- Eu quero começar do peixe mais pequeno. - eu disse
- Hmmm, peixe mais pequeno. - Lisa disse pensativa
- Sim, o Freddy. - eu disse e Lisa concordou comigo com o olhar
- E como você pretende fazer isso? - ela perguntou-me
- Eu não quero chamar a atenção vou fazer algo simples, mas doloroso. - eu disse fazendo um punho
- É bem melhor assim evitamos alvoroços. - Lisa disse pegando um papel e caneta
Ela fez um esboço da casa em que eles estão hospedados agora.
- Mas primeiro eu quero ir até a casa do Camelô. - eu disse
- O que você vai fazer lá? - Lisa perguntou sem entender
- Eu vou lhe deixar um presentinho, e você vai me ajudar. - eu disse e Lisa fez uma cara estranha mas não quis perguntar nada.
- Vamos agora? - ela perguntou se levantando
- Se você quiser. - eu disse sem olhar pra ela
Ela apenas abanou a cabeça positivamente.
Então me levantei fui até o quarto levar um boné preto e meu celular e fomos em direcção ao carro. Lisa não falava nada e eu também não a quis incomodar.
Ela estava estranha, era como se não quisesse fazer o que estávamos a fazer.
- Chegamos. - Lisa disse seca parando o carro debaixo de uma árvore florida
- Onde é a casa? - eu perguntei olhando pra ela e tirando o cinto
Depois ela apontou uma casa bonita, pintada a laranja e branco. Eu apenas desci do carro, arranjei o meu boné. Caminhei olhando para todos os lados.
Quando eu ia chegar apareceu uma menina ruiva, de pele branca ao portão. Ela usava um vestido verde esfloreado e sabrinas vermelhas, ela segurava uma boneca ruiva, a menina se parecia muito com Taylor.
Ela sentou-se nos degraus. E brincava sozinha, a rua era vazia e silenciosa nem os pássaros cantarolavam.
Eu me aproximei lentamente da menina, ao notar que eu me aproximava dela ela se levantou para entrar. Ela estava com medo.
- Não, não vá. Eu não vou te fazer mal eu prometo. - eu disse tentando parecer inofensiva
Ela me olhou e voltou a sentar-se. Eu me aproximei e me inclinei a olhei nos olhos e ela também me olhou.
"Seu olhar me fez lembrar de mim mesma quando tinha aquela idade, eu apenas queria brincar de boneca, ver televisão, ficar nos braços da minha mãe.
Meu olhar era inocente e brilhante tal como o dela."- Qual é o seu nome linda? - eu disse com um sorriso no rosto, sim isso mesmo aquela pequena princesa me fez sorrir
- Síria. - ela disse tímida
- Síria que nome lindo. - eu disse - E sua boneca?
- Ela se chama Lia. - ela disse mexendo o cabelo da boneca
- Lia também é lindo, você vive aqui? - eu perguntei
- Sim, com minha mãe, meu pai e meu vovô Camelô. - ela disse e eu arregalei os olhos
Um check mate pra mim. A neta do Camelô estava bem em frente de mim.
- E o seu pai se chama Taylor? - eu perguntei
- Sim, ele foi para o trabalho. - ela disse com um sorriso doce
- Está bem, você quer tirar uma foto comigo Síria? - eu perguntei tirando o celular do bolso
- A minha mãe disse que eu não posso tirar fotos com estranhos. - ela disse mudando o semblante
- Não eu não sou uma estranha, eu sou sua amiga tudo bem? - eu disse gentilmente para a convencer
- Sim, com minha amiga eu posso. - ela sorriu
E eu me posicionei para tirar a foto com ela mas pensei....
"Melhor tirar ela só assim eu posso enviar ao Camelô."
- Obrigada Síria você é linda, mas agora eu tenho que ir. - eu disse e me levantei
Andei lentamente para trás acenando pra ela. Senti-me mal por a estar a usar para amendrotar o Camelô, mas não era hora de sentimentalismo.
Até porque já não existia essa palavra no meu dicionário.
Fui até o carro, entrei e como sempre Lisa e suas perguntas.
- Quem era a menina com quem você falava? - ela perguntou observando ainda a Síria a entrar em sua casa.
- A menina é neta do Camelô. E filha do Taylor. - eu disse com um sorriso malicioso
- O que você pensa fazer com ela? - ela perguntou me olhando
- Nada. Agora vamos. - eu disse seca
Eu não tinha mas sentimentos ou pelo menos é o que eu achava mas jamais faria mal a uma menina que não tem culpa da maldade que o pai e o avô dela me haviam feito.
Chegamos a casa, e entramos.
- Lisa sabes como faço imprimir esta foto? - eu perguntei mostrando a foto
- Sim, eu tenho uma impressora no meu escritório. - ela disse - O que pretendes fazer com a foto?
- Não tenho tempo para explicar agora. - eu disse e fui em direcção ao escritório
Imprimi a foto, e vi as horas. Eram 18:03min.
Ainda dava tempo de sair e deixar este presentinho ao Camelô.
Peguei num bloco de notas e escrevi com letras maiúsculas: " QUE NETA LINDA VOCÊ TEM CAMELÔ, ESTOU MAIS PERTO DO QUE VOCÊ IMAGINA SHERIFF. "
Agrafei à foto o papel. Meti num envelope e saí.
- Lisa, posso levar o teu carro? - perguntei e nem esperei a resposta apenas saí
Enquanto dirigia pensei em ir a casa do Camelô mas não era uma boa ideia talvez me encontrasse com ele lá. O meu plano ia por água abaixo.
Então fui até a casa onde os outros estavam.
Minutos depois...
Estacionei o carro no mesmo lugar em que Lisa tinha estacionado, desci.
E fui até a casa e vi um carro em frente dela. Estranhei então espreitei pela janela pra ver de quem era e pude ver no banco de trás uma jaqueta com um nome bordado "Sheriff Camelô".
O Camelô estava na casa, isso era perfeito para mim.
Adentrei e ouvi a conversa deles, falavam de mulheres como se fôssemos simples objectos.
Deixei o envelope no primeiro degrau e bati a porta. ( Silêncio total dentro da casa. )
Me escondi atrás de uma árvore. E quem saiu foi o Camelô com uma arma na mão.
Claramente tinha medo que alguém o encontrasse lá. Ele inclinou e pegou o envelope e fechou a porta.
Depois de alguns minutos o ouvi gritando...
- Quem fez isso! Quem é o malandro que me fez isto! - ele gritava e eu sorria do lado de fora
- Calma pai, é só uma brincadeira de mau gosto. - ouvi Taylor dizer
- Calma Taylor?! Alguém está a usar a minha neta! Tua filha para nos ameaçar e você quer calma? - ele gritava ainda mais
" Parece que Taylor não se importa muito com a filha dele... " - pensei
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A Vingança de Hanna: O Renascimento
Mystery / ThrillerSobreviver quando tudo que se quer é morrer, perdoar quando o desejo é matar, sorrir quando o desejo é chorar. Quando a dúvida bate a porta do coração e a loucura da incerteza invade a mente, navegar contra a maré da dor e angústia, almejado uma ale...