Outra Vez

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3....

[Noah Urrea]

Passava pouco das 2 da manhã quando ouvi um grito vindo da casa de banho do nosso quarto.

Toquei o lado da cama onde a Sina devia estar, mas ela não estava lá.

Acendi a luz do candeeiro fui em direção à casa de banho que tinha apenas a porta encostada.

Entrei e vi a cena mais arrepiante da minha vida, era como se tudo tivesse a acontecer novamente depois de 2 anos.

A Sina estava sentada no chão agarrada à barriga e a chorar sem parar. As suas cuecas estavam no chão completamente ensanguentadas.

Eu já sabia o que estava a acontecer mas mesmo assim não consegui fazer mais nada, que não fosse abraçar a minha mulher que se encontrava tão frágil e destroçada naquele momento.

Peguei nela ao colo e fomos para o hospital, durante o caminho liguei ao Josh e contei tudo o que estava a acontecer e pedi para ele tomar conta da Emma.

Quando chegamos a Sina foi levada para a emergência e tudo se repetia novamente. Sentia o meu chão voltar a desabar, depois de tantos meses de coisas boas tinha que acontecer isto justamente agora!

Permito-me chorar, com o tempo que estive com a Sina aprendi que não à problema em chorar, não nos faz nem mais nem menos homens do que aquilo que somos, apenas mostra que somos pessoas com sentimentos.

Senti o meu telemóvel vibrar no bolso das calças e olhei para ele vendo uma notificação de mensagem.

Senti o meu telemóvel vibrar no bolso das calças e olhei para ele vendo uma notificação de mensagem

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Vi a doutora Manning dirigir-se a mim e voltei a guardar o telemóvel

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Vi a doutora Manning dirigir-se a mim e voltei a guardar o telemóvel.

A sua cara não estava nada boa e senti o meu coração apertar-se com o receio de que más notícias estavam para vir.

- Noah, infelizmente não conseguímos parar o aborto, e a Sina acabou por perder o vosso filho.
- Posso vê-la?- pergunto enquanto os meus olhos voltam a ficar embaçados pelas lágrimas.
- Claro, acompanhe-me - Sigo a doutora até um quarto e lá estava a Sina deitada na cama, com os olhos vermelhos do choro.

Aproximei-me dela e prometi que íamos superar isto como já superamos tudo até aqui.

- Tem alguma ideia do porquê disto ter acontecido?- direciono-me à médica que estava parada à porta.
- Nos primeiros 3 meses é normal acontecer, mas neste caso a situação foi agravada por já se ter tido um principio de aborto na gravidez passada e também por causa do parto prematuro da Emma.
- Isso quer dizer que se eu voltar a engravidar vai acontecer outra vez? - Sina pergunta sem nenhuma esperança.
- Como eu já percebi que vocês querem ter outro filho, eu vou receitar uns medicamentos que vão ajudar. Mas quero que fiquem cientes de que vai ser complicado, apesar de terem boas hipóteses.

Agradeci à doutora e ela deixou-me a sós com a Sina. Choramos os dois sem voltarmos a pronunciar uma palavra, era como se nos expressassemos através das lágrimas, como se não fosse necessário dizer nada para que um entendesse a dor do outro. Depois de me acalmar, mandei mensagem ao Josh a avisar de tudo e a dizer que a Sina teria alta amanhã.

Deitei-me na cama ao lado da Sina e adormeci depois de ter a certeza que ela já dormia também.

No dia seguinte

Saímos do hospital e fomos para casa, quando entramos a Emma correu para o colo da Sina que não a podia pegar, por recomendações médicas.

O Josh e a Saby ficaram connosco mais um pouco e depois saíram para a sua casa. Avisei os meus pais e os nossos amigos do que tinha acontecido e eles disseram que nos vinham ver, mas não por agora, por ser um momenro delicado para nós.

Decidimos contar à Emma antes que ela começasse a fazer perguntas sobre o irmão.

A sua reação foi melhor do que eu podia esperar, ela entendeu que o irmão já não estava aqui mas que nós íamos tentar dar-lhe outro.
Explicamos que a Sina agora não podia pegá-la colo e ela compreendeu e disse que ia ajudar a mãe em tudo.

Q U E B R A  D E  T E M P O

Estava deitado na cama, com a Sina deitada no meu peito. A Emma já dormia no seu quarto, e nós estávamos quase a dormir também.

- Como é que te sentes?- pergunto à Sina enquanto passo a mão nos seus cabelos.
- Não sei.... Pensei que a Emma fosse reagir de outra maneira- ela responde.
- Eu também, mas a nossa princesa já tem muita maturidade para a idade que tem.
- É, temos muita sorte por a ter connosco.
- Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por vos ter do meu lado. Amo-te muito meu amor.
- Também te amo Noahzinho- ela responde.

Estávamos quase a dormir quando ouvimos a nossa pequena gritar e chorar no quarto.

Não era normal, ela desde os 8 meses que dorme no seu quarto e a noite toda.

Levanto-me devagar com a Sina atrás de mim. Quando abro a porta do quarto, que ficava em frente ao nosso, a Emma estava sentada na cama a chorar compulsivamente.

Corri para a pegar ao colo e ajeitei-a nos meus braços. Ela enterrou a sua cabeça no meu peito e senti as suas lágrimas molharem a minha camisola.

- O que se passou princesa?- Sina pergunta depois dela ter acalmado.
- Eu xonhei que tu e o papá tinha ido para o xeu como o maninho, e eu ficava soxinha- ela responde apertando as mãos na minha camisola.
- Foi só um pesadelo pequena, o papá e a mamã estão aqui e vai ficar tudo bem- Sina tranquiliza-a.
- Anda vem dormir connosco- digo e levanto-me com ela ao colo.
- Xerio?
- Sim, hoje vamos dormir os 3 juntinhos e eu vou mimar muito as minhas princesas.

Fomos os 3 para o quarto, a Emma ficou no meio e adormeceu assim que caiu na cama.

Eu e a Sina seguimos as suas pisadas e em menos de 10 minutos já todos dormíamos.

XOXO❤

Unexpected Pregnancy - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora