14. Mascarado

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Tempestade e Banguela voavam lado à lado em plena harmonia. Eu estava nervosa, afinal estavamos indo encontrar o tal Drago Sangue-Bravo, e se até Stoico, O Imenso, têm medo dele quem sou eu para não temê-lo?

— Eu ainda acho que deveríamos ter ficado — Diz Nilo, voando acima de nós com os braços cruzados.

— Então porque veio? — Perguntei.

— Não iria deixar vocês três morrerem! — Ele exclama. Os dragões rugem, bravos por não tê-los incluído — Vocês cinco. — Corrigiu.

Eu avisto um pontinho no meio do mar, possivelmente o barco dos Caçadores. Cutuco Soluço, que imediatamente nos leva até ele, pousando no convés.

— E eu aqui achando que iria terminar de mãos vazias.

Admitiu Eret, enquanto apontava sua adaga em direção a nós. Astrid, como é esquentada, já pegou seu machado e eu a acompanhei, puxando as minhas adagas extras, presas em minhas botas.

— Não. É seu dia de sorte. — Soluço colocou suas mãos na altura dos ombros — Nos rendemos!

— Como?! — Fico surpresa, assim como Eret.

— É. — Afirmou Soluço — Têm um Fúria da Noite, um Nadder Mortal, dois Dragonbloods e dois dos melhores Cavaleiros de Dragões. — Soluço joga uma rede que estava no chão por cima de Astrid, que fica tão paralisada quanto eu — Isso vai deixar o chefe feliz.

Ele nos guia até uma jaula grande no chão afundada no piso.

— Que loucura é essa? — Pergunta Astrid, removendo a rede e entrando junto a Nilo.

— Banguela, fica! — Soluço manda para o dragão que tentou entrar na jaula — Como dragões não gostam de lugares apertados acho melhor eles ficarem aí em cima com vocês, mas não vai ter problema nenhum não. — Os Caçadores apontam suas lanças para Banguela — À não ser que vocês façam isso. Sabe... Barco de madeira no meio do oceano... Vocês têm treinado natação?

— Eu não... — Admitiu um Caçador de altura baixa.

Eu e Eret bufamos em sincronia.

— Ih, rapaz, quase esqueci — Disse Soluço ao clicar no botão que faz sua espada pegar fogo —, prisioneiro não pode ter arma, né? — Ele entrega a espada.

Eu ainda estava segurando minhas adagas. Soluço balançou a cabeça em um: "Segue o plano!". Não evitei soltar uma expressão de insatisfação.

— Vamos mesmo nos render para eles? — Questiono — Eles cheiram à começo de piada infame.

Quando voltei a encarar Eret, esse já estava à uma proximidade desconfortável de mim. Encostei a minha adaga em seu pescoço.

— Thyri... — Soluço me repreendeu.

— Se afaste. — Ordenei. As armas dos Caçadores voltaram para mim.

— Você está muito estressada, minha dama. — Eret ponderou, removendo a minha lâmina de sua garganta — Devo admitir, eu gosto.

Não perdi a oportunidade de levantar o joelho, acertar os seus preciosos e bater o cabo na lâmina em sua cabeça. Sinto as mãos de Soluço me puxando para trás.

— Espere aí, eu ainda não acabei com esse energúmeno! — Determino — Ele merece no mínimo, um soco!

— Ah, se merece. — Nilo concordou.

— Com certeza. — Disse Astrid, apertando o cabo de seu machado, como se fosse quebrá-lo.

— É, ele merece sim. — Soluço afirma. Sua feição transmitia nitidamente o ódio que sentia. Não perdi a oportunidade de mostrar o dedo do meio para Eret antes de entrar na "cela"

As Aventuras De Thyri Onde histórias criam vida. Descubra agora