⃕ ◌۠»07 storm

1.8K 284 98
                                    

Domingo a noite, logo após a janta, Sizhui foi direto para seu quarto tentar dormir, já que sempre demorava até três horas tentando ter algum sono e dormir, era muito difícil.
Quando ele se deitou em sua cama, percebeu que repentinamente começou a cair uma chuva, não tão forte. Disse a si mesmo que não era nada e foi para baixo das cobertas, ignorando a água do lado de fora, que começava a cair cada vez mais forte. Mas a cada minuto que passava, a chuva não parava ou diminuía, ela simplesmente continuou a ficar mais forte. E ele estava começando a se apavorar.
A última vez que teve um temporal tão forte, foi no dia em que seus pais morreram, desde então tinha medo de chuvas e barulhos altos como trovão, batidas de carro ou algo parecido. Porém nunca contou a alguém.

Já era por volta de meia noite quando Jin Ling e Jingyi resolveram subir para dormir. Por Sizhui estar de baixo de tantas cobertas, os dois pensaram que o irmão estava dormindo, já que faziam duas horas que o mesmo havia subido. Porém assim que a luz apagou de repente, quando a energia caiu, Ling gritou alto, não que tivesse medo, apenas foi repentino.

– Tá tudo bem? – Jingyi perguntou olhando para o irmão mais novo, já deitado na cama.

– Só levei um susto. – Jin respondeu, com a mão no peito e respirando fundo.

Sizhui no mesmo momento levantou da cama e saiu do quarto quase que correndo. Deixando os irmãos confusos, pois haviam pensado que ele realmente dormia.
Yuan tentou andar pelo corredor escuro para chegar ao quarto dos pais, mas assim que um raio fez um alto som, por provavelmente ter caído naquela rua de sua casa, ele perdeu as forças das pernas no mesmo instante, caindo de joelho no chão, tampando os ouvidos com as mãos e começando a chorar.

Jingyi ao escutar os soluços do irmão, saiu correndo do quarto, o vendo no corredor, e indo até ele.

– O que houve, Yuan!? – perguntou preocupado por nunca ter visto Sizhui chorar na vida.

Jin Ling veio logo atrás, vendo a situação, confuso.

– A-Yuan, o que aconteceu? – Jingyi perguntou novamente, tentando entender.

Sizhui apenas tirou as mãos das orelhas e as apoiou no chão, tentando controlar o choro e a respiração. Jingyi se abaixou, para olhar o irmão, mas assim que tocou em seu braço Yuan se assustou, então o mais velho resolveu não ficar tão próximo do mais novo.

– Você se machucou? – quem perguntou preocupado agora, foi Jin Ling, ficando de cócoras e abraçando os próprios joelhos, encarando o Wen.

Sizhui secou os olhos e as bochechas com a manga da blusa de seu pijama e foi parando de chorar. Ele odiava se demonstrar tão vulnerável perto das pessoas.

– E-eu tô bem... – murmurou se levantando, logo em seguida os irmãos ficaram em pé também.

– A-Yuan, você claramente não está bem. – Jin Ling cruzou os braços.

– Fala com a gente... – Jingyi pediu calmamente, tentando entender o mais novo.

– Eu... Eu só me assustei... – contou pela metade, sentindo que iria voltar a chorar. Não deu nem dois segundos e ele estava aos prantos novamente.

Dessa vez, Jingyi abraçou o irmão, sentindo seu coração se apertar ao vê-lo de tal maneira. Sizhui não conseguiu retribuir o abraço, apenas continuou chorando por longos minutos.

– Calma... Eu tô aqui. – o mais velho falou, acariciando os curtos fios do mais baixo.

Então novamente o choro de Wen foi recessando e assim secou as lágrimas com a manga da blusa, igualmente antes.

Jingyi, ao ver Yuan tão trêmulo, o pegou em seu colo, deixando cada perna para um lado de si e Sizhui abraçou o pescoço do mais velho, não se importando com aquilo no momento.

– Rulan, pega um calmante pra ele, por favor. – Jingyi pediu e rapidamente Jin Ling desceu as escadas.

Então ele seguiu para o quarto, com o irmão e o colocou em sua própria cama.

– A-Yuan... – Jingyi suspirou profundamente, não querendo chorar. – O que aconteceu? – perguntou mais uma vez.

– Não quero falar disso... – sussurrou, com a cabeça baixa.

– Tudo bem. Não precisa. – o Lan respondeu compreensivo.

Jin Ling apareceu no quarto e entregou o remédio com água para o Wen, que não disse nada apenas tomou e colocou o copo na mesinha ao lado da cama. Rulan se sentou ao lado de Sizhui e o abraçou, totalmente preocupado com o mais velho.

Jingyi se levantou, suspirando e antes que ele pudesse voltar para sua cama, Sizhui o segurou, fazendo-o ficar. O Lan entendeu e então se sentou ali do lado, apenas ficando ao lado de Yuan.

[...]

Quando Wangji foi acordar os filhos, dessa vez os três estavam dormindo juntos, na cama de Sizhui, de uma forma desajeitada, já que a cama não era tão grande.

– Meninos. – o pai foi até eles o chamando. – Já tá na hora. – ele disse e o único que acordou rapidamente foi Sizhui. – Acorde seus irmãos. – ele falou e saiu do quarto.

Yuan se espreguiçou como podia e acordou os irmãos. Os três fizeram o de sempre, acordaram, arrumaram-se e desceram para tomar café da manhã com os pais. Seis e quarenta, já estavam na rua a caminho da escola. Ao chegarem, foram recebidos no portão pelos seus amigos animados, como de costume.

Cada um foi para suas devidas salas, na verdade, como era segunda-feira, Jin Ling faltava a primeira aula junto das primas Jiang, era como uma regra e todos sabiam.

– A-Yuan, seu rosto tá bem acabado, dormiu bem? – Mianmian perguntou olhando para ele.

– Sim. – respondeu dando um sorriso pequeno. – Na verdade eu dormi um pouco tarde...

– Muito fofinho com o rosto inchado. – ela riu baixo e apertou as bochechas do Lan.

Ao Jingyi chegar na sala com A-Qing e Zizhen, foram diretamente se sentar.

– O quanto de ódio que fiquei esse final de semana! Meu pai tirou meu celular às seis da noite e me obrigou a fazer todos os trabalhos adiantados! – A-Qing reclamou totalmente irritada. – Eu só queria ter ido à festa!

– Sinto até pena. – Ouyang disse dando tapinhas nas costas da menina.

– Aí, fala sério, não tenho mais paz! – choramingou se jogando no ombros de Jingyi. – A-Yi... Meu amigo lindo e maravilhoso...

– Que que você quer? – perguntou direto.

– Credo, não pode nem elogiar!

– Sonsa. – ele revirou os olhos.

– Me convida pra tua casa, falando que temos um trabalho? Por favorzinho? – ela fez a típica expressão do gato de botas.

– Não mesmo. – negou.

– Porra, pede pra mim! – Zizhen falou emburrado e com ciúmes.

– Meu pai não te conhece, então não. – respondeu dando de ombros. – Só dessa vez, A-Yi! – ela pediu se escorando mais ainda nele.

– Tá. – deu-se por vencido.

– Uhul! – ela comemorou. – Já vou até avisar pra ele! – a garota pegou o celular, já digitando a mensagem para o pai.

Like A Brothers || ZhuiLingYiOnde histórias criam vida. Descubra agora