28. Plano Arriscado

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Quando acabamos a armadura de Nilo já estava de noite. Sua armadura ficou parecida com a de Astrid por conta do tom de azul.

Banguela ainda não havia voltado, admito que estava preocupada. E se deu algum problema na cauda? E se ele foi pego?

Os vikings haviam montado uma festa em comemoração a... bem, tudo. Estavam todos muito alegres.

Havia uma fogueira no centro do lugar, onde as pessoas dançavam. A nossa volta tinha algumas estruturas inacabadas das casas e algumas mesas - lotadas -, onde vários vikings comiam e bebiam até que seus corpos dissessem: "basta!"

Olho para o lado e vejo Eret, Nilo, Melequento e Soluço mostrando os "braços musculosos". Os de Melequento estão mais para gordura, e Soluço, bem, você sabe.

Puff, amadores. — Eu zombou, logo apontando para meu braço, nenhum pouco musculoso, mas pareceu divertí-los, já que arrancou muitas risadas.

— Viva ao chefe! — Bocão berrou, comemorando e estendendo um copo de cerveja ao ar.

— Viva ao nosso chefe! — Os vikings estenderam os copos de cerveja no ar, brindando com os próximos.

Um grupo de pessoas carregou Soluço nos ombros, e o jogaram para o ar uma ou duas vezes.

A música tocava como eu nunca havia visto ser tocada. A alegria me contagiava e me fazia querer abrir os braços e deixar o ritmo tomar conta de mim. Eu teria o feito, se Eret não tivesse chegado, me oferecendo uma caneca de cerveja.

Eu a bebi, batendo-a na mesa e erguendo os braços, como se tivesse acabado de vencer a maior competição da história.

As mãos de Eret envolveram a meu pulso, me chamando para dançar. Eret tinha de fato seu lado "mulherengo", mas era um ótimo amigo quando se precisava.

— Ai gente, chega, eu acho que estou ficando tonto. — Soluço pediu, logo sendo colocado no chão e cambaleando até Bocão, que já havia terminado sua bebida.

Os olhos do meu noivo pousaram em nós.

— Olha eu achei que você estava ficando meio tan-tan mas isso aqui não é nada mal! — Bocão disse, logo puxando Soluço com seu braço.

— Era para ser uma solução temporária. — Soluço sussurra para o homem, ainda com a atenção para nós.

Eret o notou e fez um tipo de saudação. Eu acenei, andando até Soluço.

— É unânime. Está todo mundo de acordo que a troca foi perfeita! — Avisei, socando o ombro de Soluço —Bom trabalho, chefe.

Soluço enrubeceu antes de voltar a si.

— E se a cauda queimou? E se o Grimmel pegou ele? — Ele disse — E se... Ele precisar de mim?

— Tenho as mesmas preocupações — Me levanto, indo ao seu lado.

— Relaxem, ele deve estar se divertindo de montão! — Bocão diz, pegando uma coxa de frango.

— Como é que eu vou saber? — Soluço pergunta — Ela nunca aparece! E quando aparece está cheia de pressa. — Assenti com a cabeça, concordando — Assim, como vamos saber que ela é certa para nós?

Torço nariz.

— Nós? — Repito.

— Você entendeu. — O garoto revira os olhos — Ela é tão... Selvagem; arredia. — Ele cruza os braços — Posso falar? Eu não confio nela.

— Não tenha ciúmes, querido Soluço — Começo a implicar —, Banguela sempre será sua primeira namorada — Arranco risadas de Bocão.

— Ela têm razão! — Bocão concordou em berros  — E você não pode domar todo mundo, Soluço. Um dia vai ter que cortar esse cordão umbilical e deixar o Banguela bater asas! — O homem simula asas com suas mãos. Nós havíamos nos distanciado da festa, mal dava para escutar a música — Isso me lembra uma conversa com Stoico sobre você-... AH! — Bocão se assusta com algo — Larga do meu pé, chulé!

— O que? — Eu e Soluço perguntamos em uníssono, nos virando para encarar Bocão, que havia se escondido numa pequena barraca jogada ali.

— Esses Papa-Tudo dos infernos! — Ele aponta para uma local vazio — Esses caras se reproduzem mais rápido que coelho! — Bocão coloca a mão na frente da boca, sussurrando para nós — Eu acho que eles estão de olho em mim. Está na cara que eu sou apetitoso.

— É óbvio. — Sou sarcástica.

— Romeu! Chega mais! — Cabeça-Dura sai de dentro da barraca, me empurrando com força e se posicionando ao lado de Soluço — Olha só, eu estava vendo você andar... Para de mancar, mancar assim é mancada cara. — Ele ri do próprio trocadilho.

— Mas eu tenho uma perna mecânica! — Soluço contesta.

— E minha perna é de pau! — Bocão aponta.

— E eu tenho uma irmã parasita, mas nem por isso eu fico mancando! — Durão confessa — Vem. Coragem, Romeu! — Ele deu um leve tapinha no queixo de Soluço enquanto andava ao seu lado — Estufa esse peito, ajeita esse bumbum! — Ele deu um tapa estralado no traseiro de soluço.

— Qual é o negócio de vocês com a bunda do meu noivo? — Eu pergunto.

Observo Bocão sair em disparada após provavelmente se dar de cara com mais Papa-Tudos.

Um arrepio percorreu minha espinha dorsal, depois os pelos finos do meu braço ficaram de pé, então meu estômago se revirou. Eu senti meus joelhos tremerem então eu caí, chamando a atenção dos três que logo vieram me socorrer.

— Isso foi mais forte... — Respiro fundo, enquanto tento me sentar — Mais forte que o mal presságio da Morte Rubra e de Drago, isso foi diferente.

A música havia parado de vez, e os vikings haviam ficado em silêncio. Corremos até a festa para ver o que acontecia. Pula-Nuvem acabara de pousar no local, Valka desceu apressada, procurando seu filho.

— Valka, você está bem? Se machucou? — Corro até ela.

— Eu estou, estou bem.

— O que aconteceu? — Soluço perguntou, odiando o suspense.

— Eu não sei como, mas esse Grimmel está nos seguindo. — Valka revela, deixando todos assustados.

— É tudo culpa daqueles Papa-Tudos infernais! — Bocão soltou pragas nos dragões.

— Ele deve ter cem navios ou até mais! Com jaulas para todos os nossos dragões.

— Se o Grimmel está vindo como o líder, então temos que separá-lo do grupo. — Soluço explicou.

— Ah, e como a gente vai fazer isso? — Durão questiona, coçando a falsa barba.

— Indo lá e capturando ele. — Respondeu, deixando todos pasmos.

— Como é que é? — Me virei para ele.

— Capturar ele?

Bocão repetiu para si mesmo, tentando saber se havia escutado certo. Todos ficaram em silêncio, era arriscado, e tinham muito a perder se desse errado.

— EU ESTOU COM ELE QUEM MAIS?! — Durão sorriu, levantando os dois braços. Eu levanto um dos meus, ainda não estava completamente bem, mas eu lutaria.

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Eu sei que o capítulo foi curto, mas é que eu vou postar mais um na virada do ano! Será o presente de Natal e de Ano Novo para vocês.

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