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Não era nem meio-dia e a droga da cidade inteira só falava da Karol e de como, mais uma vez, ela tinha quase morrido

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Não era nem meio-dia e a droga da cidade inteira só falava da Karol e de como, mais uma vez, ela tinha quase morrido.

Parecia um gato; bom, agora só faltam cinco vidas...

Agitei a cabeça para afastar esse pensamento e decidi me concentrar no livro que tinha em mãos, ignorando fortemente o mundo de alunos que andava pelos corredores e comentava sobre a overdose daquela idiota.

Apesar de precisar muito acabar aquele livro para entregar o resumo na aula de português, minha mente não parava de girar e minhas mãos tremiam demais, então tentei respirar fundo e focar minha atenção totalmente na realidade, sem me deixar levar pelos pensamentos desnecessários.

Era só a minha mente tentando me sabotar.

Estava tudo bem.

Passei por duas páginas e desisti. Droga.

Fechei o maldito livro e enfiei dentro da mochila, joguei minhas pernas para fora do banco e fiquei de pé, pedindo licença ao passar e tentando andar depressa para ir até o banheiro.

Eu estava muito nervosa e isso não era bom.

Mamãe sempre dizia que as emoções não devem nos dominar. Nunca.

Emoções nos enfraquecem e nos fazem perder o rumo, errar nossos objetivos e, por fim, fracassar.

E eu tinha um futuro pelo qual lutar e não podia decepcionar todos à minha volta.

─ Ei, bonequinha!

Senti meu braço ser agarrado e não tive muita escolha além de deixar que meu corpo fosse puxado para dentro de uma sala vazia.

Téo me pressionou contra a parede, mas eu o empurrei e consegui me afastar.

─ Mas que inferno! – Guinchei. – O que você quer comigo?

Do lado de fora as pessoas passavam sem nos ver, mas por precaução tranquei a porta.

─ Eu vim aqui pra saber se você já está sabendo o que aconteceu com a Karol...

─ Estou, e daí?

Téo deitou a cabeça de lado e as marcas roxas de seu rosto ficaram mais visíveis.

─ E daí? – Repetiu. – E daí que ela pode muito bem me entregar.

─ Problema seu. – dei de ombros. – Isso não tem nada haver comigo.

─ Mas é claro que tem! – Retrucou me puxando pelo pulso; tranquei os lábios para não gritar. ─ Quem foi que me falou pra vender drogas pra ela? Foi você, bonequinha! Você que mandou.

Puxei meu braço com tanta força que quando ele finalmente soltou, minha pele ficou com as marcas de seus dedos.

Pisquei os olhos repetidas vezes para barrar as lágrimas.

O Perfeito Topázio {Vol.2}Onde histórias criam vida. Descubra agora