36

464 58 228
                                    

Jorge havia me cedido sua cama para que eu descansasse um pouco, mas apesar dos remédios que o Doutor tinha me dado, não consegui dormir, muito menos relaxar, porque os pensamentos eram mais fortes que eu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Jorge havia me cedido sua cama para que eu descansasse um pouco, mas apesar dos remédios que o Doutor tinha me dado, não consegui dormir, muito menos relaxar, porque os pensamentos eram mais fortes que eu.

Fui até a janela e afastei a cortina, olhei para a rua e de forma inconsciente procurei pela moto de Ruggero; de algum modo meu coração chamava por ele em gritos de louca paixão, se negando a aceitar o que minha razão queria.

Fechei a cortina e me afastei como se a janela estivesse pegando fogo.

Eu não queria pensar no que sentia por ele, não enquanto ainda estivesse pensando sobre o que faria, porque as palavras de Jorge ainda ecoavam na minha cabeça e eu sabia que ele tinha razão, mas, ainda assim, era complicado demais aceitar. Era quase impossível.

─ Ei?

Girei nos calcanhares e vi meu amigo parado na soleira da porta com um sorriso cansado nos lábios; Jorge encostou a cabeça no portal e cruzou os braços, me encarando.

─ Aconteceu alguma coisa?

─ Tem alguém que quer falar com você.

─ Comigo?

Ele assentiu e descruzou os braços, se afastando, abrindo caminho para que uma linda moça com cabelos louros e sorriso tímido entrasse.

Lia estava com as mãos entrelaçadas na frente do corpo e mordia o canto da boca, nervosa.

─ Podemos conversar, Kah? – Indagou.

Puxei o ar com força e o prendi dentro dos pulmões até que minha cabeça começasse a doer, então soltei.

Jorge arqueou uma sobrancelha pra mim.

─ Lia. – Engoli devagar. ─Acho que sim.

─ Eu vou deixar vocês conversarem... – Ele disse. ─ Se precisarem de algo podem chamar.

─ Obrigada. – Lia e eu falamos em uníssono.

Pela primeira vez em muito tempo eu não sabia como agir perto dela, muito menos me senti completamente à vontade em sua presença tão calorosa...
Era esquisito como algo parecia estar entre nós duas.

A ansiedade espremia a minha vontade de dizer que estava tudo bem e que eu poderia superar isso.

Cruzei os braços como uma forma de me defender, mas não sabia do quê.

Lia também parecia desconfortável e estava nítido, porque não parava de olhar em volta. Além do mais, ela estava usando o moletom amarelo que odeia; ela me disse que só o usava quando estava triste, então entendi mais ou menos o que se passava em seu coração.

Mesmo que seus olhos vermelhos e inchados demonstrassem bastante o que ela sentia.

─ Eu quero te pedir perdão por tudo... Quer dizer, eu errei muito em omitir essa história toda, porque você é minha amiga e eu... E eu tinha que falar, mas eu... Eu fiquei... Fiquei pensando se seria correto contar, porque eu achava que o Ruggero...

O Perfeito Topázio {Vol.2}Onde histórias criam vida. Descubra agora