , e portanto em segurança . Mais tarde eu ligaria para Ava para saber como estavam as coisas , se Paula tinha se acalmado e tirado aquele absurdo da sua cabeça.
Apesar de bastante chateado , eu conseguia compreender um pouco a sua dor , para me acusar , mas só um pouco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Céu de Esperas (Concluído)
RomanceEron e Paula. Um casal apaixonado mas que a vida separou. Qual será o desfecho de suas trajetórias? Será que Deus dará uma chance para eles? Será que a dor do abandono é maior que o amor que os unem? Esse romance é espiritual. Confira você mesmo o...