⃕ ◌۠»32: worries

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Já era terça e Rulan conseguiu ir à escola, mas não se desgrudou de Sizhui em momento algum, apenas durante as aulas, ele ficava junto das duas amigas, em silêncio. Durante a tarde, os irmãos levaram Jin Ling ao consultório dos Wen, porém não houve muito avanço naquele dia.

Ning pediu para conversar com Jingyi, já que os pais não puderam estar ali, então o psicólogo disse para o Lan o quanto Rulan estava precisando de ajuda e nunca deveria ter parado de ir ali, mas essas coisas Jingyi já sabia, queria era saber se tinha alguma maneira de ele poder ajudar, enquanto dentro de casa. Ning recomendou um psiquiatra que era seu amigo e falou que precisavam ser mais atenciosos com o menino em casa. Mesmo que já fossem, ainda precisava de mais. Claro que Rulan negaria o psiquiatra, teriam que dar um jeito do menino ir sem problemas.

Eles estavam a pé, a caminho de volta para casa enquanto Sizhui ia na frente com Rulan, Jingyi estava um pouco atrás, conversando com o pai Wangji pelo celular, sobre como havia sido.

O mais novo estava com o pirulito na boca e se agarrou ao braço do Wen, abaixando a cabeça, evitando olhar para as pessoas na rua, assim entrelaçando as mãos deles. Jin havia desenvolvido, nesse meio tempo, um grande desgosto por sair a lugares abertos, sempre pensava que estava sendo observado e lhe julgariam a qualquer custo, e isso o dava medo, ele não gostava de estar sozinho em lugares do tipo, então se estava com Sizhui ou Jingyi se sentia mais seguro.

– O que foi, A-Ling? – perguntou olhando para o menor que apenas negou com a cabeça, como se não quisesse responder aquilo. – Tudo bem.

– Prontinho. – Jingyi sorriu minimamente, se aproximando dos dois e abraçando os ombros de Yuan.

Chegaram relativamente rápido em casa e logo estavam os três jogados no sofá, olhando para o nada em um total silêncio. Já passavam das três, mas Wuxian não havia chegado ainda, por provavelmente algum imprevisto e Wangji chegava às cinco.

– Quero sorvete. Bora comer sorvete? – Jin Ling, pela primeira vez desde o dia anterior, havia se pronunciado normalmente, sem nenhuma hesitação ou tom cansado. Estava normal.

– A gente acabou de chegar da rua, Rulan. – Jingyi o olhou com indignação.

– Não me chama assim, Jingyi. – pediu formando um beicinho nos lábios.

– Tá bom. – sorriu minimamente e de maneira repentina, roubou um selinho do mais novo, o deixando estático por alguns segundos.

Era a primeira vez que faziam isso, não era?

– Desisti do sorvete. – foi a fala de Ling, que saiu correndo para o quarto.

– Ok... – Sizhui não sabia o que dizer, mas se levantou indo para o quarto também, logo Jingyi foi atrás.

– Meu Deus, eu não vou surtar. – os dois mais velhos, viram o garoto andando de um lado para o outro pelo quarto, enquanto falava consigo. – Por que tá tão quente aqui?! – se perguntou, abrindo a janela e tocando o próprio rosto. – Que isso, Jin Rulan?! Recomponha-se, você tem dezesseis anos, pare de agir feito criança! – novamente disse para si mesmo, mas parou de falar no momento que viu os outros dois parados na porta.

– É... Tá tudo bem aí, A-Ling? – Yuan perguntou querendo rir, por achar aquilo muito adorável.

– T-tudo ótimo! – gaguejou, desviando o olhar para o chão.

Jingyi soltou uma risada baixa sem querer e se aproximou do menor, segurando seu rosto entre as mãos.

– Simplesmente fofo. – falou roubando mais um selinho do garoto, que teve suas bochechas avermelhadas.

– Para com isso, Jingyi! – revirou os olhos, tentando esconder sua timidez.

– Tudo bem, parei. – riu baixo mais uma vez e deixou um selar na testa dele, antes de abraçá-lo. – Mas, A-Ling...

– Hm? – perguntou meio abafado, por estar com o rosto escondido no peito dele e o abraçou também.

– Como se sente? Você parece melhor do que ontem.

– Me sinto melhor. – respondeu ainda abafado.

– Isso é ótimo. – sorriu, logo os três escutaram a porta de casa abrir, provavelmente era Wuxian. – Acho que o pai chegou.

– Cheguei! – Wei gritou lá debaixo, começando a subir as escadas.

– Agora temos certeza. – Sizhui falou ao ver o pai se aproximar de si.

– E aí, como foi lá? – o mais velho perguntou ao ver Sizhui parado na porta do quarto e Jingyi juntamente de Rulan, apenas abraçados, agora o olhando. – Tudo bem? – perguntou, sorrindo minimamente para os dois filhos, que assentiram ao mesmo tempo.

– Acho que foi ok. – o Jin respondeu.

– Isso é bom pra um começo. – sorriu para os dois, tocando a cabeça de Yuan e bagunçando os cabelos dele minimamente. – Já almoçaram?

– Uhum. – o Wen confirmou.

– Que tal a noite, quando Lan Zhan chegar, irmos à cafeteria?

– Ótima ideia, faz tempo que não vamos lá. – Jingyi falou e então o pai deixou o quarto.

Antes que pudessem se pronunciar o celular do mais velho tocou, o fazendo se soltar de Rulan e pegar o aparelho no bolso, assim o atendendo.

Jingyi... – era a voz de A-Qing, parecia meio chorosa.

– A-Qing? O que foi?

Você pode vir aqui em casa?

Ah, tudo bem. – ele assentiu, mesmo que ela não visse. – Até daqui a pouco. – disse então desligando.

– O que foi? – Sizhui perguntou.

– A-Qing parece estar com algum problema, eu vou ter que ir até a casa dela. – respondeu pegando a carteira, a chave do carro e o celular, os segurando na mão. – Vou voltar antes de anoitecer. – falou meio sério e deixou um beijo na testa de cada um dos dois mais novos. – Até depois, amo vocês.

– Tchau... – o irmão do meio acenou confuso, mas deu de ombros.

[...]

A noite deu e Jingyi não tinha voltado ainda, Sizhui começou a se preocupar, pensando que algo sério havia acontecido com A-Qing. Eles foram para a cafeteria com os pais, sem o irmão mais velho e quando voltaram para casa, já era dez da noite.

Wuxian não se importou muito por pensar que o filho dormiria por lá, como fazia de costume. Mas Jin Ling estava bem receoso, porque esse tipo de coisa só acontecia se Jingyi ficava com A-Qing, só que A-Qing namorava, ela não seria capaz de trair Zizhen... Certo?

Sizhui estava deitado em sua cama, quando Rulan saiu do banheiro vestindo sua camisola de manga longa, como sempre. Era o pijama favorito do Jin e ele tinha aquilo a anos.

– Será que aconteceu algo? Ele não responde minhas mensagens. – Sizhui perguntou receoso. – Perguntei até pra Ash, mas ela também não tem ideia.

– Acho melhor a gente não se preocupar com isso agora... Temos aula amanhã. – concluiu, indo se deitar ao lado do irmão. – Posso dormir com você, A-Yuan?

– Uhum. – assentiu, abraçando o menor para finalmente descansarem do dia cansativo.

Like A Brothers || ZhuiLingYiOnde histórias criam vida. Descubra agora