23 de julho de 2006
Ponte Donghai, litoral de Shangai
Semana do Tufão KaemiYuan estava no carro atrás, na cadeirinha, quando já era noite e chovia fortemente.
Mesmo com tantos avisos do presidente, desde meses atrás, sobre a chegada do tufão Kaemi, os Wen tinham que ir ao litoral da cidade ver Ning - primo da mãe de Yuan - que estava muito doente e tinha poucas chances de chegar aos vinte anos de idade. Então era uma questão importante.
E apesar do perigo, os Wen haviam se preparado bem para chegar à casa de Qing, pesquisando as probabilidades de quando o tufão subiria de Taiwan para a China.
Só que a natureza era imprevisível.
O garoto estava dormindo, mas acordou assim que escutou a voz da mãe no telefone com alguém.
– Estamos perto da sua casa, A-Qing! – a mulher disse sorrindo.
– Venham logo, prima! Tá chovendo muito – Qing falou. – Vai ser melhor, assim meu irmão mata a saudade do A-Yuan.
– Tudo bem, estamos chegando! – disse sorrindo para o celular.
– Mamãe, eu tô com medo. – Yuan falou, por conta da chuva extremamente forte.
– Calma querido, estamos chegando na casa da prima Qing e o primo Ning. – a mãe se virou para trás, sorrindo para o garoto, tentando o acalmar.
A ligação estava péssima e cortando bastante, porque a tempestade não era uma comum.
– A ligação tá cortando bastante, Qing. – a moça disse.
– Tá mesmo. – a Wen do outro lado da ligação concordou. – Onde estão agora?
– No final da ponte Donghai. – a mulher respondeu.
Mas as coisas pioraram quando eles sentiram um tremor no carro. A ponte estava balançando levemente, mesmo que fosse segura o suficiente para não cair.
Só que esse tremor foi o suficiente para fazer com que o homem que dirigia perdesse o controle do volante o carro virou totalmente para a direita indo para fora da ponte.O grito de desespero da mãe foi tão alto que Qing escutou e perguntava repetidamente o que havia acontecido, porém não teve mais respostas quando caíram na água de frente.
Yuan estava com medo e chorava, enquanto a água ia entrando cada vez mais no carro.
A mãe tirou Yuan da cadeirinha desesperada, o pegando no colo.– A-Yuan! Conta até dez e prende o máximo de ar que conseguir, ok? Igual fizemos na aula de natação, se lembra? – perguntou e o menino assentiu. – Você tem que nadar igual peixinho até lá em cima e boia como a professora Wang ensinou, está bem? – a mãe tentava conter o choro.
Ela não conseguia abrir a porta e muito menos a janela, mas o pai conseguiu pegar força o suficiente para chutar a porta e abri-lá.
– Um... – a mãe iniciou a contagem e a água subia mais ainda. Ela respirava fundo e Yuan a copiava nos atos.
Eles contaram até dez.
– Eu te amo... – a mãe sussurrou e o pai deu impulso para o filho nadar para cima.
O cinto deles estavam emperrados e sabiam que não conseguiriam sair, mesmo que tentassem. A mulher deu a mão para o marido, já imersos na água e viram o filho pequeno nadar distante.
[...]
Yuan estava sobre água havia mais ou menos uns trinta minutos, eles estava começando a ficar com sono e o frio já não era mais um problema. Uma noite tão gelada, o garotinho pequeno a essa altura já estava doente. Quando ele foi fechando os olhos e afundando novamente, uma mão o segurou o puxando para fora com agilidade e o colocando dentro da lancha.
– Ei, garoto! – a menina o chamou o acordando e assim que ele abriu os olhos totalmente, tossiu cuspindo toda a água que havia ingerido e ido para o pulmão. – Você tá bem!? O que tá fazendo aqui em meio a tempestade!?
– Papai e mamãe estão lá... – ele apontou para a água.
– Oh... – ela ficou quieta por alguns segundos. – Ok, você tem algum familiar próximo além deles?
– Não sei. – ele tossiu mais algumas vezes, agora era por conta do resfriado.
A menina pegou um casaco extra que estava guardado e cobriu o menino.
– Fique conversando comigo por pelo menos uma hora. Aí você pode dormir. Aliás, senta do meu lado e segure firme. – ela foi até o painel do veículo e empurrou a alavanca para cima, assim fazendo aquele veículo ir muito rápido sobre a água. – Qual teu nome, garotinho? – ela começou a conversar com ele, para o manter acordado.
– Wen Yuan... – murmurou se segurando no braço dela, com medo da velocidade. – Tenho assim. – ele mostrou três dedos, indicando a idade dele.
– Olha! Tenho um irmão de seis anos. E também tenho um irmão mais velho de dezenove. – sorriu. – Me chamo Jin Qinsu, tenho quinze.
– Uuh, você pode dirigir isso? – perguntou impressionado.
– Não. Eu peguei escondido do meu pai, porque eu queria um pouquinho de adrenalina justamente hoje que o tufão vinha. Não tenho medo de nada! – falou conduzindo a lancha com o volante, em direção onde os barcos ficavam estacionados.
– É perigoso... – murmurou.
– Eu gosto. – ela foi desacelerando o veículo, para não chamar atenção de policiais ou algo assim. Estavam próximos da margem. – Vou te deixar na delegacia e aí de lá eles vão ver o que fazer, certo?
Quando chegaram ao lugar, eles seguiram em direção à delegacia e assim que estavam lá a menina se abaixou ficando na altura do menino e sorrindo.
– Foi bom conhecer você, Yuan. Nos vemos por aí. – a menina tirou uma presilha em forma de borboleta azul ciano que tinha no cabelo e colocou no cabelo do menino. – Até mais. – então Yuan apenas viu ela saindo e desmaiou logo em seguida, sendo atendido por médicos no local.
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Like A Brothers || ZhuiLingYi
FanfictionLan Jingyi, Lan Sizhui e Jin Rulan foram adotados em momentos diferentes de suas vidas. Como três irmãos adotivos, eles viviam de forma comum. Ou tentavam. As coisas começaram a sair dos trilhos, quando as férias de primavera acabaram e eles volta...