Capítulo 28: Víbora

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- O que você pretende fazer? - Rita perguntou

- Você verá... - eu disse

Duas horas depois...

Era a hora do jantar fomos levadas a uma sala, várias mesas e cadeiras, as serventes. Era o cenário daquela sala.

- Fila! Eu quero uma fila aqui. - uma guarda disse

E todas ficamos em fila, eu estava atrás de Rita esperando minha comida.

Depois de ter levado o meu prato segui Rita e fomos até uma mesa com dois lugares vagos. Nos sentamos e tudo parecia tranquilo até uma voz rouca e grossa nos interrompeu.

- Aí? - ela disse sarcástica

Apenas a olhei de baixo para cima, e a olhei com o maior desprezo, pra irritá-la mais ainda chiei.

" Você deve estar pensando em como Hanna é atrevida,ousada e sem noção. Ela está desafiando a líder das presas..."
Atrás dela tinham mais cinco mulher que com certeza eram iguais a ela.

- Víbora agente não quer brigar contigo. - Rita disse calma e se levantou - Vai embora por favor.

- Cala boca que o negócio não é contigo não santinha. - Víbora falou num tom debochado

- Ahhhh não, com ela você não fala assim... - eu disse e me levantei também a encarando

Medo eu tinha mas num lugar daqueles eu tinha que bancar a valentona.

- Huuu vai bancar a valentona agora é? - ela disse fazendo cara de medo

- Não banco. Eu sou, e saiba que não tenho medo dessas suas víborinhas. - eu disse olhando para as mulheres atrás dela e as outras detentas riram

- Eu que mando aqui e você é apenas uma novata. - ela disse e senti insegurança em sua voz - O recado está dado.

Ela disse e saiu com suas viborinhas.

Depois daquilo terminamos nosso jantar e voltamos as celas já era tarde e tínhamos que dormir. Eram sete beliches e eu fiquei na de baixo, em outra beliche estavam mais duas detentas e na última algumas amigas da Víbora o resto do grupo não pertencia a nossa cela, o que era melhor pra mim.

Eu estava vivendo uma cena de filme ou de um livro, onde chega uma detenta nova e sempre tem uma que implica com ela.

Mas eu tinha uma escolha a fazer ou ser como a dos filmes e livros ser boa e tudo mais ou ser apenas a Hanna que me tornei, tirar a Víbora do trono dela, sujo e podre.

Adormeci em meus a esses pensamentos...

Dia seguinte, 05:02 de manhã...

Acordei molhada como tivesse mergulhado em um rio e com as detentas rindo de mim.

- Acorda logo preguiçosa e vai trabalhar! - disse carcereira depois de ter jogado um balde de água fria em mim

Me levantei limpando o rosto e boquiaberta.

- Isso aqui não é um hotel cinco estrelas queridinha! Aqui você trabalha, mãos a obra! - ela disse e as outras soltaram um " Huuu " - Todas!

Ela disse e foi embora, Rita de aproximou de mim com um sorriso leve.

- Oi. - ela disse

- Oi - eu disse fazendo um coque no cabelo

- Como você descansou? - ela perguntou

Eu a olhei. Porque estava sendo tão atenciosa comigo? Surgiu uma desconfiança, ela talvez quisesse algo de mim...

- Bem. - eu respondi fria sem olhar pra ela

E saí junto com as outras, fomos a sala que ficava todo material de limpeza.
Peguei uma vassoura e varri os corredores, por um momento parei e olhei para o pó e a areia no chão senti tanta inveja, ela apenas obedecia o vento não tinha de fazer escolhas, era livre....
Uma lágrima caiu do meu olho direito quando pensei nisso.

- Hanna Roque? - uma voz chamou por mim

Me virei e era uma policial mas não a mesma que me acordou de uma forma tão linda.

- Sou eu. - eu respondi

- Venha comigo. - ela disse e me assustei

- Porquê? - eu perguntei - Eu não fiz nada.

- Não se assuste, alguém quer falar com você. - ela disse

- Quem é? - perguntei

Ela não respondeu, mas eu suspeitava dele.

Entramos na sala de visitas.
Quando seus olhos chocaram nos meus e fiquei paralisada fitando Seus olhos por minutos. Eu estava feliz mas também triste, com vontade de abraçá-lo mas também com vergonha.
Me aproximei devagar da mesa, minhas pernas estavam bambas e não sabia como agir, vê-lo ainda me dava um frio na barriga.

- Abner. - e u disse cabisbaixa e ele se levantou

- Hanna. - ele disse e levantou-se me olhando nos olhos

Eu pude ver amor em seus olhos mas também vi tristeza e decepção.
Ele fez um sinal para que eu sentasse e o fiz então ele também fez o mesmo.

- Hanna eu...- ele disse com o semblante descaído - Porquê? Porquê fizeste isso?

- Você não vai entender... - eu disse e ele pegou minha mão e a afastei rapidamente

Ele respirou fundo e continuou

- Apenas me conta. - ele disse

Eu ganhei coragem e contei a ele o quão havia sido maltrada e estuprada por eles, eu contei tudo e foi impossível não notar as lágrimas dele. Enquanto segurava as minhas ele se levantou e me olhou nos olhos, me abraçou bem forte. Eu esperava que ele se chatea-se comigo, que dissesse que nunca mais me queira ver mas ele não o fez.

- Obrigada Abner, obrigada. - eu disse e retribuí o abraço

- Nada justifica o que você fez... - ele disse olhando pra mim

- Eu s... - eu tentei me justificar mas ele me calou

- Mas eu também te entendo. - ele disse chamando a minha atenção - Agora não dá pra voltar atrás.

Ele disse e me machucou muito saber que eu não podia voltar e fazer tudo de novo.

- Minha mãe? - eu perguntei

- Ela já sabe e está a caminho daqui junto com Betty e Alex. - ele disse e apenas abanei a cabeça - Hanna eu quero que você me diga uma coisa.

- Oquê? - perguntei meiga

- Você está arrependida? - ele perguntou

- Sim, eu estou arrependida você não sabe o quanto. - eu disse e olhei para baixo evitando que ele visse o quanto eu queria chorar

- É isso que importa, agora você tem que seguir em frente e não olhar mais pra trás. - ele disse, eu amo e admiro Abner por sua autoestima e confiança, ele sempre confiou em mim me deu força agora está fazendo o mesmo - Eu vou te ajudar.
Eu queria sair dali, recuar no tempo e estar com meu namorado minha família, meus amigos e ter uma vida normal. Porquê eu? Porquê não podia ser uma garota normal?

Conversamos durante um tempo, e a carcereira veio dizer que o horário de vista tinha acabado só aí notamos que somente nós dois estávamos na sala.

Eu caminhava com a carcereira e Abner me chamou...

- Hanna! - ele gritou e me virei chorando - Eu Te amo!

- Eu também Te amo. - eu disse me virei e fui até minha cela

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Agora esse é o nosso cenário...a cadeia.

Muito drama, dê um retorno deixando seu voto!

A Vingança de Hanna: O RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora