Naquela manhã seguinte, Jin Ling foi para a escola e não faltou nenhuma das aulas, isso que nem era semana de provas. Todos estranharam, mas ninguém ousaria tocar no assunto com medo de levar uma de Jinzhu ou Yinzhu por apenas respirar perto de Rulan. Já que o Jin deixava bem claro que não queria contato com ninguém daquele lugar.
– A-Ling! – Xiao Qing sorriu, puxando sua gêmea consigo para perto dele. – A quanto tempo não te via, estava ficando com saudades. – ela riu baixinho e Rulan fez a típica expressão de quem não queria papo.
Jinzhu e Yinzhu voltaram da cantina com seus lanches, e quando viram as gêmeas por perto, não sabiam o que fazer, afinal se fossem outros elas simplesmente expulsariam, mas as gêmeas foram suas amigas por um longo tempo, não podiam fazer isso.
– Eu fiz algo pra você, A-Ling. – Xiao Qing tirou da mochila uma pasta e dela um papel dobrado. – Sabe que eu amo fazer esse tipo de coisa, e meu namorado tá fazendo um projeto na faculdade dele, então eu fiz esse molde pra ajudar ele, só que isso combinaria muito com você! – sorriu gentilmente e abriu o papel, o transformando em uma bela lanterna tradicional chinesa, da cor vermelha com detalhes dourados e desenhos de carpas, era muito bonita e Ling ficou impressionado que foi a menina quem fez aquilo.
– Wow. – ele finalmente disse algo, tirando o pirulito da boca. – Caralho, você tem talento. – elogiou pegando o presente que ela havia lhe dado.
– Obrigada. – sorriu. – Eu achei que você gostaria. – na realidade Xiao Qing sabia lidar com pessoas como Jin Ling, e tudo que precisavam eram de três coisas: gentileza, paciência e amor. Ela podia fazer isso de boa vontade, já que seu jeitinho era naturalmente assim, então não via problema em ajudar Rulan.
Jin Ling fez uma nota mental que Xiao Qing era uma das garotas que merecia sua amizade, já que a menina não simplesmente o julgava e sim estava sendo muito doce consigo.
Ele sorriu, o que deixou as primas Jiang chocadas, fazia muito tempo que Ling não fazia isso por uma reação verdadeira, pelo menos não na frente de todos.
– Você é muito gentil, Qing. – disse ao dobrar a lanterna, para conseguir levá-la para casa.
– Acho que vou fazer uma pro Sizhui também, mas não conta pra ele, é surpresa!
– Tudo bem. – assentiu, sorrindo para a garota.
– Vamos indo, temos que tirar Yuan daquela biblioteca. Ele não para um segundo de estudar e isso vai acabar o deixando muito sobrecarregado. – Mianmian quem falou agora e novamente Jin assentiu, as vendo sair.
– Ela é um pouco estranha, mas muito fofa. – Yinzhu comentou, enquanto mastigava um grande pedaço de lanche.
– É. – Ling concordou.
[...]
– Como foram as aulas, A-Ling? – Yanli perguntou gentilmente, vendo o filho se sentar no sofá e ela foi até ele.
– Chatas. – respondeu meio sério. – Mas Xiao Qing me deu uma coisa. – ele abriu a mochila e pegou a lanterna que estava na pasta. Assim o Jin a abriu, mostrando para a mãe. – Ela que fez. É muito boa com essas coisas.
– Realmente! – sorriu vendo a lanterna. – O que acha que colocar no seu quarto? – perguntou ainda sorrindo.
– Acho que fica legal. – fingiu dar de ombros, mas estava visível que o menino estava feliz naquele dia.
– E aí, A-Ling. – Wen Qing cumprimentou assim que entrou na casa.
– Oi. – respondeu baixo, o que até Wanyin que estava na poltrona ali do lado, estranhou, já que o garoto só respondia Yanli muitas das vezes e ignorava a madrasta e ele mesmo.
– Oi, meu amor. – Qing se inclinou dando um beijo na bochecha da mulher e acenou para Jiang Cheng em seguida. – Vou ter folga hoje lá no hospital, finalmente!
– Isso é ótimo. – Yanli sorriu. – Vamos almoçar daqui a pouco, ainda tô preparando as coisas. – avisou e a Wen assentiu.
[...]
– Onde tá Jin Ling? – Jingyi perguntou, quando viu Sizhui entrar no quarto.
– Hoje é terça, fica na casa da mãe dele. – respondeu indo até o irmão e se jogando em cima dele, que estava deitado na cama. – Tô cansado. – murmurou fechando os olhos por um instante.
– Tem que lembrar de descansar. O pai Wuxian disse que você fica estudando até muito tarde, não deveria fazer isso. – abraçou o mais novo pela cintura, acariciando aquela área.
– Eu sei... – abriu os olhos, voltando a encarar o outro.
– Me desculpa.
– Pelo quê? – perguntou confuso.
– Por fazer vocês passarem por tudo isso. Eu não queria...
– Não tem culpa disso, A-Yi. – murmurou, formando um beicinho nos lábios. – Vai tudo ficar bem agora, né?
– Vai sim. – sorriu sutilmente e encarou os lábios do menino por alguns segundos, voltando a olhá-lo nos olhos. – Yuan...
– Hm?
– A gente ainda tá bem? – perguntou receoso da resposta, porém Sizhui não entendeu aquela pergunta.
– Como assim?
– Antes de eu ter ido pra praia, ficamos de ter uma conversa com o A-Ling... Mas você ainda quer isso? Passou bastante tempo e tudo bem se não quiser... Eu vou entender.
– A-Yi. – ele chamou suspirando, o que fez a atenção de Jingyi se prender mais ainda ao garoto. – Meu amor não é fraco, está bem? Eu aguento de tudo só pra ter vocês do meu lado, e se o universo quiser nos separar por seja lá quanto tempo, eu vou esperar. Então sempre vamos estar bem independente do acontecimento. Eu suporto qualquer coisa e sou paciente.
Um silêncio se instalou entre os dois e Jingyi não sabia o que responder para o mais novo. Estava um pouco surpreso e muito, mas muito feliz com as coisas que escutou dele. Ele tinha certeza de uma coisa agora:
– Eu te amo. – Jingyi falou, vendo o rosto do irmão corar violentamente, o que fez ele rir baixo. – Quero gritar isso pra todo mundo saber que você é o meu amor. – ele disse sorrindo e acariciando as bochechas coradas de Yuan, que apenas escondeu o rosto no peito dele, se sentindo muito envergonhado.
– Você não pode dizer essas coisas! – sua voz saiu abafada por ainda estar escondendo o rosto.
– Você me disse coisas muito mais bonitas, e eu não posso dizer que é meu amor?! – perguntou indignado.
– A-Yi! – Sizhui deu um tapa leve onde sua mão alcançava naquele momento.
– Só tô dizendo a verdade. – riu baixo novamente.
– Também te amo. – finalmente o Wen teve coragem de olhar novamente para o outro, ainda que o rubor em seu rosto estivesse um pouco visível.
Porém os dois escutaram uma tosse vir da porta do quarto, que Yuan tinha deixado aberta, e viram que era Wangji ali parado, com a mesma face séria e postura de sempre.
– Venham comer. – foi que ele disse e desceu as escadas, deixando dois jovens Lan receosos para trás.
– Agora a gente reza. – Jingyi falou em tom engraçado mesmo que tivesse sido um pouco perigoso ter deixado a porta aberta daquela maneira.
– Não foi nada. – Sizhui murmurou, tentando não ficar preocupado com aquilo e então se levantou para descer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Like A Brothers || ZhuiLingYi
FanfictionLan Jingyi, Lan Sizhui e Jin Rulan foram adotados em momentos diferentes de suas vidas. Como três irmãos adotivos, eles viviam de forma comum. Ou tentavam. As coisas começaram a sair dos trilhos, quando as férias de primavera acabaram e eles volta...