6

539 78 141
                                    

Eu nem tinha me dado conta da passagem do tempo até que Ruggero estacionou na rua atrás da escola

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu nem tinha me dado conta da passagem do tempo até que Ruggero estacionou na rua atrás da escola.

Meus olhos ficaram fechados boa parte do caminho e a culpa era totalmente dele, porque o perfume que emanava de seu corpo se tornara inebriante ao ponto de eu desejar que ficasse nas minhas roupas, na minha pele, na minha vida.

Demorei alguns segundos até conseguir afrouxar meus braços e tirá-los de sua cintura, mas quando enfim fiz isso, ele desceu da moto como se eu estivesse, subitamente, com uma doença muito contagiosa.

─ Eu queria saber qual é o seu problema. – Rosnou em seu familiar tom de voz rude.

Tirei o capacete e minha cabeça estava dolorida ao mesmo pé em que eu ainda me sentia zonza e um bocado ansiosa.

Era como se ainda estivéssemos em movimento e fôssemos atravessar o mundo a uma alta velocidade, entretanto, estávamos parados numa rua bem movimentada com um sol irritante queimando nossas peles.

─ Como? – Consegui dizer.

Eu queria descer da moto, mas estava seriamente desorientada para fazer isso e poderia facilmente cair e quebrar os dentes na calçada.

─ Andar com um drogadinho de merda? É sério isso? Ninguém nunca te ensinou que é errado fazer isso? Ou, por acaso, alguém te ensinou a se manter viva?

─ Quem disse que ele é drogado? – Escolhi as piores palavras e tive raiva de mim por isso. – Quer dizer, isso nem é da sua conta.

─ E por acaso tem alguém que não saiba disso? – Retrucou impaciente. – Bianca me contou todo o histórico desse cara e, sinceramente, dá para ver nos dentes encardidos que a droga já comeu tudo de útil que podia haver ali.

Mesmo a contragosto meu rosto corou de vergonha, porém desviei o olhar.

─ Continua não sendo da sua conta. – Rebati na defensiva e ousei olhá-lo. ─ Porque me ajudou? Como sabia...?

Ruggero soltou um suspiro sonoro pela boca e cruzou os braços.

Seu rosto estava corado pelo calor e notei como a ponta de sua língua correu por seus lábios bem desenhados, me convidando a querer fazer o mesmo, porém me contive imediatamente.

─ Eu moro perto dali, por isso vi vocês e estava óbvio que ele estava te encurralando, mas eu não tinha entendido até reconhecê-lo... Eu vi aquele infeliz ontem repassando algo para alguns moleques. – Ele balançou a cabeça com desgosto. ─ E, mesmo que não acredite, eu ajudo quem precisa de ajuda, por isso estamos aqui. Eu faria isso por qualquer uma.

Por mais que eu não quisesse sua última frase desceu de modo amargo pela minha garganta e se alojou no meu estômago como pequenos cacos de vidro.

─ Que sorte a minha então. – Falei com amargura e me apoiei no guidão para conseguir descer com dignidade, mas quando fui jogar a perna para o outro lado, a droga da minha mochila me desequilibrou por causa do peso e junto dela o capacete que estava pendurado no meu braço, então fui caindo vergonhosamente até que ele me pegou pela cintura e me ajudou a descer.

O Perfeito Topázio {Vol.2}Onde histórias criam vida. Descubra agora