24. Fúria da Luz

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P.O.V. Thyri

— UH-HU! — Grito por cima dos galhos de pinheiro. O sol já estava se pondo, o vento batia forte aqui, e o meu cabelo me atrapalhava quando entrava na minha frente. Acabo errando o galho e começo a cair, foi tão rápido que nem tive tempo para abrir minhas asas.

Caí nas costas de Banguela.

— Ai... — Rolo para o lado, caindo na grama. Banguela parece ter me ignorado, ele andava até o penhasco onde Soluço estava.

— O que foi? — Soluço perguntou ao dragão, que imediatamente olhou para sua perna de metal — 'Tá, mas você sabe que isso não é um brinquedo, não é? — Perguntou, em seguida fazendo uma voz infantilizada — É isso que você quer? É? Você quer a perninha?

Soluço jogou a perna mecânica do penhasco e Banguela correu para pegá-la.

Soluço se sentou no chão, pegando seu caderno e abrindo o mapa, colocando pedras nas bordas para que ele não saísse voando. A prótese de metal caiu ao seu lado, ele olhou para cima e viu Banguela com as asas abertas aproveitando o vento.

— Você já está planando numa boa sozinho, não é amigão? — Observou. Banguela jogou a prótese em cima do mapa, esperando que ele a jogasse novamente.

Eu assobio, chamando a atenção dos dois.

— Então é para cá que você vêm para fugir do Bocão! — Indago.

Banguela balançou a cauda e correu para mim em busca de cafuné.

— Eu não faço ideia do que você está falando, M'Lady. — Soluço sorri, voltando sua atenção para mim.

Banguela correu com a perna mecânica e me deu, ela estava ensopada de saliva. "Ew..." deixo escapar antes de jogá-la para longe. Banguela foi atrás.

Passei a palma nas minhas calças antes de me sentar ao aldo de Soluço.

— Mas sabe, ele tem razão. — Me refiro à Bocão.

— Sério? — Soluço parecia surpreso — Acha que você e eu devíamos...?

Senti meu rosto queimar.

— Pelos deuses, não! — Acabei exclamando — Não estamos nem um pouco preparados. E além do mais... — Eu olho para o horizonte — Queria que Nilo estivesse aqui para ver esse momento acontecendo. Muito cedo, Soluço.

— Ah, é, isso seria... Loucura. — Ele determinou em um suspiro.

— Quero dizer que Bocão tem razão em relação à tudo isso! — Aponto para a aldeia.

— É, parece realmente que o mundo todo já está sabendo da gente.

— É! E quanto mais dragões nós trouxermos, mais atenção vamos chamar dos inimigos. — Banguela jogou a perna de metal no meu colo. Eu a jogo outra vez — Eu queria que existisse um jeito da gente resolver esse problema.

— Talvez exista. — Soluço começou. Eu arqueei uma sobrancelha em interesse — Meu pai costumava falar de uma velha lenda dos mares, um lugar secreto no fim do mundo onde todos os dragões vivem completamente seguros.

Eu solto uma risada nasal.

— Marinheiros são conhecidos por exagerarem nos contos.

— Eu sei, mas... E se existir mesmo? Pode ser a resposta para todos os nossos problemas!

— Como? — Questiono — Você vai levar os dragões para lá?

— Não... Nós todos! — Soluço sorriu.

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