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Dias depois...

Mensagem pendente:

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Mensagem pendente:

{Téo: Princesa, eu sei que eu te dei algum tempo para pagar, mas eu realmente estou ficando sem a porra da minha paciência.
Quero te ver amanhã na escola, no beco.
Não me faça ficar irritado, Princesa.}

Levantei a barra de notificação do celular e ignorei a terceira mensagem que Téo me enviava naquele dia.

Ele não cansava de me lembrar sobre a dívida, como se eu pudesse esquecer que os dígitos só cresciam.
Eu sabia que precisava arranjar todo o dinheiro logo, mas era difícil fazer isso e ao mesmo tempo conseguir não comprar mais.
Se eu não tivesse mais droga, eu não conseguiria me manter sã para angariar tudo o que precisava.

Era um ciclo que eu não conseguia quebrar.

E eu não queria quebrar.

─ O que acha? – A voz alheia de Lia me trouxe de volta para a minha amarga realidade.

Estávamos no meu quarto colocando em dia os deveres de casa que tínhamos deixado pendente por causa das horas que passamos andando pela cidade, tentando espairecer as ideias e – de certa forma – eu estava tentando compensá-la pelos dias que passei ausente.

Sair não era algo que eu queria, mas eu faria qualquer coisa para não magoá-la mais.

─ Hein?

Lia estava deitada de barriga pra baixo na minha cama, as pernas cruzadas para cima balançavam distraidamente e os cabelos louros raspavam na folha do caderno.

─ O que acha do sarau, Karol. – Não era mais uma pergunta, ela parecia um pouco impaciente. ─ Você está no mundo da lua?

Aprumei a postura e estiquei as pernas.

Eu estava sentada no chão perto da janela e meus materiais estavam espalhados por todos os lados, inclusive meus cadernos abarrotados de anotações diversas.

Era tanto trabalho e dever que nem dava para acreditar que era só o começo do ano.

─ Não sei se vou participar. – Dei de ombros. – Não gosto da idéia de me apresentar na frente da escola inteira.

─ Ah não, Karol! – Ela se sentou desajeitadamente. ─ Se eu vou participar, você também tem que ir.

─ Lia, você vai dançar e você dança super bem, então todos vão adorar, já eu...

─ Você tem que cantar. E eu sei que você canta bem.

Arquejei de leve.

A última vez que cantei já parecia uma miragem no fim do deserto em que me encontrava.

Cantar me lembrava dele, e ele, o meu Ruggero, não existia mais, então eu não queria ter mais motivos para lembrar o que passamos, principalmente porque ele parecia bem empenhado em construir outras recordações com a minha ex-amiga.

O Perfeito Topázio {Vol.2}Onde histórias criam vida. Descubra agora