6. Ninho dos Dragões

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A penúltima prova do treinamento iria começar em alguns minutos.

Astrid se preparava, exalando confiança enquanto segura firmemente seu machado. Soluço estava com um elmo de chifres que Stoico havia lhe dado. Eu tentava o convencer de desistir da prova.

— Soluço, é sério. — Eu insisto, mas o garoto parece preferir me ignorar, pois estava andando para os lados tentando se livrar de mim — SOLUÇO HORRENDOUS HADDOCK III! — Eu berro, já estressada pelo seu comportamento. Ele se virou e me olhou nos olhos — Você precisa desistir dessa prova, se não terá de matar um dragão.

— É exatamente por isso que eu preciso vencer, porque se eu conseguir, não matarei o dragão, mas Astrid vai, sem hesitar. — Me explica.

— Eu estou com um mal pressentimento... — Enxugo o suor que acabara de descer pela minha testa. Ele vem me abraçar meio sem jeito, mas no final desistiu e apenas deu um soquinho amigável no meu ombro — Sabe que ainda não concordo, não é?

— Sim, mas eu ainda vou tentar vencer. — Ele coloca o escudo e ajeita o capacete ao escutar Bocão chama-lo — Por você. — Soluço sorriu, e depois se dá conta do que disse — E p-pelo Banguela também, é claro. — Assentiu freneticamente.

Deixo uma risada escapar e o empurro para a arena, em seguida subindo até o público, onde suponho que quase a aldeia inteira está, curiosos para saber quem a Anciã, Gothi, escolherá.

Astrid e Soluço entram na arena, onde um Gronckel raivoso já estava solto. O garoto se escondeu atrás de uma parede de madeira de meio metro.

— Vê se não se mete! — Consigo escutar a Loirinha falar para o garoto — Eu vou vencer essa briga. — Ela sai correndo em seguida.

— 'Tá, vai lá, fica à vontade. — Soluço dá de ombros e se levanta, dirigindo seus olhos para as arquibancadas, olhando Stoico que o observava, em seguida olhou para mim, eu estava com os braços cruzados.

O dragão rosnou, enquanto procurava os dois pelas paredes de madeira. Astrid apoiou as costas no objeto, e sussurrou algo encorajador para si mesma, então se levantou, soltando um grito de guerra e erguendo o machado para acertar o Gronckel. Para o azar dela, Soluço foi mais rápido e já tinha deixado o dragão no chão, sem machucá-lo.

— NÃO! — Ela começou a soltar pragas para o garoto — SEU FILHO DE TROLL, COMEDOR DE RATOS, SEU BALDE DE IMUNDICE! — Ela acertava o ar com o machado.

— Ela é esquentada que nem você. São amigas? — Nilo brinca atrás de mim.

Não posso evitar um espasmo de susto.

— Está me seguindo? — Pergunto, mas a resposta do garoto é interrompida pela voz grossa de Stoico:

— Espere, espere! — Pediu, acalmando o público. Soluço se esgueirou soltando um: "Então, até mais"

Não, não, não, pode esperar — disse Bocão, puxando o garoto para trás.

— É que eu estou atrasado para... — Soluço é interrompido pela loira irritada, que colocou o machado próximo a garganta, o ameaçando:

— Atrasado para quê? Pode me dizer?

Me preparo para qualquer movimento brusco, mas Nilo me segura.

— Relaxa, ela não vai atacar o filho do chefe. — Eu arqueio uma sobrancelha — Tenho meus informantes. — Ele encara as próprias unhas.

— Muito bem, silêncio! A Anciã decidiu. — Avisou o chefe.

Bocão colocou o gancho acima da cabeça da loira, Gothi negou, deixando o público chocado. Em seguida, Bocão colocou a mão acima da cabeça de Soluço e a Anciã concordou, apontando com o dedo indicador para ele.

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