Capítulo-9

7 1 0
                                    

Fui com Glória, que me colocou no seu quarto e trouxe um copo de água com açúcar para que eu bebesse,o que tomei de um gole só. Chorei muito, e Glória  esperou meu desespero  passar . Eu liguei para Eron, que quando soube queria  vir na hora, mas eu o repeli ,por vários  motivos ; eu não queria que ele me visse daquele jeito, e ainda mais com a cara inchada de tanto chorar, e também  era perigoso, porque se meu pai visse , ou sequer desconfiasse que era ele que era meu namorado,  poderia mata-lo.

A atitude de Glória comigo foi super bacana, ela me amparou quando  eu estava no chão  e eu me senti amparada , mas a verdade é  que  eu não  tinha para onde ir , e tinha que casar o mais breve possível com Eron.

A noite não  foi  nada tranquila  porque eu me revirava e não  conseguia pregar o olho;não sei se era de medo de meu pai aparecer na casa da Glória,  e invadir, sei lá,  ele estava enfurecido e eu sabia que ele era capaz de tudo.

Na manhã  seguinte, eu levantei com a cabeça pesada, parecia que um trator tinha passado pelo meu corpo e eu estava toda dolorida.
Me servi do café  que a mãe  de Glória me ofereceu e engoli um pedaço  de bolo com bastante dificuldade.
Eu só  fiquei tranquila, quando saí para a faculdade,  eu não  queria ficar mais ali naquele prédio  com o risco de encontrar a minha família.

Minha mãe  não  apareceu para me ver, e era compreensível,  já  que ela morria de medo do meu pai. Lícia esteve comigo e me abraçou  quando me viu  dizendo que tudo ficaria bem, mas não  era assim que eu pressentia.

Quando cheguei na faculdade, fiquei esperando Eron no lugar de sempre com uma pequena mala que Lícia me deu, contendo as minhas coisas.
Eron veio logo que cheguei e após nos abraçarmos,  ele me levou para  um outro apartamento que era de seu pai e que ficava perto da faculdade. Era ali que eu iria morar até o nosso casamento. Eron não  se cansava de me consolar e era um alívio  enorme ele estar ali comigo.
-Vai  ficar tudo bem, Paulinha, vamos nos casar e seremos muito feliz.
-Eu sei, mas é  doloroso começar  uma vida nova sem família.
-A escolha foi dele,amor.
Eu  perguntei a Eron como tinha sido a conversa com seus pais e Eron me falou  que foi tenso,porque eles não  esperavam, mas que ao final deu  tudo certo, eles concordaram com o casamento, não  tinha jeito.

Ficamos ali fazendo planos para o futuro e eu pude  me alegrar um pouco .Era tudo muito novo para mim, e também  para Eron.
Ele não ia ficar ali comigo porque a mãe dele não  queria  ,  ela argumentou que tínhamos todo o tempo do mundo para vivermos  juntos,  enquanto ela,não. Eron não  quis contrariar a mãe e assim ficou acertado  eu ficaria ali até  nos casarmos.

Depois de uma semana em que eu estava instalada e até  tendo tranquilidade para tocar a minha vida  arrumando as coisas do enxoval do bebê,  eu recebi a visita de minha mãe e de Lícia .Choramos novamente, os meus hormônios estavam à flor da pele , mas me recuperei a tempo de acalmar a minha mãe,  afinal de contas eu estava bem .Minha mãe  saiu aliviada porque viu que eu não estava desamparada e me afirmou que tudo daria certo.

Lícia me olhava penalisada  e depois que elas saíram, eu fiquei pensando na ironia do destino, eu  a certinha  e ela  a doidinha e fui eu que dei o passo errado.
Elas não voltaram a me procurar e eu nunca mais tive notícias  delas, nem elas  minhas,  porque meu  pai proibiu e ameaçou larga-las.

Eu me senti mal , ressentida por elas se deixarem levar por suas fraquezas,  mas procurava entender,  embora com relação  a Lícia eu me decepcionei, porque achava que ela era forte , independente. Tudo mentira, minha irmã  era uma fraude   e minha mãe uma submissa.

Procurei então voltar todas as minhas atenções  para meu bebê  que crescia dentro de mim e para Eron, que fazia de tudo para me deixar confortável e feliz.

Quanto a conhecer os pais deles, ele dizia que quando se aproximasse o casamento  , eles veriam me ver e assim foi , numa  tarde fui abrir a porta que estava a bater e para a minha surpresa , eu dei de cara com uma versão feminina de Eron ali na minha frente
Dona Fabíola entrou  na sala e nem me comprimentou direito e eu, ali, numa ansiedade tamanha, pedi que ela se sentasse, e ela me ignorou, apenas me olhou nos olhos e perguntou :
-Quanto você  quer para ficar longe do meu filho?.

Céu de Esperas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora