Capítulo 33: Vícios, vícios e Alma vazia

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- Há algum problema aí? - perguntou a outra policial

- Hmmm, não se preocupe, só o meu atador que se desfez. - eu disse sorrindo disfarçadamente e logo baixei pra amarrar o atador

- Sim é isso mesmo. - a policial que estava comigo disse e eu me levantei com a droga na mão

- O que é isso aí na sua mão? - a outra policial perguntou e pensei...

" É o meu fim. "

- Isso aqui é... - eu disse baixo e me virei pra Víbora e arregalei os olhos para que ela entendesse que a casa estava prestes a desabar

- Perguntei o que é isso na sua mão? - a policial voltou a perguntar e logo em seguida se fez um grande tumulto na sala de refeição

Duas detentas estavam discutindo.

" Obrigada. " - agradeci em pensamento, a policial saiu às pressas na intenção de parar a discussão que foi provocada pelas víboras para que a policial me deixasse em paz. Víbora fez um sinal para que eu fosse embora.

Então passei por debaixo das mesas com a saqueta de cocaína no no bolso até a porta que ia dar nas nossas celas não tinha ninguém vigiando pois todas detentas estavam no refeitório, corri até minha cela e escondi a droga debaixo do meu colchão.

" O que eu fiz? Em quê me tornei? Sempre odiei os traficantes de drogas, as drogas, tudo que envolvesse drogas e hoje eu..." - pensei enquanto me deitava ofegante

Depois de alguns minutos, já mais calma escutei alguns passos Víbora entrou apressada e sorridente.

- Você foi muito bem, gostei. - ela disse e colocou o braço na beliche - Estou orgulhosa.

- Pois eu não, eu nunca gostei disso e eu nem sou assim. - eu disse me sentando

- Se você quer sobreviver aqui não tem outro jeito então aguenta. - ela disse e saiu

Nem minha mãe, Betty e Abner foram me ver naquele dia e me senti tão triste por aquilo.

" Com certeza esqueceram-se de mim, quem vai se lembrar de uma detenta também. Não sou mais importante pra eles, sou a ovelha negra do rebanho, cada um vai fazer sua vida e eu aqui atrás das grades, quem vai se importar comigo mesmo? Agora sou um monstro, um monstro nada mais que isso pra eles. Eu também não preciso mais deles... "

No dia seguinte...

Depois dos trabalhos naquela manhã, fui a cela da Víbora e ela estava conversando com as outras víboras mais todas se calaram quando eu cheguei e Víbora mandou todas saírem com apenas um sinal.

- Eu vim deixar sua droga. - eu disse seca e lancei a saqueta de cocaína na cara dela

- Calma, aqui nós chamamos de pó da alegria. - ela disse abrindo a saqueta e puxou o pó pelo nariz - Você quer?

- Não. - respondi seca

- Tudo bem, e a sua família? - ela perguntou

- Isso não é problema seu. - eu disse

- Eles te esqueceram não é? Como todas aqui somos esquecidas por nossos familiares, somos vistas como criminosas terríveis. - ela disse enquanto andava devagar até a parede e voltava - Somos desprezíveis, sujas, nos vêem como monstros e não mais como seres humanos, eu também sinto falta da minha família, do meu filho mas eu não tenho escolha se não aceitar o desprezo e esquecimento deles, é uma tristeza enorme aqui dentro mas o pó da alegria tem sido minha melhor amiga. Não tem como viver sem isso aqui dentro. - ela falava enquanto olhava para o nada

A Vingança de Hanna: O RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora