Estava feito, eu me droguei e a sensação era de outro mundo. Eu comecei a sorrir por nada, as imagens falhavam tudo rodava e eu ria cada vez mais alto.
- Hanna! - Víbora me chamou e pulei da beliche que nem um gorila
- Isso é tão bom, já chegamos em Marte? Já? - eu perguntei enquanto olhava para o teto
- O que você tem? - Víbora perguntou assustada
- O pó da alegria, é mágico! - eu disse e sorri
Ela sorrio e saiu da cela. Fiquei ali sozinha e me deitei no chão eu estava sozinha.
- Cheguei em Marte... Júpiter. - eu disse em meio a gargalhadas - Eu vou aprender a nadar é hoje! - eu gritei e nadei no chão " se é que isso é possível..."
- Eu sou a rainha do mundo, vou governar o mundo. Todo mundo, todo... - eu disse quase sem voz, tudo em volta de mim girava.
" Eu não aguento mais essa vida, eu quero morrer. Morrer..."
Peguei o pó e puxei novamente com todas minhas forças, e tudo foi ficando escuro e mais escuro até que eu apaguei.
Tempo depois...
- Hey? Roque... - ouvi alguém chamar por mim mas não foi o suficiente
Eu tentava me mover mas parecia impossível, também tentava abrir os olhos mas eu continuava numa completa escuridão e imóvel. Continuavam a gritar meu nome mas nada de eu dar algum sinal até que jogaram água em mim.
- Hanna? Tudo bem? - ela perguntou mas eu não conseguia ver quem era pois minha visão estava desfocada
- O que aconteceu? - eu perguntei sem me mover
- Você desmaiou aqui, e os médicos já vêem te levar. - ela disse mas não reconheci a voz
Em poucos minutos fui levada na maca até a enfermaria as pressas, meus olhos giravam de um lado para o outro eu delirava.
- Ab...mãe...me perdoem. - eu disse e uma lágrima caiu do meu olho direito e entrei no quarto, fui colocada no leito já sem forças.
Com muitas dificuldades e bem baixo eu escutava a voz das enfermeiras e da médica as máquinas foram ligadas e injectaram o soro.
- Doutora... - eu disse segurando a mão da doutora
- Calma vai ficar tudo bem. - ela disse docilmente - Eu volto já.
A doutora saiu e só a enfermeira ficou no quarto comigo minutos depois senti meu estômago embrulhado.
- Enf... - tentei chamar a enfermeira mas logo em seguida comecei a espumar e a perder ar
- Doutora Sadman! A paciente está passando mal. - a enfermeira gritou indo em direcção a porta
E a última coisa da qual me lembro é da médica vindo em minha direcção...
Abner narrando:
Ao sair da cadeia eu e Mariza voltamos pra casa sem falar uma única palavra no carro apenas ecoavam os choros e soluços de Mariza.
Dias depois...
Já faz dias que não vejo nem falo com Hanna, sempre que vou vê-la ela não quer me ver mandei até uma carta mas não ouve nenhum retorno da parte dela. Dói tanto mas não posso forçá-la a nada.
- Abner, o almoço está pronto você vem? - Alex perguntou e eu me levantei
- Não, eu quero ficar um pouco sozinho e pensar. - eu disse cabisbaixo
- Tudo bem, eu entendo. - ele disse e fui a cozinha
Sai e fui até o rio, eu andava lentamente enquanto vi os peixes nadar, meu reflexo assustava a mim mesmo eu estava tão triste e inseguro . Me sentia perdido, sozinho e destruído por um momento tive a vontade de entrar no rio e me deixar afogar.
" Pra quê continuar uma vida sem o amor da minha vida, meu mundo desabou e eu não tenho mais forças para continuar viver é inútil..." - eu pensei e apressei cada vez mais os passos a medida que o tempo passava
Eu comecei a correr lentamente, e depois mais rápido e mais rápido eu gritava com raiva de mim mesmo por não poder fazer nada e sentir o desejo de acabar com minha própria vida, raiva por me sentir incapaz e inútil. Eu parei e olhei para o rio e pensei...
" É agora eu vou entrar..." Mas ao mesmo tempo
" Abner não me deixe, eu preciso de ti. Não me deixe meu amor..." - eu ouvia a voz de Hanna em minha mente.As lágrimas caiam e eu tirei as sapatilhas, era como se a água me chamasse ou me hipnotizasse entrei devagar na água eu chorava que nem criança caminhei até que a água chegou do joelho.
( O celular toca... )
Eu despertei, tirei o celular do bolso rapidamente.
- Alô? - eu atendi com a voz embargada sem olhar o número e limpando ae lágrimas- É o senhor Abner? - uma voz feminina perguntou
- Sim sou eu, quem fala? - eu perguntei
- É da enfermaria da cadeia. - ela disse e meu coração acelerou saí imediatamente da água
- Pode falar. - eu disse nervoso
- A sua noiva, Hanna Roque.
- Sim, oque aconteceu com ela? - perguntei com medo da resposta
- Ela teve uma overdose.
- ela disse- U-uma overdose?! - eu perguntei com os olhos arregalados
- Sim.
- Eu vou já. - eu disse e desliguei
Saí da água as pressas, levei as minhas sapatilhas e comecei a correr mas dessa vez pelo meu amor, eu tinha que estar com ela, dar forças que nem eu mesmo tinha, eu corria com determinação e confiança. O meu amor por Hanna superou todos meus complexos...
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Enfim estou aprendendo a narrar como personagem do sexo oposto. Quis mostrar um pouco do lado de Abner, espero que tenha superado.
Deixe por favor o seu voto! Beijos.
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A Vingança de Hanna: O Renascimento
Mystery / ThrillerSobreviver quando tudo que se quer é morrer, perdoar quando o desejo é matar, sorrir quando o desejo é chorar. Quando a dúvida bate a porta do coração e a loucura da incerteza invade a mente, navegar contra a maré da dor e angústia, almejado uma ale...