11. Festa

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Voltamos para Berk à um ano e fomos recebidos de braços abertos. Novas casas tiveram que ser construídas para os Dragonbloods que vieram conosco, coisa que não demorou muito já que a maioria dos vikings estavam acostumados a reconstruir as coisas.

Os Cavaleiros de Dragões me contaram de duas aventuras nos últimos cinco anos, enfrentando Caçadores de Dragões e resgatando o ovo do Rei dos Dragões.

Bem, hoje seria Snoggletog. Snoggletog é como o natal, trocamos presentes e fazemos comidas típicas.

No momento eu estou no Grande Salão com Astrid a ajudando a fazer Yaknog - uma receita criada por ela -. Assim que ela pediu ajuda para fazer a bebida, o nosso grupo começou a correr ou então a inventar desculpas esfarrapadas como: "Ah, eu tenho que alimentar a minha galinha"

- Pegamos tudo, certo? - Ela olha para mim esperando uma confirmação já que sou eu que seguro uma lista de ingredientes.

- Ah, sim. Ovos, repolho e leite de iaque - Aponto para os ingredientes.

- Ugh, que droga, porque eu tinha que esquecer o último ingrediente?! - Ela bate na própria testa - Vou colocar algas no lugar do ingrediente esquecido.

Torço o nariz.

- Oh, Trid, não que eu esteja duvidando de você mas... Tem certeza que essa mistura vai ficar... err... comestível?

Ela coloca a mão no peito, se sentindo levemente ofendida.

- É claro que vai! Essa receita é maravilhosa, todos adoram. - Ela diz, quebrando os ovos no caldeirão.

- Todos quem? - Questiono.

- TODO MUNDO!

Ela se estressou, jogando a colher no caldeirão. A loira misturou os ovos rapidamente, em seguida despejou aos poucos o leite. Perna-de-Peixe passava pelo Grande Salão e não escapou do pedido de Astrid:

- Perna, pode trazer algumas algas? - Ela pergunta com um sorriso no rosto - É pro Yaknog!

Perna-de-Peixe torce o nariz.

- Certeza que isso ficará comestível? - Ele pergunta, indo até o caldeirão.

- PORQUE TODO MUNDO PERGUNTA ISSO?! - Ela se estressou novamente, deixando o garoto assustado.

- OKAY, OKAY, EU VOU PEGAR AS ALGAS! - Ele sai correndo do local.

Demorou um pouco, mas Perna-de-Peixe finalmente voltou com as algas e conseguimos terminar a bebida espumante. Astrid estava saltitando de alegria feito uma criança que ganhou o presente tão esperado.

Nilo entrou no Salão, sem saber o que acontecia.

- Nilo! - Astrid o chamou e ele se dirigiu até nós - Você terá honra de provar a minha melhor receita, o Yaknog.

Ela sorriu orgulhosa enquanto colocava a bebida em uma caneca grande de madeira com a concha.

- Ah... Certo.

Ele dá de ombros, eu e Perna rimos baixinho, pois o garoto mal sabe o que o espera. Nilo deu um gole grande, depois fez uma careta, deixando a pobre Astrid triste. Ao ver a expressão da garota ele engoliu toda a bebida, se forçando a não vomitar.

- Deli-... - Ele respira fundo e balança a cabeça para os lados com os olhos fechados - Delicioso!

A loira sorriu e saiu saltitando para pegar mais copos.

- Você está chorando? - Observo o canto dos olhos de Nilo lacrimejarem.

- Não...

~¤~

A noite chegou e eu ainda estava na minha casa. Ela era simples, nada de mais. Uma construção de madeira escura com apenas um andar. A decorei com uma cama e dois baús, um para guardar roupas e outro menor para armas - digamos que eu tenha me facinado por adagas e punhais -. Eu sempre comia no Grande Salão então não precisava de uma cozinha.

Escutei uma música se iniciar, com tambores e flautas fazendo uma melodia animada.

Saio de casa, me deparando com a aldeia toda decorada. Fitas coloridas por cima das casas e uma fogueira enorme acesa no cento de Berk. Deveriam ter limpado a neve por onde ocorria a festa, pois o chão era visível. Melequento e Perna saíram correndo até seus devidos dragões, levantando vôo e se unindo com o resto dos Cavaleiros de Dragões no céu estrelado. Todos os dragões atiraram em um ponto específico no ar, fazendo um show de luzes pela aldeia, enquanto os vikings dançavam, comiam e bebiam.

Me sento em um dos bancos em volta da grande fogueira.

- CREDO! - Bocão cospe a bebida que ele acabara de tomar - ASTRID FEZ YAKNOG DE NOVO?!

Ele perguntou incrédulo, colocando a língua para fora boca. Não posso deixar de soltar uma risada.

Os Cavaleiros de Dragões já voltaram ao chão para aproveitar a festa. Eu vi Cabeça-Quente sendo cortejada por Melequento e Perna-de-Peixe. Astrid dançava com Nilo, ambos muito felizes. Cabeça-Dura fazia uma dança engraçada ao fundo.

- Uhm... Olá.

Soluço se pronuncia, com suas mãos brincando com os dispositivos em seu traje. Eu olho para trás para me certificar de que o garoto falara comigo.

- Oi. - Lhe dou um sorriso.

- Então... - Ele coçou a garganta, limpando-a - M'Lady, gostaria de dançar? - Perguntou, tentando passar um ar galanteador.

Devo admitir que funcionou.

- Claro.

O respondo enquanto reprimo uma risada. Me levanto e o puxo para a multidão. Nos misturamos, batendo palmas e pulando junto ao ritmo dos tambores.

Parecia que a música ficava mais animada a cada toque.

Entrelaçamos nossos braços e giramos, depois mudando a direção. Soluço se ajoelhou, deixando uma perna para trás na qual eu pulei sobre, logo eu o ajudo a levantar e damos as duas mãos, batendo a lateral dos pés um no do outro.

Ele soltou uma das mãos e me rodou. O impulso fez o meu cabelo curto balançar enquanto eu girava. Soluço me puxou para si ao segurar o meu pulso, com uma mão no meu quadril. Eu deixei a minha mão livre em seu peito.

Ficamos assim por algum tempo, até eu notar que Soluço parecia nervoso.

- Soluço? - Eu o chamo.

Ele abriu a boca para falar, mas somente o meu nome saiu.

- Thyri. - Ele sussurrou.

Eu o vi se aproximar.

Estávamos tão próximos que nossas respirações pareciam se misturar. Quando ele disse o meu nome, senti nossos lábios rasparem. Um arrepio me percorreu quando sua mão apertou ainda mais a minha cintura.

Antes que pudéssemos de fato nos beijar, eu notei algo com o canto dos olhos.


Eu o empurrei para trás e bati continência.

Stoico, chefe de Berk e pai de Soluço, nos encarava de boca aberta. Ele usava seu elmo de chifres casual e segurava uma caneca de cerveja.

- MINHA FUTURA NORA! - Ele largou o copo no chão e abriu os braços para vir me abraçar.

- Pai! - Soluço cobriu o rosto.

As Aventuras De Thyri Onde histórias criam vida. Descubra agora