Uma semana depois...
Quando eu era criança meu pai disse que eu nunca podia amar, porque o amor é a erva mais venenosa que já cresceu dentre as pessoas; ele me falou que o amor é a única coisa capaz de nos levar do céu ao inferno e, então, o amor nos corroí a alma e nos devolve-a aos frangalhos, depois de usar e abusar.
Eu não consigo lembrar se ele estava sóbrio quando falou isso, mas meu palpite é que ele estava se pautando no rancor que ainda carregava da minha mãe, porque ela nos abandonou para ir embora com outro cara.
Para o meu pai o amor nada mais era do que uma forma de fraqueza.
No entanto, ele morreu pelo ódio que tanto cultivou.
Meus olhos se fecharam e a dor foi ficando mais forte, então me forcei a pensar nela e isso ajudou a dispersar a silhueta borrada do meu pai que pairava sobre as minhas memórias manchadas de sangue.
Karol veio para me mostrar que papai sempre esteve errado.
Ela é um amor que vale a pena ser vivido.
Um último suspiro escorregou suavemente por meus lábios ensanguentados e naquele momento meu derradeiro pensamento envolvia os olhos verdes dela.
Foi assim que a morte me enlaçou.
(...)
Horas antes...
A lua já começava a se desenhar no céu quando Vó Amélia apareceu na sala com um depósito verde nas mãos, exigindo que eu levasse comigo para o caso de ter fome no meio da viagem, porque segundo ela, eu iria ficar fraco se não comesse o suficiente; como se viajar até Lourenço levasse tantas horas assim.
Eu chegaria rápido.
Minha jaqueta estava fechada e a cruz de prata era espremida contra a minha camisa branca, mas era de propósito, porque aquela cruz era a única coisa mais próxima da Karol que eu tinha naquele momento, pelo menos até que ela pudesse decidir e escolher.
A última semana havia sido pesada para mim e principalmente difícil já que vê-la todos os dias na escola e não puder chegar perto era... Era uma tortura interminável.
Ela estava perto o suficiente para que eu a sentisse completamente longe.
Karol não me olhava nos olhos e evitava os caminhos em que eu estava e apenas raras foram as vezes em que a peguei me olhando.
Era como se eu fosse um fantasma de novo, mas desta vez era pior, porque ela não me via.Porém eu a entendia.
Era o melhor.
Era o melhor.
Era o melhor.
Eu vivia tentando me convencer disso.
Mas enquanto as coisas se endireitavam na cabeça dela, ainda havia a maldita dívida com o idiota do Teodoro e ele não parava de me seguir pela cidade, inclusive esbarrei várias vezes com seus capangas.
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O Perfeito Topázio {Vol.2}
Fiksi PenggemarUm conto de amor que foi escrito pelas mãos sádicas da morte e que arrebatará seu coração, você queira ou não. . Karol ainda tenta com todas as forças acomodar o amor que sente por Ruggero em um lugar escuro e frio dentro de seu coração, mas todas a...