25. Fogo

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Havíamos bolado um plano, eu ficaria junto a Soluço para a sua segurança. Perna estaria fantasiado, fingindo ser Banguela, e o resto de nosso grupo estaria escondido.

Estávamos na casa de Soluço e já estava de noite, então começamos a por o plano em prática.

Joguei minha cabeça para o lado enquanto estava sentada num canto, fingindo dormir. Senti as mãos de Soluço envolverem meu corpo, me deitando, e depois posso sentir uma coberta cair por cima de mim. Um barulho do teto chama minha atenção. Eu abro meus olhos na hora, cobrindo meu rosto com a coberta. Era fina, eu ainda poderia ver tudo através do tecido.

Um homem estava do outro lado da casa, servindo-se com o suco da jarra.

— Espero que não se importe se eu me servir. — Ele diz, bebendo — Hm... está muito bom! — Admitiu.

O homem tinha a cabeça encapuzada e vestia-se com roupas de couro preto. Ele era alto e magro; esguio.

Soluço puxou sua espada flamejante.

— Impressionante, mas deixe-me terminar de beber..

O homem desconhecido sacou sua besta e atirou um dardo em Banguela e depois em mim. Por sorte, cravou na sola da minha bota, mas eu ainda sentia a ponta do dardo encostar no meu dedão.

— THYRI! BANGUELA! — Soluço correu para perto de nós — O que você fez com eles?

— Ah, é só uma sonequinha. — O homem explicou, andando até a cadeira de Stoico e se sentando, puxando o capuz para baixo.

Como ousa? penso.

— Posso? — Ele se refere a sentar-se na cadeira. O garoto permanece calado — Chefe Soluço... Ou seria Chefe — Ele soluça —, ou simplesmente Soluço. Como prefere?

Eu fechei os meus punhos por debaixo do lençol, me forçando a manter o disfarce.

— Você não faz ideia de quem eu sou, não é? Bom, mas seu pai me conhecia. Ah, ele sim era um chefe, um dos maiores caçadores de dragões que já viveu. O que ele diria de você? — Ele ri, se levantando — Ele estava certo, a missão dele era destruir as feras para você crescer em um mundo melhor.

— Ele mudou de opinião. — Soluço rebateu, ousado.

— E veja só no que deu. — O homem disse por cima — Vamos logo ao que interessa: eu mato os Fúrias da Noite, e alguns Dragonbloods, então, você vai me entregar eles dois-...

— Eu nunca vou entregar eles para você. — Soluço o interrompeu.

O homem riu. À esse ponto eu já tinha total certeza de que esse era Grimmel, o Cruel.

— Você quer que eles vivam em liberdade, entre nós como semelhantes! Isso é um conceito nocivo, rapaz. Tanto Dragoonblods quanto dragões são animais; criaturas; aberrações. A história já mostrou que nós somos a espécie superior. E se as suas ideias absurdas se alastrassem pelo mundo? — Grimmel questionou.

Havia certa elegância conforma ele andava. Seus olhos azuis pousaram na minha silhueta coberta e eu pensei por um instante que havia sido descoberta, mas então ele se virou para Banguela.

— Seria o fim da civilização que nós... — Ele franziu as sobrancelhas — Construímos.

Ele tocou na cauda mecânica com o pé. Perna-de-Peixe saiu detrás do tecido que o cobria, ele usava um chapéu com a replica da cabeça do Fúria da Noite, revelando o grande plot twist.

— A gente... Pegou ele? — Ele cambaleia, em seguida, caindo no chão.

— AGORA! — Soluço manda após segurar a besta de Grimmel. O nosso grupo sai de suas posições, revelando suas devidas armas. Retiro o dardo de minha bota, me levanto e saco os punhais.

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