Capítulo-39

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Eron

Eu não  estava  atrasado para as minhas consultas ,mas tomei um meio que susto quando vi Paula saindo do hospital onde eu trabalho.
- Paula! PAULA! gritei.

Ela sequer olhou para trás,  mas o  garoto, olhou e me reconheceu.
- Olha, mãe,  é  o meu médico .

Jonas veio em minha direção e vi a cara feia de Paula que o acompanhou.

Eu me abaixei para abraça-lo e fui correspondido a altura.
- Oi, garotão,  veio fazer a sua revisão?
- Eu já fiz  não  foi mãe?

Eu encarei Paula , sem compreender direito o que ela tinha feito   e meu raciocínio  logo me fez ver que ela não  queria se bater comigo.

Desferi-lhe um olhar mortal  porque eu não  queria criar caso na frente do garoto.
- Bem , então  se já  foi avaliado , eu mereço  uma tarde com você , porque eu quero ver se você está  legal mesmo.
-Então  que tal irmos  ao parque e depois tomar um sorvete.

Os olhos de Jonas brilharam de alegria e os de Paula brilharam de raiva.
Me fiz de desentendido e perguntei :
- A mamãe  não vai fazer objeção,  vai?
- Vou.

A resposta de Paula veio rápida  e curta, carregada de muita animosidade .
- Mamãe! Eu quero ir, por favor.

Paula então  olhou para o filho e em um pedido de súplica  falou:
- Meu amor, não  vamos atrapalhar a vida do Dr.
- Não vai atrapalhar em nada , eu tenho a tarde livre, que tal irmos hoje?
-Ebaaa! Deixa mãe,  deixa  por favor.
- Ok, está  bem, mas não  podemos ficar a tarde toda, pois tenho outros compromissos .
-Pego vocês então  às  duas e meia , pode ser?

Vencida , vi Paula assenti com a cabeça  o que aliviou meu coração, passando o seu endereço.  Eu queria tanto ser amigo daquele garoto encantador e queria ficar perto de Paula. Tudo me levava a ela. Eu só  estava seguindo o meu coração. Eu não  sei explicar , mas me sentia responsável  por Jonas. Eu queria saber tudo dele .

Na hora acordada fui ao encontro dos dois; não permitir que Paula fosse atrás  no seu carro. Eu os levaria e os traria de volta.

Eu queria muito ficar perto de Paula, mas Jonas me encantava a cada minuto que passava com ele. Acho que é devido ao fato de nunca ter tido um filho, enfim, lá  estávamos  nós,  como uma família a caminho do grande parque.

Paula, parece que se deixou relaxar mais um pouco , mas voltou a ficar tensa no momento em que paramos para tomar um sorvete e eu disse:
- Quando vai contar para ele que fomos casados?
-O que? - Tá  de brincadeira comigo.

Balancei negativamente a cabeça:
- Não  mesmo, não  vejo nada demais
- Mais eu vejo sim. O homem que desgraçou  a minha vida.
- Eu? Ora, me faça  o favor. Eu?, você  me trai descaradamente e eu é  que desgraço  a sua vida?
- Eu nunca te trai,  você está  enganado, mas não  sou eu que vou me explicar ,até  porque não importa mais nada .É  passado. Deve ficar lá.

Paula estava com tanta raiva que o sorvete na taça tinha virado mingau de tanto que ela mexia.

Eu ia começar a falar  pois eram muitas dúvidas , eu queria sim , remexer no passado , eu precisava saber, mas, calei-me quando vi Jonas se aproximando,  pois ele havia se distanciado para tomar seu sorvete de chocolate  com um amiguinho que por coincidência estava no parque.

Naturalmente após a chegada de Jonas , mudamos de assunto e eu foquei no garoto e procurei brincar com ele, deixando a sua mãe emburrada; de vez em quando eu olhava para ela e pegava ela me olhando  o que fez meu coração  bater mais forte no peito.

Eu pressentia que a nossa estória  não  tinha acabado.

Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora