Fui com Glória, que me colocou no seu quarto e trouxe um copo de água com açúcar para que eu bebesse,o que tomei de um gole só. Chorei muito, e Glória esperou meu desespero passar . Eu liguei para Eron, que quando soube queria vir na hora, mas eu o repeli ,por vários motivos ; eu não queria que ele me visse daquele jeito, e ainda mais com a cara inchada de tanto chorar, e também era perigoso, porque se meu pai visse , ou sequer desconfiasse que era ele que era meu namorado, poderia mata-lo.
A atitude de Glória comigo foi super bacana, ela me amparou quando eu estava no chão e eu me senti amparada , mas a verdade é que eu não tinha para onde ir , e tinha que casar o mais breve possível com Eron.
A noite não foi nada tranquila porque eu me revirava e não conseguia pregar o olho;não sei se era de medo de meu pai aparecer na casa da Glória, e invadir, sei lá, ele estava enfurecido e eu sabia que ele era capaz de tudo.
Na manhã seguinte, eu levantei com a cabeça pesada, parecia que um trator tinha passado pelo meu corpo e eu estava toda dolorida.
Me servi do café que a mãe de Glória me ofereceu e engoli um pedaço de bolo com bastante dificuldade.
Eu só fiquei tranquila, quando saí para a faculdade, eu não queria ficar mais ali naquele prédio com o risco de encontrar a minha família.Minha mãe não apareceu para me ver, e era compreensível, já que ela morria de medo do meu pai. Lícia esteve comigo e me abraçou quando me viu dizendo que tudo ficaria bem, mas não era assim que eu pressentia.
Quando cheguei na faculdade, fiquei esperando Eron no lugar de sempre com uma pequena mala que Lícia me deu, contendo as minhas coisas.
Eron veio logo que cheguei e após nos abraçarmos, ele me levou para um outro apartamento que era de seu pai e que ficava perto da faculdade. Era ali que eu iria morar até o nosso casamento. Eron não se cansava de me consolar e era um alívio enorme ele estar ali comigo.
-Vai ficar tudo bem, Paulinha, vamos nos casar e seremos muito feliz.
-Eu sei, mas é doloroso começar uma vida nova sem família.
-A escolha foi dele,amor.
Eu perguntei a Eron como tinha sido a conversa com seus pais e Eron me falou que foi tenso,porque eles não esperavam, mas que ao final deu tudo certo, eles concordaram com o casamento, não tinha jeito.Ficamos ali fazendo planos para o futuro e eu pude me alegrar um pouco .Era tudo muito novo para mim, e também para Eron.
Ele não ia ficar ali comigo porque a mãe dele não queria , ela argumentou que tínhamos todo o tempo do mundo para vivermos juntos, enquanto ela,não. Eron não quis contrariar a mãe e assim ficou acertado eu ficaria ali até nos casarmos.Depois de uma semana em que eu estava instalada e até tendo tranquilidade para tocar a minha vida arrumando as coisas do enxoval do bebê, eu recebi a visita de minha mãe e de Lícia .Choramos novamente, os meus hormônios estavam à flor da pele , mas me recuperei a tempo de acalmar a minha mãe, afinal de contas eu estava bem .Minha mãe saiu aliviada porque viu que eu não estava desamparada e me afirmou que tudo daria certo.
Lícia me olhava penalisada e depois que elas saíram, eu fiquei pensando na ironia do destino, eu a certinha e ela a doidinha e fui eu que dei o passo errado.
Elas não voltaram a me procurar e eu nunca mais tive notícias delas, nem elas minhas, porque meu pai proibiu e ameaçou larga-las.Eu me senti mal , ressentida por elas se deixarem levar por suas fraquezas, mas procurava entender, embora com relação a Lícia eu me decepcionei, porque achava que ela era forte , independente. Tudo mentira, minha irmã era uma fraude e minha mãe uma submissa.
Procurei então voltar todas as minhas atenções para meu bebê que crescia dentro de mim e para Eron, que fazia de tudo para me deixar confortável e feliz.
Quanto a conhecer os pais deles, ele dizia que quando se aproximasse o casamento , eles veriam me ver e assim foi , numa tarde fui abrir a porta que estava a bater e para a minha surpresa , eu dei de cara com uma versão feminina de Eron ali na minha frente
Dona Fabíola entrou na sala e nem me comprimentou direito e eu, ali, numa ansiedade tamanha, pedi que ela se sentasse, e ela me ignorou, apenas me olhou nos olhos e perguntou :
-Quanto você quer para ficar longe do meu filho?.
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Céu de Esperas (Concluído)
RomanceEron e Paula. Um casal apaixonado mas que a vida separou. Qual será o desfecho de suas trajetórias? Será que Deus dará uma chance para eles? Será que a dor do abandono é maior que o amor que os unem? Esse romance é espiritual. Confira você mesmo o...