Um conto de amor que foi escrito pelas mãos sádicas da morte e que arrebatará seu coração, você queira ou não.
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Karol ainda tenta com todas as forças acomodar o amor que sente por Ruggero em um lugar escuro e frio dentro de seu coração, mas todas a...
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─ Eu queria ir visitá-la.
Peguei uma maçã na mesa e me inclinei para beijar a cabeça da minha avó.
Eu tinha passado a noite no hospital, mas não pude entrar no quarto, só durante a tarde e por poucos minutos, já que a enfermaria em que ela estava, estava super lotada.
Por sorte, Javier havia conseguido a liberação para levá-la ao hospital em que tinham convênio; graças a isso, Karol poderia receber mais visitas e, se o pai dela deixasse, eu conseguiria ficar mais tempo.
─ O Javier nem me quer lá... – Falei e dei de ombros. ─Não quero que ele seja grosseiro com a senhora.
─ Sabe, eu entendo esse senhor, mas já agradeci tudo o que ele gastou com você no hospital e até falei que iria pagar... De qualquer forma, ele deveria ser pelo menos educado. É um momento delicado.
─ Ele só está tentando proteger a filha, Vó. – Ponderei.
─ De você? Você nunca a machucaria.
Sorri apesar dos pensamentos azedumes que percorriam minha mente.
─ Eu já vou indo, tá? Quero estar lá, caso ela precise.
Vovó se levantou e veio me dar a sua benção, depois segurou meu rosto e beijou minha bochecha.
─ Mesmo que você não admita, eu sei que a ama, então, cuide dela, ok? Não perca essa moça, porque sei que ela vale ouro.
Nem precisei responder por que Vovó entendia muito mais que eu o que se passava na minha cabeça e no meu coração, mesmo que eu não falasse sobre isso com ela.
Peguei o celular, as chaves e o capacete antes de sair de casa.
Ainda era muito cedo e uma brisa gelada rodopiava pelas ruas, e neste momento pensei como teria sido se eu tivesse dito que me lembrava, se eu tivesse vindo com ela para Bela Rosa quando acordei do coma, se eu... Se eu tivesse dito que todas as batidas do meu coração sempre foram pra ela.
Será que eu a teria matado mais rápido ou ela estaria muito melhor?
Subi na moto e enfiei a chave na ignição, coloquei o capacete na cabeça e fechei os olhos por alguns segundos.
Não existo sem ela... Onde ela não está, eu não existo.
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