Capítulo 34: Coma|A corrida do desespero

41 3 0
                                    

Estava feito, eu me droguei e a sensação era de outro mundo. Eu comecei a sorrir por nada, as imagens falhavam tudo rodava e eu ria cada vez mais alto.

- Hanna! - Víbora me chamou e pulei da beliche que nem um gorila

- Isso é tão bom, já chegamos em Marte? Já? - eu perguntei enquanto olhava para o teto

- O que você tem? - Víbora perguntou assustada

- O pó da alegria, é mágico! - eu disse e sorri

Ela sorrio e saiu da cela. Fiquei ali sozinha e me deitei no chão eu estava sozinha.

- Cheguei em Marte... Júpiter. - eu disse em meio a gargalhadas - Eu vou aprender a nadar é hoje! - eu gritei e nadei no chão " se é que isso é possível..."

- Eu sou a rainha do mundo, vou governar o mundo. Todo mundo, todo... - eu disse quase sem voz, tudo em volta de mim girava.

" Eu não aguento mais essa vida, eu quero morrer. Morrer..."

Peguei o pó e puxei novamente com todas minhas forças, e tudo foi ficando escuro e mais escuro até que eu apaguei.

Tempo depois...

- Hey? Roque... - ouvi alguém chamar por mim mas não foi o suficiente

Eu tentava me mover mas parecia impossível, também tentava abrir os olhos mas eu continuava numa completa escuridão e imóvel. Continuavam a gritar meu nome mas nada de eu dar algum sinal até que jogaram água em mim.

- Hanna? Tudo bem? - ela perguntou mas eu não conseguia ver quem era pois minha visão estava desfocada

- O que aconteceu? - eu perguntei sem me mover

- Você desmaiou aqui, e os médicos já vêem te levar. - ela disse mas não reconheci a voz

Em poucos minutos fui levada na maca até a enfermaria as pressas, meus olhos giravam de um lado para o outro eu delirava.

- Ab...mãe...me perdoem. - eu disse e uma lágrima caiu do meu olho direito e entrei no quarto, fui colocada no leito já sem forças.

Com muitas dificuldades e bem baixo eu escutava a voz das enfermeiras e da médica as máquinas foram ligadas e injectaram o soro.

- Doutora... - eu disse segurando a mão da doutora

- Calma vai ficar tudo bem. - ela disse docilmente - Eu volto já.

A doutora saiu e só a enfermeira ficou no quarto comigo minutos depois senti meu estômago embrulhado.

- Enf... - tentei chamar a enfermeira mas logo em seguida comecei a espumar e a perder ar

- Doutora Sadman! A paciente está passando mal. - a enfermeira gritou indo em direcção a porta

E a última coisa da qual me lembro é da médica vindo em minha direcção...

Abner narrando:

Ao sair da cadeia eu e Mariza voltamos pra casa sem falar uma única palavra no carro apenas ecoavam os choros e soluços de Mariza.

Dias depois...

Já faz dias que não vejo nem falo com Hanna, sempre que vou vê-la ela não quer me ver mandei até uma carta mas não ouve nenhum retorno da parte dela. Dói tanto mas não posso forçá-la a nada.

- Abner, o almoço está pronto você vem? - Alex perguntou e eu me levantei

- Não, eu quero ficar um pouco sozinho e pensar. - eu disse cabisbaixo

- Tudo bem, eu entendo. - ele disse e fui a cozinha

Sai e fui até o rio, eu andava lentamente enquanto vi os peixes nadar, meu reflexo assustava a mim mesmo eu estava tão triste e inseguro . Me sentia perdido, sozinho e destruído por um momento tive a vontade de entrar no rio e me deixar afogar.

" Pra quê continuar uma vida sem o amor da minha vida, meu mundo desabou e eu não tenho mais forças para continuar viver é inútil..." - eu pensei e apressei cada vez mais os passos a medida que o tempo passava

Eu comecei a correr lentamente, e depois mais rápido e mais rápido eu gritava com raiva de mim mesmo por não poder fazer nada e sentir o desejo de acabar com minha própria vida, raiva por me sentir incapaz e inútil. Eu parei e olhei para o rio e pensei...

" É agora eu vou entrar..." Mas ao mesmo tempo
" Abner não me deixe, eu preciso de ti. Não me deixe meu amor..." - eu ouvia a voz de Hanna em minha mente.

As lágrimas caiam e eu tirei as sapatilhas, era como se a água me chamasse ou me hipnotizasse entrei devagar na água eu chorava que nem criança caminhei até que a água chegou do joelho.

( O celular toca... )
Eu despertei, tirei o celular do bolso rapidamente.
- Alô? - eu atendi com a voz embargada sem olhar o número e limpando ae lágrimas

- É o senhor Abner? - uma voz feminina perguntou

- Sim sou eu, quem fala? - eu perguntei

- É da enfermaria da cadeia. - ela disse e meu coração acelerou saí imediatamente da água

- Pode falar. - eu disse nervoso

- A sua noiva, Hanna Roque.

- Sim, oque aconteceu com ela? - perguntei com medo da resposta

- Ela teve uma overdose.
- ela disse

- U-uma overdose?! - eu perguntei com os olhos arregalados

- Sim.

- Eu vou já. - eu disse e desliguei

Saí da água as pressas, levei as minhas sapatilhas e comecei a correr mas dessa vez pelo meu amor, eu tinha que estar com ela, dar forças que nem eu mesmo tinha, eu corria com determinação e confiança. O meu amor por Hanna superou todos meus complexos...

________________________

Enfim estou aprendendo a narrar como personagem do sexo oposto. Quis mostrar um pouco do lado de Abner, espero que tenha superado.

Deixe por favor o seu voto! Beijos.

A Vingança de Hanna: O RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora