Amores Londrinos (3) - Destinados ao Amor

Capítulo 10

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Por Nicolas

O táxi para em frente a minha casa, Melinda decide descer comigo e depois ir para a sua casa. Fico parado em frente a mansão por alguns segundos, esperando por algo que sei que não acontecerá, esse seria o momento que Mutano me veria chegar e correria animado até mim, pulando em minha volta contente por me ter de volta em casa.

Mas já tem algum tempo que meu amigo não tem mais essa força de correr pelo quintal, ele quase não caminhava mais de tão cansado que estava, na maior parte do tempo ele era levado pelos cômodos por mim ou por um dos meus irmãos.

Eu sabia que meu amigo não teria muito tempo, que estava acabando, ele viveu por quinze anos. Mas ainda assim dói, mesmo sabendo que esse dia chegaria, ainda dói saber que estou o perdendo.

Caminho pela estradinha de paralelepípedos até a entrada de casa e Mel me segue, assim que abro a porta sinto vontade de chorar vendo Groot, o único cachorrinho dos seis filhotes de Mutano que ficou conosco depois do nascimento, correr até mim e me abaixo para pega-lo nos braços. Ele tem sete anos e é muito apegado ao Noah, meu irmão.

Ele choraminga em meus braços e sei que é saudade do seu papai, que está na clínica veterinária desde a noite passada. O devolvo ao chão assim que vejo minha mãe surgir e caminhar até mim com os olhos cheios de lágrimas.

– Que bom que está em casa!– eu só de sentir o seu cheiro, o cheiro que sempre trouxe conforto no meu coração, o seu cheiro de mãe, é que me permito voltar a chorar, agora em seus braços– Não chora filho, se não eu choro também.– ela diz isso já chorando abraçada a mim.

– Como ele está?– pergunto me afastando de seu abraço.

– Nenhuma melhora, não terá melhora, ele está apenas o esperando para se despedir.– ela agora abraça Melinda que também chora, Mutano também era um pouquinho dela– Que bom que veio.– ela diz beijando o seu rosto e se volta para mim– Seus irmãos já se despediram dele, falta só você, seu amigo está esperando pelo seu Adeus.

– Painho está com ele?

– Sim, passou a noite na clínica com ele, não quis deixa-lo sozinho.– sorrio ainda em meio a lágrimas.

– Onde estão meus irmãos e meus avós?– pergunto estranhando o silêncio pela casa.

– Foram todos tomar sorvete, estavam tristes por Mutano e seus avós os levaram para se distraírem, fiquei aqui o esperando.