15. O Santuário

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- ESPERE AÍ, VOCÊS DEIXARAM MEU DRAGÃO PARA TRÁS, ELE NÃO SABE VOAR SOZINHO, VAI SE AFOGAR! - Soluço gritou para o Mascarado enquanto se remexia para sair do dragão. Eu fazia o mesmo.

O Mascarado pareceu ignorar, ainda olhando para frente. O dragão que nos carregava passou por um pequeno arco de gelo. Pisquei meus olhos rapidamente ao ver uma outra geleira, extremamente maior da outra que engoliu o forte dos Caçadores.

Os dragões entraram nessa, e nos largaram no chão rochoso. As criaturas pousaram a nossa volta.

- A gente tem que ir buscar o meu dragão! - Soluço pediu para o Mascarado, que havia sumido em meio a escuridão.

O dragão que havia nos trazido se aproximava por detrás de nós. Soluço se virou rapidamente e sacou sua espada flamejante, enquanto eu abria minhas asas. Os dragões ficaram impressionados quando Soluço balançou sua espada no ar. Eles seguiam a chama com seus olhos.

Um rugido é escutado ao longe.

Soluço trocou uma peça do cabo de sua espada, na qual começou a soltar gás de Zíper-Arrepiante. Ele girou e depois ligou o fogo de sua espada, fazendo uma barreira de explosão a nossa volta, em seguida o fogo sumiu em fumaça. O homem se aproxima do dragão que nos trouxe, devagar.

- Você vai fazer o lance com a mão? Me diz que vai fazer o lance com a mão! - Recebo um peteleco na testa.

Soluço estava prestes a encostar a mão no focinho da criatura, porém o barulho do chacoalhar da armadura do Mascarado chamou atenção. Ele estava em meio aos dragões.

- Quem é você? O ladrão de dragões?... Drago Sangue-Bravo? - Perguntou ele - Pelo menos está entendendo o que eu estou falando?

O Mascarado sacou seu cajado e o girou no ar, em seguida bateu delicadamente a sua ponta no chão, no qual tinha um tipo de chacoalho. Um dragão entrou, segurando Banguela com suas patas. Ele o deixou no chão, a nossa frente.

- Banguela! - Soluço exclamou, indo até ele. O Fúria da Noite acorda, dando lambidas no rosto do garoto - Tudo bem, amigão? É bom te ver também.

O Mascarado balançou seu cajado novamente. O barulho do chacoalho encheu os meus ouvidos naquele silêncio. Um dragão abriu a boca, em chamas, depois, os outros dragões que ali estavam fizeram o mesmo, iluminando o local.

Banguela e eu ficamos na defensiva, esperando qualquer movimento brusco. O Mascarado se aproximou devagar, deixando seu cajado e escudo no chão. Andamos para trás enquanto se aproximava. Ele levantou a mão na frente do rosto de Banguela e balançou o próprio braço, a armadura vez um som estranho que fez o dragão se deitar de barriga para cima. Eu me transformo por completo e ele faz o mesmo comigo. Quando me dou conta estou de barriga para cima me espreguiçando no chão duro.

Ele se aproximou de Soluço, levando sua mão até seu rosto, porém, nem sequer o encostou. Ele viu uma pequena cicatriz entre o seu queixo e lábios, coisa que aparentemente o deixou surpreso. Ele ficou agachado no chão, olhando para o garoto, não dava para ver seu rosto mas eu sabia que estava surpreso.

- Soluço? - Sua voz era feminina, doce e calma, acho que O Mascarado é na verdade A Mascarada. Ele retirou seu capacete, revelando ser uma bela mulher de cabelos ruivos e olhos claros. - É você mesmo? Depois de tantos anos... Como é possível? - Ela se levantou.

- Eu devia conhecer você? - Soluço questionou.

- Não. - Ela olha para o chão - Você era só um bebê... - Ela volta a encará-lo nos olhos - Mas uma mãe nunca esquece.

- Ui, arrepiou até a alma. - Eu já havia me transformado em viking novamente, estava tentando fazer com que Banguela se levantasse.

Soluço estava sem palavras, ele abria a boca para falar algo mas nada saía.

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