13. Geleira

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Saímos do penhasco depressa, atravessando a ilha e chegando a um lugar escuro e sombrio, onde as árvores estavam mortas, sem folhas. Fazia frio e mal dava para ver o chão por conta da névoa. Começamos a voar mais baixo e achamos escombros de navios, até que nos deparamos com o mar e mais à frente com uma geleira, onde os barcos detonados estavam encalhados, juntamente a torres e jaulas.

— Caramba! — Pouso nas costas de Banguela, me sentando atrás de Soluço

— Nossa...

O homem arqueia as sobrancelhas, colocando a mão para trás rapidamente, pegando meu pulso e o colocando em volta de sua cintura

— Fique perto. — Ele pede, então voltamos a nos aproximar dos escombros — O que aconteceu aqui?

Eu avisto algo em meio ao gelo. Me levanto ainda na sela para poder enxergar melhor.

— Calma, amigo. — Soluço pediu para o dragão que queria sair dali. Meus olhos param em dois homens com um lançador de redes — THYRI, CUIDADO!

A rede me acerta em cheio, e eu começo a cair enquanto me transformo, na tentativa falha de pocar as cordas.

Caio em cheio num pedaço do barco em meio a geleira, e volto a minha forma humana, deixando os Caçadores de Dragões a minha volta surpresos. Eles soltavam comentários do tipo: "Ela é um demônio?".

Um homem alto e musculoso veio em minha direção.

— Ora, ora, ora, o que a ventania trouxe ao meu forte? — O homem indagou.

Ele estava prestes a se inclinar apra baixo, para me observar melhor, quando Soluço pousou com Banguela. Soluço sacou a sua espada flamejante, arrancando arfadas de surpresa dos outros.

— Vocês voltaram! — Disse o homem alto e musculoso de cabelo grandinho, preso em um pequeno rabo de cavalo baixo. Ele olhou para Banguela — Eu me borrei nas calças. — Ele disse com empolgação.

— Espero que isso tenha sido somente uma expressão. — Declaro.

— Aquele é um Fúria da Noite! Eu pensei que eles tinham sumido para sempre. — Ele anda para frente pisando em minha barriga. Eu grunho ao sentir a sola da bota raspando no meu abdômen — Parece que nossa sorte mudou para melhor pessoal. Eu acho que o Drago não tem um desses no exército de dragões. — Ele aponta para o dragão.

— Exército de dragões? O que esse palhaço está falando? — Eu questiono, tentando levantar a sua bota.

— Olha nós não queremos problemas. Deixa ela ir. — Soluço avisa.

— Há! Deviam ter pensado nisso antes de roubarem nossos dragões e EXPLODIDO NOSSO FORTE! — Ele aponta para os escombros.

— Você acha que fomos nós que fizemos isso? — Perguntou Soluço.

— Capturar dragões já é um negócio bem difícil sem Cavaleiros bem feitores invadindo para resgatá-los. — Ele pisa mais forte na minha barriga.

A minha forma dragão oscilou. Asas saíram das minhas costas e eu fiquei com a minha força sobre-humana, empurrando a bota do Caçador de Dragão.

— Mas, que bem feitores? — Soluço perguntou novamente, confuso — Existem outros Cavaleiros de Dragões?

— Quer dizer o seu dragão de ontem a noite? Diga-nos você! — O homem cruzou os braços, passando por cima de mim e indo a frente de Soluço e Banguela — Você pode ter um dragão cuspidor de fogo ao seu lado, mas nós temos uma cota a cobrir. Como acha que vamos explicar essa confusão para o Drago Sangue-Bravo.

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