Um conto de amor que foi escrito pelas mãos sádicas da morte e que arrebatará seu coração, você queira ou não.
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Karol ainda tenta com todas as forças acomodar o amor que sente por Ruggero em um lugar escuro e frio dentro de seu coração, mas todas a...
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Dois anos atrás...
─ Como assim você foi indicada? – Arranquei a folha branca das mãos da Karol e li o nome dela escrito em letras cursivas. A imbecil tinha sido uma das indicadas para ser Miss Bela Rosa.
Abanei a cabeça negando.
De jeito nenhum.
─ Eu pedi para os meus pais votarem nela. – Valentina falou, contente. ─ Todos sabem que a Karol é, tipo, a pessoa mais indicada para ser a miss da cidade. Lembra que você foi miss quando éramos crianças? – A voz dela soava distante. ─ Ai, Karol. Eu só fico triste por não estar aqui para ver você sendo coroada.
─ Eu não vou aceitar, Valu. – Karol pegou a folha da minha mão, bufando e atirando-a em cima da cama. ─ É a coisa mais cafona do mundo. Onde pensam que estamos? Num seriado de TV americana? É ridículo. Eu não vou fazer isso.
Eu as encarava por trás da névoa de raiva que cobria meus olhos.
Como...?
Não.
Fui me sentar no canto da cama e encarei o tapete Persa de Valentina.
Aquilo era tão ridículo quanto impossível.
Karol não tinha feito nada para ser indicada, muito menos era a garota mais bonita...
Eu tinha feito tudo o que foi pedido. Organizei eventos beneficentes, fui a lares e abrigos, ajudei na escola, na igreja, os mendigos... Eu fiz tudo. Tudo e muito mais. Eu, e apenas eu, merecia ser a primeira indicada.
Não a idiota da Karol.
─ Você está bem, Bia? – Valentina tocou meu ombro e eu me encolhi.
Abanei a cabeça.
─ Eu só estava pensando no evento... – Sorri. ─ A Festa das Rosas é o evento mais bonito da cidade e você, Valu, nem estará aqui. – Limpei a garganta. – Seus pais deixaram você ir ao Rio de Janeiro, mesmo?
Valentina jogou seus cabelos louros para trás, atirando-se de costas na cama.
─ Sim! – Guinchou. – Meus pais sabem que eu não quero passar o resto da vida nessa cidade minúscula e cheia de gente fofoqueira. Eu quero ir morar no Rio com os meus tios, além do mais, lá há muitas opções de festas, baladas... Bela Rosa perde feio.
Já vai tarde!
─ Vou sentir sua falta se você demorar. – Falei acariciando seus cabelos que estavam espalhados pelo lençol cor de rosa. ─ Você sabe que eu te amo, né?
Valu afagou minha perna, sorrindo.
─ E eu te amo também. Mas eu vou voltar logo; talvez, eu fique por lá só duas semanas, então eu volto, mas ano que vem irei definitivamente.
