4. Amizade Com O Dragão

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Estávamos novamente na arena. Bocão havia montado um tipo de labirinto para corrermos enquanto um Nadder Mortal nos persegue. Sua cor predominante é azul, mas ele tem leves detalhes em amarelo-claro.

— Ah olha só, eu notei que naquele livro não tem nada falando sobre os Fúrias da Noite. — Começou Soluço — Será que não tem tipo uma parte dois ou um guia ilustrado? Sei lá, um prospecto para explicar melhor?

O Nadder atirou perto do garoto, mas errou.

— Se concentra, Soluço! — O empurro para longe do Nadder — Você não está nem se esforçando!

— A aula de hoje é sobre ataques — Explicou Bocão, não que isso já não estivesse óbvio — Os Nadders são rápidos e ágeis, vocês tem que ser mais rápidos e mais ágeis.

Estou correndo do dragão quando me deparo com os gêmeos.

— Estou começando a questionar seus ensinos! — Berro para que o treinador possa ouvir.

— Encontrem o ponto cego — Mandou Bocão, enquanto tirava um pedaço de comida dos dentes —, todo dragão tem um, encontre ele, se esconda e ataque.

Eu estou correndo logo atrás dos Thorston, quando damos de cara com o Nadder. Por estarmos em uma fila logo na frente do dragão, eu consigo sentir o terrível odor dos dois juntos.

— Vocês não tomam banho não? — Eu resmungo, tampando o nariz.

— Se não gostou, então procura o ponto cego sozinha — Cabeça-Dura briga com a irmã, por pensar que fora ela que resmungara.

— Quem vai ter ponto cego é você! — Eles batem os elmos.

— POR THOR! Já estávamos no ponto cego!

O dragão atirou. Os gêmeos saem correndo e eu me protejo do jato de fogo com o escudo antes de correr. Eu não atacaria a criatura nem que me pagassem.

— Ponto cego sim, mas ponto surdo? Nem tanto — Bocão solta uma risada divertida.

— Mas como alguém pode chegar perto de um Fúria da Noite? — Perguntou Soluço ao meu lado para Bocão.

— Ninguém nunca sobreviveu para contar história. VOLTA JÁ PRA LÁ! — Mandou o treinador.

— Eu sei, eu sei, mas hipoteticamen... — Ele é interrompido pela Loirinha.

— Soluço, Thyri, se abaixem! — Ela ordena.

Nos abaixamos logo atrás dela e de Melequento. O Nadder estava no corredor ao lado. Astrid foi primeiro, dando uma cambalhota com o escudo amortecendo, depois foi Melequento que fez o mesmo, depois eu, e depois Soluço, mas o gênio não soube como dar a cambalhota e acabou que no meio do ato, ficou lá, sentado no chão tentando levantar o escudo.

O Nadder o notou, e começou a ir a toda velocidade em nossa direção. Soluço se levanta rapidamente e começamos a correr. Astrid ia atacar o dragão mas Melequento a atrapalha.

— Chega para lá, gata, eu cuido disso. — Ele a empurra e joga a sua arma em direção ao Nadder, mas o dragão desvia com extrema facilidade, fazendo um barulho com a garganta similar a uma risada — O sol me atrapalhou, Astrid! O que você quer que eu faça? Que eu tape o sol? Eu até poderia mas estou ocupado agora.

O Nadder seguiu Astrid, derrubando as paredes de madeira do labirinto. Eles passaram por mim e por Soluço, mas o dragão estava concentrado demais.

— Eles devem descansar de dia, não é? — O magrelo pergunta, se referindo aos Fúrias da Noite. Olhou para mim e depois para o treinador, esperando uma resposta — Alguém já viu algum cochilando?

As Aventuras De Thyri Onde histórias criam vida. Descubra agora