22. Resgates

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Era uma noite fria e estranha. Os caçadores haviam de caçar seus dragões à tarde, porque à noite... Nós aparecíamos.

— QUIETO! — O caçador mandou para o dragão que grunhiu.

O chão do navio estava coberto por névoa por conta do clima gelado. Mal dava para enxergar meus pés enquanto eu caminhava pelo local.

Encontro uma luz, parecia fogo. Me aproximei e consegui distinguir o que era: Soluço e sua espada flamejante. Ele usa sua armadura de escamas de Fúria da Noite, assim como eu também uso uma armadura de escamas de Fúria da Luz.

Andamos de encontro ao caçador, passando pelas jaulas.

— Quem são vocês? Ou... O que são vocês? — Perguntou.

Soluço fez um sinal de silêncio com seu dedo indicador.

Banguela fez com que suas escamas abertas brilhassem no escuro. Ele escia de cima da estrutura de ferro da jaula atrás do caçador, o assustando.

O caçador nos atacou, indo primeiro em Soluço já que ele o enxergava melhor por conta da lâmina em chamas. Bem, a luta teria sido legal se não ocasionasse em uma linha de fogo no chão do navio. Banguela pulou pelas jaulas e foi ao nosso lado enquanto passávamos dentro ao fogo.

O caçador solta um grito agudo.

— AAH! VOCÊS SÃO DEMÔNIOS! — O caçador aponta para nós.

— Ai meu Thor. — Coloco uma de minhas mãos na testa e a outra na cintura, revirando os olhos.

Sh, sh, sh! Eu não sou um demônio, eu não sou um demônio. — Ele se sentiu na obrigação de repetir a frase duas vezes, em seguida, apagando sua espada e retirando seu elmo — Viu? Eu sou um cara! Sou um cara que veio salvar esses dragões então-...

— MAS VOCÊS PASSARAM PELAS CHAMAS! — O caçador grita.

— É escama de dragão — Aponto para a armadura —, dragões soltam muitas.

— Não... Eu reconheço um demônio de longe! Humanos não têm perninhas tão fininhas — Ele apontou para as pernas de Soluço. Não me permito segurar a risada, recebendo um empurrão na minha cabeça.

Melequento pousou com Dente-de-Anzol. Ele usa uma armadura das escamas da criatura em que monta. O dragão pegava fogo, exceto pela parte onde a sela estava.

...Dente-de-Anzol... Ele me lembra o Nilo...

— Curtiu a entrada deles?! Se liga na minha! — Melequento se levanta na sela, acabando com o traseiro queimado e correndo pelo convés.

— EU SABIA! MAIS DEMÔNIOS! — O Caçador coloca as mãos na cabeça.

— Não, esse aí é só um trapalhão que esqueceu de proteger a busanfa. — Digo, arrancando uma risada de Banguela.

Os gêmeos pousam, fazendo seu Zíper-Arrepiante soltar o gás por uma boca e acendê-lo com uma faísca.

— Espera aí, gente! AINDA NÃO! — Meleca corre para fora da explosão.

— Eis aqui o seu pior pesadelo. — Cabeça-Dura surge ao lado de sua irmã por detrás do fogo. Eles vestem uma armadura de escamas de Zíper-Arrepiante. Dura tem o cabelo amarrado em volta do rosto para assemelhar a uma barba viking, já que a dele ainda não cresceu.

— Eis aqui! — Completou a Cabeça-Quente. Ela usa suas duas tranças jogadas por cima de um dos ombro.

— Junto com a irmã que me encheu para vir junto. — Durão continuou, resmungando.

As Aventuras De Thyri Onde histórias criam vida. Descubra agora