Ruggero me puxou para junto de seu calor e apenas deixei que seus braços quentes me envolvessem com todo o cuidado possível, enquanto seus dedos despreocupados brincavam com uma mecha do meu cabelo.
Eu me sentia muito melhor, apesar dos cinco pontos na mão e do nariz ainda estar dolorido; não havia fraturado o nariz, foi apenas um trauma – inchaço, sangramento... Mas felizmente nada que fosse me comprometer para sempre.
Quando Ruggero me tirou daquele banheiro eu estava completamente alheia a qualquer coisa que acontecia; o susto, o medo, o desespero, a sensação de quase morrer tinham me abalado o suficiente para que – adicionando o sangramento nasal e o corte profundo na mão – eu perdesse os sentidos; mas não durou muito.
Lembro-me de ter despertado no ambulatório da escola e de estar zonza, enjoada e levemente incapaz de entender o que acontecia a minha volta.
Eu só conseguia lembrar da faca, dos berros da Bianca, da dor em seus olhos... Do pavor crescente que apertava minha garganta fechando a minha glote pouco a pouco.Sensações irreais, mas ainda assim, fortes.
Não senti nada enquanto era ponteada pela enfermeira ou quando estancaram o sangramento do meu nariz com uma gaze... Na verdade, eu sequer conseguia assimilar todos os movimentos da enfermeira e do Ruggero, que estava o tempo inteiro comigo.
Era como se eu nem estivesse ali.
Mais tarde naquele dia, Ruggero explicou que eu tinha tomado uma anestesia local e, em seguida, meu corte foi suturado; ele também explicou que desejou a todo o momento estar no meu lugar e que ficou apavorado quando ouviu os gritos vindos do banheiro, porque, até então, ele não tinha visto quando Bianca entrou, já que ele se distraiu no celular.
Ruggero não parava de me pedir perdão e foi muito difícil fazê-lo entender que não tinha culpa de nada.
Ninguém tinha.
Talvez nem Bianca...
Quanto mais eu pensava nela, mais me convencia de que ela não estava em si, que alguma coisa estava acontecendo e que ela precisava de ajuda.
Não era porque não éramos mais amigas que eu deixei de conhecê-la... Era horrível ver alguém que tanto amei naquelas condições...Era doloroso, apesar de tudo.
Ter raiva dela se tornava cada vez mais complicado, porque a pena por vê-la naquela situação era maior... Entranhava-se dentro de mim os dois sentimentos e, horas depois de tudo o que tinha acontecido, eu só conseguia pensar que alguém precisava ajudá-la. Logo.
─ Eu te amo... – Ruggero praticamente cantarolou beijando os nós dos meus dedos.
Beijei seu pescoço e deitei minha cabeça em seu peito.
Amá-lo era a única coisa que me mantinha sã naquele momento e em todos os outros.
Se Bianca tivesse alguém, talvez...
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O Perfeito Topázio {Vol.2}
FanfictionUm conto de amor que foi escrito pelas mãos sádicas da morte e que arrebatará seu coração, você queira ou não. . Karol ainda tenta com todas as forças acomodar o amor que sente por Ruggero em um lugar escuro e frio dentro de seu coração, mas todas a...